Prologue

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N/A: Olá, muito bem-vindo a essa fic, espero que vocês dêem uma oportunidade para essa estória que eu particularmente acho linda!
Aqui irá haver altas emoções, muito larry, muito adrenalina e muita dor também. Tudo vai ficar bem, prometo.

Seu voto me incentiva na atualização, é como eu posso ver que você gostou do meu trabalho ♡

Nossa, voltei kkkkkk
Tô reescrevendo a fic, mas sem tirar a essência dela, tentando aceitar que minha escrita era assim há alguns anos atrás e vocês gostavam mesmo assim kkkkkkk

Esse capítulo teve pouca alteração! Só lembrando que quando o Harry fala algo como se sente feliz etc, é meramente figurado, ele não sabe ainda o que é isso, entende?

Boa leitura, não se preocupem que vou repostar a fic inteira! 💕

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O sol invadia-me impiedosamente, laçando-se sobre minha pele, e fazendo com que os ralos pelos do meu corpo se excitassem, li em algum lugar que o nome disse é arrepio, uma sensação, acontecia com meu corpo, meus pelos também ficavam eriçados quando eu tomava banho pela manhã, quando alguma pessoa passava muito perto de mim, quando eu bebia algo gelado, entretanto eu não sabia como era sentir a sensação de ficar arrepiado, eu não sentia absolutamente nada.

A maioria das pessoas, nem mesmo arrepiam-se, as reações que antes eram naturais no corpo humano, simplesmente não acontecem mais nas mesmas, o que é diferente do meu caso e de poucas pessoas do mundo.

Chamam isso de peculiaridade genética, mesmo com a evolução humana, o genoma de algumas pessoas resistiu à grande vacina e protegeu algumas características nos genes que eram normais nas pessoas que habitaram a terra nos séculos anteriores, características essas vinculadas aos sentimentos e sensações. Lembro que em minhas aulas de biologia os professores falavam que era normal sentir dor, doenças degenerativas matavam parte das pessoas e que as mesmas se envolviam afetivamente e tocavam-se o tempo todo de diversas formas.

Nunca pude esquecer a estranheza que pareceu confundir as pessoas quando explicaram na universidade que antigamente a reprodução em sua maior parte era sexuada, as pessoas faziam sexo, fundiam-se e tocavam-se em busca do prazer puro e cru, somente isso. Isso não faz sentido, na minha opinião.

Levantei da cama, já despido, sempre tive o costume de dormir nu, praticidade é importante onde eu vivo. Caminhei em direção ao banheiro, os músculos do meu trapézio contraindo na medida que eu avanço, "sinto" um tipo de vibração leve na parte superior do mesmo, um sinal da minha peculiaridade genética, algo que indica que eu dormi de mal jeito e parte das minhas costas devem estar doendo, também não sinto dor, assim como todas as pessoas do mundo, apenas uma forma mais tênue da mesma, geralmente em forma de vibrações ou ondas sutis, algo como um aviso de que algo estava errado com o meu corpo.

Sempre que 'sinto' levemente algum tipo de dor ou sentimento, tomo um remédio distribuído nos postos de saúde, é algo como uma pílula universal, alivia qualquer tipo de "dor" ou sensação estranha causada pelos sentimentos leves que ainda insistem em permanecer.

Caminho em direção ao banheiro, abrindo a farmacinha que fica sobre a pia, tirando de lá a pílula, engulo de vez, sem nem mesmo precisar de água para ajudar no processo de ingestão. Rumo ao chuveiro, o ligando e sentindo de forma leve as gotículas de água escorrendo por meu corpo nu. Enxugo-me, ponho a jardineira jeans que eu uso todos os dias para o trabalho e vou em direção ao meu pequeno armazém do lado de fora da minha casa.

Giro a maçaneta de madeira gasta e adentro o pequeno armazém, vou em direção a pequena maleta que guarda meus materiais usados no trabalho, faço tudo isso no tempo usual, sem atrasos ou adiantamentos. Rumo em direção a minha pequena horta, meu meio de vida, sou ecólogo, mais especificamente cuido de diversos tipos de plantas, sejam elas frutíferas, ornamentais, medicinais/ervas etc.

Setenta e cinco porcento de minha produção é destinada a pequenas barracas locais da cidade de onde moro, Holmes Chapel, os outros vinte e cinco porcento é para meu uso pessoal, já que moro sozinho na parte mais afastada da mesma.

Minha casa é coberta por musgo e árvores corpulentas que estão enraizadas nas partes mais profundas da terra há muito tempo, sempre que o sol foge dos meus olhos, escondendo sua maestria no horizonte, os vagalumes surgem, iluminando minha casa solitária e as suas redondezas.

A casa é simples, herdada de minha família, que agora, muito longe encontra-se, parte em madeira, parte em tijolos, o ranger das madeiras do chão é evidente a cada passo arrastado que dou, as paredes sussurram palavras soltas quando o vento se faz forte do lado de fora, de luxo contém apenas uma televisão retrô, como dito, é uma casa simples.

Começo meu trabalho diário, com o intuito de no fim do dia, com a minha caminhonete enferrujada, fazer as devidas entregas no centro de Holmes Chapel.

Tudo estava ocorrendo normalmente, trabalho bom tempo podando as macieiras, depois passo alguns minutos regando os grandes tomates que estavam quase prontos para colheita.
Seria uma boa safra. Estava feliz com meu trabalho.

O suor acumulava-se em pequenas gotas sobre minha pele, escorregando como cascatas cristalinas em direção ao chão, indicando que eu já trabalhara bastante. Precisava parar por hoje. Só iria ver as hortaliças mais uma vez, não queria esquecer nada. Acumular trabalho sempre era uma péssima ideia.

Ao finalmente verificar tudo mais duas vezes, vi um vagalume passar perto do meu rosto, dando-me a noção que a noite já se aproximava e que eu teria que entregar as demandas diárias no centro da cidade. Enquanto guardava meus materiais de volta na maleta, foco o meu olhar no pé de hortelã que jazia perto da entrada de minha casa. Acho que já estavam bom para usá-los.

Pego a tesoura de tosa e vou em direção ao mesmo, com intenção de misturar algumas folhas para fazer um suco no jantar.

O vento gélido se forçava contra as maçãs do meu rosto e os raios solares iluminavam parcialmente os poucos girassóis que cresciam teimosamente na parte mais afastada da minha mini horta. Era uma vista e tanto.

A terra em contato com minha tez, arranhando meu joelho descoberto pelo short da jardineira pinicava um pouco, fazendo com que eu limpasse os joelhos desajeitadamente.

Essa distração fizera com que eu cortasse meu dedo anelar na grande tesoura de tosar as hortaliças, o sangue escorrendo e manchando as folhas verdinhas com o escarlate do meu fluído vital.

Talvez fosse toda essa série de pequenos acontecimento juntos que me fizesse perceber o inegável silvo de dor que escapou dos meus lábios, evidenciando que eu havia sentido desde a sensação do vento, até o corte que agora ardia e latejava, eu estava sentindo dor.

AlexithymiaOnde histórias criam vida. Descubra agora