Lázaro

capítulo 1

Em uma escura fria noite de outono, outrora silenciosa, um velho ancião é derrotado pelo sono e adormece debruçado sobre folhas de um grande Grimório, iluminado por velas quase vencidas pela longa noite, suspensas em castiçais que ainda faz brilhar a tinta fresca sobre as folhas de couro, um moço magro com uma túnica branca de bordas azuis chama o jovem que dorme profundamente, dono de uma voz grossa e suave, então abrindo os olhos e muito sonolento, o jovem que dormia se assusta pois tens visto esse moço com certa frequência mas não o conhece, o moço o olha com olhar meigo e voz firme, mandando-o se levantar:

— Acorde desse sono profundo Lázaro, levante-se!

O jovem tomado por seu sono, deitado no chão forrado com camadas de couro das ovelhas, e coberto com uma manta feita com puro algodão, nos seus pés um cão preto deitado com uma de suas patas branca, dentro de uma tenda com base e estrutura de madeira, tendo suas laterais toda em couro que agitam-se com o vento, em um dos cantos da tenda há vários tipos de espadas, e pequenas facas, também arco e flecha em meio à livros e pergaminhos, o jovem que dormia, agora assusta-se com o sonho daquele que por várias vezes em sonho o manda acordar do sono profundo e levantar...

Ao despertar percebeu uma movimentação, e assusta-se permanecendo ali deitado quieto observando que outro ancião, um franzino e agitado acordava aquele que cochilava sobre o grande livro...

Não dava para ouvi-los direito, mas falavam algo sobre Lázaro que o garoto não sabia quem era, mas é o mesmo nome que o moço do sonho o chama, os anciões pareciam assustados com algo, então o franzino veio até o garoto que já estava acordado e permanecia de olhos fechados.

­— Álvaro acorde! Acorde garoto.

-- Hum... Que foi?

-- Levante-se. -- disse ele. Um ancião, com qual ele conviveu toda sua infância um dos pouco rosto que Álvaro já havia visto, levantou-se colocando a roupa; o outro ancião veio a ele e disse:

- Ha partir de agora morre Álvaro... O rapazinho ouve quieto e muito nervo.

- Ele os olhou fixo, um grande medo tomou-lhe conta, um frio na barriga que mal conseguia se movimentar, tentando disfarçar, pois não queria que eles percebessem o quanto estava assustado mesmo tendo sido preparando por tantos anos para esse momento, pois sabia, o que estava acontecendo, o garoto abraçou o velho ancião, segurando-lhe sua mão esquerda na qual sabia que lhe faltava um dedo levantou-a ate próximo a seu rosto e beijou-a, em quanto isso o outro ancião colocava em sua cintura a bainha com espada sendo que já havia colocado o arco e flecha em suas costas, um punhal em uma das botas e uma faca próximo a cintura...

O jovem olha para eles e sorrir, amarrando sombra para não sair, retirando todas as armas que o ancião havia colocado ficando apenas com uma pequena faca encontrada no pescoço de um homem dia anterior...

O jovem sai da tenda tendo a noite escura como companhia, ele segue em direção do monte onde ha uma grande arvore, durante toda a noite e madrugada passou ali sentado com a companhia da escuridão na noite silenciosa acreditando que os deuses falariam com ele, no entanto nada falaram, o silencio foi quebrado com a aproximação de dois homens que ele nunca os tinha visto, eles estavam vestidos como guerreiros em suas cinturas haviam bainhas de couro com espadas e em suas mãos esquerdas lanças compridas com pontas bem afiadas, nas mãos direitas tochas, eles caminhavam acompanhando uma garotinha...

O jovem ficou pensando que poderia puxar algum tipo de assunto falar sobre algo, há muito tempo ou na verdade nunca falava com ninguém além dos anciões, o jovem pensou, pensou e com os guerreiros nada falou, ali eles permaneceram parados atrás dele que continuou sentado em uma pedra, os dois acompanhavam uma menininha de aproximadamente onze anos com uma grande pele de lã parecia ser carneiro que cobria quase que todo seu corpo, rosto rosado e longos cabelos claros que o vento lentamente o movimentava, ele olhara fixo no rosto sereno e tranquilo da garotinha, ainda amassado de sono por ter acordado aquele horário.