Positivo [Annabeth Chase x Percy Jackson]

Positivo!

Annabeth andava para lá e pra cá em seu quarto, pois não conseguia parar quieta. O teste de gravidez estava em cima de sua mesa de cabeceira, com duas tirinhas vermelhas, indicando que o teste havia dado positivo.

Ela não deveria estar tão surpresa, pois é isso que acontece se você faz sexo sem camisinhas ou não toma anticoncepcionais.

Seu namorado, Percy, estava no estado da Flórida, em férias com sua mãe e só voltaria dali há alguns dias. E Annie, estava em New York, roendo unhas e com um medo absurdo da reação de seu pai.

Iria esperar Percy chegar das férias e contar pessoalmente? Ou simplesmente iria chamá-lo pelo WhatsApp e dizer: “Iae, amor. Adivinha? Vai ser papai!”

Ele iria entrar em pânico!

A mãe de Percy era uma mulher doce e incrivelmente compreensiva, iria ficar feliz com a notícia. Mas… e o pai de Annie? Não sabia qual seria a reação do senhor Chase.

Sem conseguir segurar sua ansiedade e curiosidade com a reação do namorado, Annabeth pegou seu celular e desbloqueou a tela. Tirou uma foto do teste de gravidez e mandou para a janelinha de Percy no WhatsApp.

Ela sentou na cama e aguardou, esperando o “Visto por último” mudar um “Online”. E ficou.

Percy visualizou e “digitando…” apareceu ao lado de sua foto, um rapaz bronzeado, de cabelos despenteados.

Cabeça de alga ♡

[Foto]

É febre isso?
Como entende?

Percy, você é burro?

Amor, eu nunca soube ver termômetro.

Significa que eu tô grávida, cabeça de vento!

Por termômetro??

PERCY, ISSO É UM TESTE DE GRAVIDEZ!

Não houve mais resposta.

Percy ficou offline.

O coração de Annabeth pareceu cair do Empire State. Será que ele queria ser pai? Será que ele estava arrumando suas coisas naquele exato momento e comprando a próxima passagem para fora do país? Várias alternativas em que Annabeth ficava sozinha e seria mãe solteira passou pela cabeça da loira.

Pensou em aborto, mas ao olhar seu reflexo no espelho e descansar a mão em seu ventre, desistiu da idéia. Era seu filho. Ou filha. Não importa se Percy iria criá-lo junto com ela ou se ele fosse embora, como o pai e mãe de ambos fizeram quando os dois eram bebês.

Deuses não podiam criar seus filhos, mas Percy Jackson não era um deus. Ele era lerdo, mas não era covarde. Annabeth voltou a digitar, na esperança dele responder.

Cabeça de alga ♡

Percy?

A mensagem sequer fora recebida por ele. Percy estava sem internet.

Quando a noite caiu, Annie estava escolhendo as palavras para falar sobre a gravidez para seu pai e ainda por cima, falar que o pai da criança sumiu repentinamente no mesmo momento em que ela contou sobre, então, não ia ser uma tarefa fácil.

Entre isso e lutar contra monstros, prefiro lutar contra monstros, pensou Annabeth descendo as escadas e indo para a pequena sala.

— Pai? — perguntou Annabeth, enchendo-se de coragem.

O senhor Chase virou-se, em suas mãos tinha um livro e sua expressão era cansada. Annabeth vacilou. Pensou em deixar a notícia para outra hora, então, o companhia de seu apartamento tocou.

A garota andou até a porta, com as mãos tremendo de nervosismo, abriu-a e deu de cara com Percy Jackson.

— Annie… — começou ele, passando a mão nos cabelos. — Desculpe, eu… — Percy parou de falar quando Annabeth o abraçou com força.

Ela sentia alívio. Não iria está sozinha nessa, seu cabeça de alga estaria com ela. Percy apertou Annabeth em seus braços e afrouxou, em seguida dizendo:

— Opa… Esqueci dele. Ou dela. — e riu, sem graça, olhando para a barriga de Annabeth.

Annabeth olhou em seus olhos e viu que ele também estava nervoso. Ela agarrou seu braço e com um movimento preciso, derrubou-o chão em um golpe que ele não esperava.

— O que tava pensando?! — urrou Annabeth. — Achei que tivesse me abandonado!

Percy olhou para cima e viu o senhor Chase encarando eles, nada surpreso. Talvez ele estivesse acostumado com aquelas recepções calorosas.

— Eu posso explicar. — disse o garoto, erguendo-se. Annabeth cruzou os braços, esperando. — Eu desmaiei. — Percy coçou a cabeça, constrangido.

Annabeth descruzou os braços, pela primeira vez naquele dia, sentindo dó do seu namorado.

— Ah, Percy…

— Minha mãe gostou da notícia. — prosseguiu ele. — Ela sempre quis ser vovó.

— Como? — perguntou o senhor Chase, tirando o óculos do rosto. — Vovó?

Percy e Annabeth entreolharam-se. Para o alívio deles, o pai de Annie gostou da notícia. A realidade caiu para eles algumas horas depois, quando se deram conta do perigo que estavam envolvendo aquela criança.

— Nós vamos protegê-lo, Annie. — Percy apertou a mão de Annabeth, enquanto seu outro braço a envolvia. — Vai ficar tudo bem.

A loira descansou a cabeça no ombro do namorado, olhando a lua cheia que brilhava no céu. Eles estavam sentados no telhado do apartamento de Percy.

“Vai ficar tudo bem” era o que Annabeth gostaria de ouvir, mas sabia que era uma mentira. Eles eram semideuses! Caçados por monstros e perseguidos por deusas malucas. Nunca tinham paz, apenas no Acampamento meio-sangue (e às vezes, nem isso!). Poucos semideuses chegavam a vida adulta, os que lutavam bravamente ou os que tinham sorte. Percy e Annabeth eram dois deles, e ela achava que tinha um pouco dos dois, pois escaparam de muita coisa por muito pouco.

— Eu espero, também. — respondeu Annabeth.

Percy inclinou-se e beijou os lábios de Annabeth delicadamente, onde a garota correspondeu gentilmente, segurando o rosto de Percy com leveza.

Juntos, decidiram que iriam lutar até seu último momento para proteger a criança, e não haveria monstros, deuses ou titãs que os impedissem de fazê-lo.