- Mas, seu João, não sou um mentiroso, farsante.
- Acabamos de nos mudar, compramos a casa do Sr. Jonas, que é nosso amigo a anos.
- Jonas, não estava com sua casa a venda, senão me falaria. Como acha que a de escapar-me com estes argumentos tolos. Deixe a minha casa, ou morra...Escolha!
Marcos estava em um dilema, já que o Sr. João não o permitia explicar, todas, às vezes, que tentava era tratado como um trapaseiro, mentiroso, e enganador. Já que esse conhecia a todos.
Foi quando sugiu a oportunidade da réplica, da contraditória, e da refutação.
- Seu João, a quanto tempo o Sr. não fala, e não vê o Sr. Marcos?
- Sr. João parou e pensou por alguns minutos, quando então diz: Tem mais ou menos uns 15 dias que não vejo Marcos. Neste período vocês não conseguiriam negociar, e concretizar a venda.
- É verdade não foi em 15 dias.
- Viu!
- Como disse: Sr. Marcos é um amigo de longas datas, nos conhecemos desde criança, nossos pais foram vizinhos, crescemos juntos, amigos de infância, nunca perdemos o contato, ele foi padrinho do meu casamento, e eu do dele. O Sr. estava lá?
- Onde?
- No Casamento do Sr. Marcos.
- Não, não, não fui convidado!
- Ham? Ah, desculpa!
- Que isso!
- Então...desde que Keli faleceu, Sr. Marcos vem conversando comigo sobre a possibilidade de vender, pois se lembrava demais dela vivendo aqui. Queria tirar uns dias para descansar, e quem sabe encontrar um lugar onde pudesse viver tranquilamente o fim de seus dias.
- Mas, ele nunca me disse nada.
- Sr. João, como disse: Somos amigos desde criança. Ou seja, por longos dias conversamos, e um dia meu coração ficou muito apertado, e logo lhe fiz uma proposta. Eu tinha os recursos, disse a ele que previ um lugar, para que ele descansasse, e que não haveria custos, e se houvesse alguns eu o ajudararia.
Resistente o Sr. João olhava para Jorge desconfiado, pensando que este tivesse enganado Sr. Marcos. Ouvia-o, mas claramente se via em seu rosto a discordância, a oposição e os gestos de negação.
- Disse a ele que tinha uma casa no Espírito Santo, em Guarapari. Imediatamente me perguntou:
- Quando posso me mudar, meu amigo?
- Foi quando disse a ele: Hoje se você quiser.
- Para o Espírito Santo?
- Perguntou-me com um grande sorriso em seu rosto.
- Sim. Ele riu, buscou em sua memória, suas lembranças, e me disse:
- Já estive em Guarapari, uma cidade de grandes belezas naturais, onde suas areias são monazíticas, mas que tem uma propriedade muito terapêutica. Arrumo minhas coisas hoje e vou amanhã pra lá.
- Perdoe-lhe Sr. João, mas ele decidiu partir sem se despedir, para quem sabe levar consigo não a imagem de choros e lamentos, mas as dos grandes momentos vividos com todos.
Naquele momento toda rejeição, e barreira que pudesse existir parece ter sido quebrada. Pois, Sr. João não consiguia falar, estava em lágrimas.
.........
Continua...
YOU ARE READING
MEU MAIS NOVO VIZINHO
Short StoryUm pequeno conto sobre um novo residente, morador, e habitante. Com um uso bem atual, recente, contemporâneo, e moderno. O autor trás uma história bem simples, mas interessante e envolvente...