45 (bônus|final)

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Era manhã de terça-feira, e o sujeitinho se ajeitava como podia no casaco denso de inverno, fazendo o possível para reter o pouco calor que possuía dentro da camada de roupa. No fim, desistiu, e mesmo não querendo ligou o aquecedor do carro sabendo que aquilo gastaria gasolina. A verdade é que o Park não queria que o menino serelepe no banco de trás passasse frio, ele era frágil demais para isso.

"Neném, fique quietinho, tudo vai ficar quente daqui a pouco." Disse com um meio sorriso, levando a mão para o banco de trás com o objetivo de bagunçar os fios castanhos. O pequeno sorriu em troca do carinho, rindo todo bobo por finalmente ter um dia inteirinho com o pai. "Você está ansioso para ver a vovô, Taeho?"

"Muito! Mais por que o tio Yug vai estar lá... ele disse que me daria o card do dratini." Falou feliz, batendo palmas e se remexendo como um doidinho. "O papai vai chegar de viagem também. O Yoongi hyung vai me ensinar a empinar pipa, o tio Bambam vai me explicar o que é essa dorzinha que sinto no coração quando vejo a Sana, porque ele é médico..."

"Ai meu Deus, pequeno, não fale tanto, vai morder a língua." O maiorzinho resmungou, fazendo careta. Aquele era um dos problemas de ser pai do garoto, já que ele era um tagarela completo!

Ele não entendia como Jaebum se prendeu tanto a um garotinho tão extrovertido como Tae, já que fora sempre o contrário. Seu Jae era calmo, como o mar na fim da tarde, era como o soprar do vento levando as graminhas altas do jardim, era como deitar lá fora e olhar a lua por horas.

Ah Jinyoung, ele errou tanto em sua vida, nunca imaginou que em alguns anos acordaria todas as manhãs e
olhar para o rosto amassadinho de seu marido. Como alguém seria capaz de perdoar todas as coisas ruins que já foram?

"Você foi um merda, mas sei que você não é assim, eu amo você, e o que passou apenas vai se tornar uma lembrança antiga."

Jaebum não sabia ao certo quando e como aconteceu, ele simplesmente sentia aquelas borboletinhas estranhas no estômago toda vez que o nome do moreno era citado. Jinyoung lhe trazia um tipo estranho de felicidade, uma versão que jamais havia conhecido. Era bom, muito bom. O Park desde que prometeu no ensino médio que seria bom para o Im, vinha cumprindo perfeitamente, procurando deixar seu amorzinho o melhor possível.

Jaebum também não poderia mentir, amava cada abraço apertado no meio da noite, amava quando fazia manha apenas para ganhar carinho nos cabelos durante tempos, amava como seus lábios se encaixavam, amava seu jeito paradão, como falava calmamente e do nada passava a sorrir grande.

Simplesmente o amava.

Jinyoung sorriu com a lembrança da sua vida bagunçada com o seu, agora, marido. Era fresco em sua mente a risadinha de Jaebum quando o Park preferia doramas a sair de casa, quando se recusava a largar sua enorme coleção de elefantinhos e fazia birra por qualquer besteira. Eles eram assim, viviam brigando por idiotice. Como quando Jae insistia em dizer que Harry Potter era melhor que O senhor dos anéis, por Deus, Jinyoung quis mata-lo!

Mas, como o bobão que era, o Park perdoava. E daí se o Gandalf é bem mais foda que o Dumbledore? O que fazia sentido era que Jinyoung Amava Jaebum, e Jaebum amava Jinyoung. Simples assim, sem briga de fandom, sem complicação, sem briguinha quando o assunto era aquele. Porque, no fim, era a única coisa em que concordavam.

Jinyoung estacionou o carro sem nem perceber, e só acordou de  fato de seus devaneios quando um Taeho agitado gritou para que ele ajudasse a tirar o cinto. O maior fez o que lhe foi mandado, e pegou seu príncipe exigente no colo, indo em direção a porta da vovô Park logo em seguida.

O aroma de bolo recém saido do forno já podia ser sentido, assim como as risadas históricas de Yoongi e a vozinha tímida de Yugyeom. Jinyoung riu baixinho por saber que seus amigos continuavam os mesmos idiotas de sempre, e ficou realmente grato por eles também terem aguentado sua idiotice.

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