PRÓLOGO

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                        Marreta

                        Marreta

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                    Taquara

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PRÓLOGO

MARRETA

Três anos antes

Seria apenas mais uma tarde ensolarada como qualquer outra por aqui no morro do Chapadão, se não estivéssemos em meio ao fogo cruzado planejado pelo BOPE e mais centenas de homens do exército carregados até os dentes com altas munições.

O helicóptero que sobrevoava a área fazia com que as rajadas de bala caíssem mais do que chuva sobre nós. O bagulho era foda. Os tiros. Os gritos. Junto à dor e o desespero de ver os parceiros e moradores inocentes caindo diante dos seus olhos, e você ali parado, se escondendo com uma presa, sem poder mover um único dedo.

Eu era um nada.

Entre os becos, vielas, e estreitas escadarias marcadas por pichações com a sigla do Comando Vermelho, vagabundo corria enquanto seus fuzis – alguns com o pente de balas esgotado – chacoalhavam nas costas suadas.

— Porra Marreta, onde tu tá?! Vaza daí caralho, os vermes tá subindo que nem trem bala! Mete o pé! – segurei firme o rádio enquanto ouvia os suplícios de um fechamento meu, Bira.

— Não fode, caralho! Meu tio tá lá embaixo cumprindo a missão dele cuzão! E você tá aí cagando pros vermes... – Bira me interrompeu angustiado, com a voz ofegante ecoando através da linha.

— Larga mão de ser otário! Como é que nós vai bater de frente com caveirão, helicóptero, a porra toda querendo foder com nós, e tu acha mermo que uma .40 vai virar Jesus Cristo e fazer um milagre? – o grito eufórico abalou meus sentidos.

Na moral: ele tinha razão. Mas minha ideia nunca foi bater de frente com aqueles desgraçados, muito menos dar uma de suicida. Meu único objetivo era saber onde estava meu tio. O rádio dele não fazia contato a mais de meia hora, os pensamentos batiam como martelo no meu crânio, não conseguia pensar em nada, senão no pior.

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