Desde criança sempre fui muito ligada à minha melhor amiga Lauren.
Fazíamos tudo juntas, estudavamos, brincávamos, dormíamos uma na casa da outra, dividiamos roupas, hobbies, e fomos crescendo cada vez mais apegadas. Éramos como irmãs - todos diziam, mas eu nunca a vi assim.Em um sábado qualquer, meus pais foram viajar para o sítio da família, para comemorar sozinhos seus 30 anos de casados. Preocupados com minha segurança e bem-estar, os mesmos me pediram para convidar Lauren para me fazer companhia na ausência deles, pois como a cidade andava muito perigosa, não seria bom que eu dormisse só em casa. E como já era algo comum em nosso cotidiano, eu assim fiz.
Logo no dia seguinte ela chegou com uma mala que mais parecia um kit de sobrevivência para o tédio, que uma mala para passar alguns dias fora de casa. Dentro da bolsa só tinha barra de cereais, livros, fones de ouvido e algumas peças íntimas. Céus, ela tinha que parar com essa mania de se confiar nas minhas roupas!
Após nos despedirmos dos meus pais que ela carinhosamente chamava de tios, fomos até a geladeira fazer um assalto no que quer que fosse comestível por lá, mas nada encontramos de rápido preparo. O jeito era colocar a mão na massa e fazer algo para o almoço. Lauren não era nada boa na cozinha, mas naquele dia cismou em fazer uma macarronada com uma tal receita que pegou na internet. E céus, como confiar o jantar nas mãos de alguém que não sabia preparar nem ovos mexidos? Exatamente, sendo uma pessoa que sabe menos que ela.
Entre um molho e outro, quando ela finalmente conseguiu fazer aquela gororoba que ela denominava obra de arte gastronômica, sua blusa estava repleta de molho de tomate, e tinha bagunça por toda parte na cozinha. Segundo ela, a organização ficaria por minha conta, pois iria subir para um banho. Eu acatei o castigo e fiquei tentando organizar a zona que ela deixou, mas no meio do processo de arrumação, ela me interrompe gritando alto do banheiro, pedindo que eu levasse uma toalha.
Até então eu nunca tinha notado em mim um interesse voltado para a Lauren que ultrapassasse a amizade, mas tudo isso mudou quando vi a imagem do seu corpo despido entre os vidros do box do banheiro. Eu tímida, entreguei a toalha em sua mão e sai rapidamente. Ela achou estranha minha atitude. Terminou seu banho, se cobriu e veio em destino ao quarto, perguntando:
— Por que saiu do banheiro daquele jeito? Acaso minha nudez é desconfortável para ti, Camila?