Acordei na ex casa da Momo, eu estou em um cômodo que eu não conheço, é algo parecido com um quarto de criança, tem cabeças de bonecas no chão junto com manchas de sangue seco.
Parece que eu não fui a primeira a passar por aqui
Tem uma penteadeira com um espelho em forma de coração que está quebrado, esse é o único móvel que não está totalmente ao pedaços.
Eu visto um uniforme de balé, quando eu namorava a Momo, a gente tinha aulas de balé juntas, meus pés tinham cortes que formavam palavras em japonês, o lugar onde eu e Momo nos conhecemos, meus pés ardiam muito e meus olhos também por causa das lentes que eu usava, a Momo é totalmente viciada por lentesEla é uma psicopata e se eu não fugir daqui agora eu vou morrer. Esse pensamento roda por minha cabeça
Uma corda está amarrada na minha barriga, que me prende a cadeira, outra prende meus tornozelos e meus pulsos. O quarto está abafado mas mesmo assim estou com calafrios o que me deixa com frio.
Momo saiu e ainda não voltou, fazem quinze minutos que ela saiu e não voltou ainda, isso está me deixando aflita, não quero dizer que quero morrer logo, quero dizer que estou nervosa, eu não vou me dar por vencida, eu vou morrer lutando pela minha sobrevivência.
O quarto não tem nenhuma janela então não faço ideia se está de dia ou de noite, a única porta que tem no quarto parece não estar trancada mas a cordas que me amarram estão bem fortes.
Por que eu não fiquei em casa invés de ir naquela festa?Eu sou tão burra
Eu poderia estar na minha cama dormindo agora.
A única coisa que eu lembro é que tomei um porre e decidi ir andando para casa, Momo me viu na rua e se aproveitou da situação, ela bateu algo em minha cabeça e eu desmaiei, antes de eu apagar, pude ouvir ela dizendo "finalmente minha doce Mina"Eu a odeio, ela tornou a minha vida um inferno
Depois que terminamos, ela começou a cismar comigo. Se eu fazia algum amigo ela ia lá e fazia ele se afastar de mim, se eu conseguia algum namoradinho, ele sumia.
Ela até induziu a minha mãe a se matar, só que quando eu contei isso aos outros, eles disseram que eu era louca.
Eu me odeio tanto por ter a amado, eu sei que o que eu fiz foi errado mas eu tava bêbada e carente naquele dia, isso definitivamente não é motivo para torturar e matar alguém.
Olhei para o chão e avistei uma faca, uma daquelas de cozinha mesmo mas ela tinha um cabo comprido, comecei a tentar puxar ela com o pé até que conseguiUma ponta de esperança cresceu em mim
Comecei a cortar com cuidado a corda que prendia o meu pulso, demorou um pouco por causa da dificuldade mas eu consegui, então cortei a que prendia minha barriga e meus tornozelos. Um alívio percorreu o meu corpo inteiro
Eu estou livre
Logo tirei as lentes e senti outro alívio, essa foi uma das melhores sensações que eu já tive na minha vida. Fui até a porta e pensei duas vezes antes de abri-la
E se Momo tivesse do outro lado esperando eu sair?
Depois de pensar bem decidi abrir, fiz a ação e comecei a andar pelos corredores da casa, estava tudo escuro e só a luz da lua que entrava pelas janelas iluminavam o caminho. Nas paredes tinham várias fotos nossas, em todas as fotos a minha cara está com um "X" vermelho, comecei a ficar apreensiva e aumentei a velocidade do meu passo, desci as escadas dando de cara com a porta que levava a saída, a porta está pichada com uma frase em japonês, eu não sei muito bem essa língua mas consegui traduzir, tá escrito: "quem entra, nunca sai"
Parece que eu vou ser a primeira
Sorri, sorri muito. Eu estava cara a cara com a saída, agora é só abrir e sair correndo.
Abri a porta e senti o vento gelado se chocar com o meu corpo, eu já tava com saudade de ar puro. Levantei meu olhar e percebi que eu não estou na ex casa da Momo, porque a ex casa da Momo era em uma vizinhança e essa casa que eu estou é no meio do nada, eu só consigo ver algumas árvores e uma luz forte lá no fundoObjetivo traçado, correr até a luz
Pisei na grama pronta para correr mas alguém me segurou, meu olhar se encontrou com o olhar da pessoa, Momo...
-aonde vai querida? - ela falou com um sorriso totalmente psicopata no rosto
-Momo... por favor, me deixe ir - falei deixando lágrimas escorrerem por meu rosto
-você quebrou meu coração, você acha que merece ir embora e continuar vivendo sua vidinha de merda?
-e-eu te a-amo - menti tentando me salvar
-então dormir com metade dos meus amigos é o seu jeito de demonstrar amor?
Fiquei quieta, chorando
-vamos Mina! Responda! - ela deu um tapa em meu rosto
Virei o rosto bruscamente e chorei mais
-eu tava bêbada Momo! Eu sinto muito
Ela riu baixinho
-nenhum arrependimento seu vai fazer a dor que eu sinto passar
-você já olhou para mim?! - gritei - você tava me torturando! Não tem dor pior do que a que você está me fazendo passar agora, tenha certeza disso
Ela olhou para mim com raiva
-acho que você não entendeu a mensagem que tava na porta, quem entra, nunca sai - ela enfiou uma faca no meu abdômen, meu sangue jorrava na sua coxa descoberta por causa da saia que usava. Ela jogou o meu corpo morto dentro do quarto que eu estava presa e se sentou ao meu lado
-se eu não posso te ter Mina, ninguém pode