Filho de Thor

Capítulo 1

– Corre Tyler! Corre!!

– E você Daniel?

– eu vou ficar bem, eu sempre fico.. apenas se salve, lembre-se você tem um poder inimaginável...

– ok crianças hora do jantar!

Madame Bovary desligou o jogo na nossa cara bem na melhor parte

– Madame Brovary!

Falamos ao mesmo tempo

– Daniel estava a ponto de morrer!

Falei magoado enquanto ela pegava nossos controles

– uma pena Tyler, uma pena que eu chame vocês que estão a QUATRO HORAS JOGANDO para comer algo!

Falou e nos olhou com raiva, revirei os olhos para ela e me levantei com as mãos nos bolsos um movimento automático meu, Daniel sorri para ela e da de ombros me seguindo

– Muito bem Tyler o que vamos fazer hoje a noite?

Pergunta sorrindo enquanto entramos no refeitório, uma coisa que ele já sabia era que

Primeiro

Odeio festa

Segundo

Odeio as meninas desse orfanato

E Terceiro e não menos importante

Odeio ficar perto de muita gente.

Então me limito em apenas lançar para ele um dos meus olhares mortal que o faz ficar calado o resto do caminho até a nossa mesa

– Finalmente saíram do jogo! Madame Bovary foi lá né?

Samuel fala em deboche, apenas o ignoro e continuo a comer

– cala boca Samuel!

Daniel diz ríspido para seu irmão mais velho, os dois tinham vindo para o Orfanato Belacur fazia apenas 3 anos, eles não eram como eu, não tinha vindo quando bebê, eles conheciam o amor de um pai e uma mãe e isso era dez vezes pior

Você saber como é ter o amor, e saber que nunca mais iria o ter.

– não desconte a raiva em mim mocinho sou seu irmão mais velho!

– grande merda – resmungou ele do meu lado e me olhou sério – nunca queira ter irmãos Ty, nunca!

Sorrio para ele

– seu idiota eu tenha cara que serei adotado? Amanhã farei 17 anos ninguém vai querer um adolescente problemático!

Daniel me olha triste

– desculpa, as vezes eu esqueço que moro em um orfanato

Eu vi a tristeza que ele esconde de todos por trás dos seus olhos, nem mesmo Samuel continha tanta tristeza assim

– ei! Tudo bem amigo um dia pode acontecer vai que algum deus está do nosso lado

Sorri triste enquanto dava tapinhas na sua costa, continuamos a comer e assim que acabei subi direto para meu quarto, sou o único com um quarto apenas para mim, por causa do meu problema em lidar com muitas pessoas em um lugar só, e como sou o único que chegou aqui desde bebê eles me deram esse privilégio

Deitei na cama e fui logo fechando os olhos, a noite me fazia muito bem, porem, noite com chuva e trovão me faziam acordar perfeitamente bem, nunca soube porquê mas Madame Bovary sempre me disse que a única coisa que me fazia dormi eram os barulhos do trovão, o clarear dos relâmpagos e a chuva a noite, por sorte hoje foi um dia cheio disso tudo e agora a noite os relâmpagos e o trovão estavam mais forte ainda como se uma grande briga dos dois estivessem acontecendo no céu

Meus olhos foram pesando rapidamente e meu corpo ficando mole..

[...]

– Parabéns PRA VOCÊ! NESSA DATA QUERIDA, MUITAS FELICIDADES, MUITOS ANOS DE VIDA!

Daniel pula em cima de mim assim que termina de cantar a música Matheus e Samuel observam da porta os dois estão com embrulhos escondidos na costa, como sei disso? Sei disso porque é isso que fazem todo ano

– ótima maneira de acorda eu no meu aniversário Daniel

Digo revirando os olhos enquanto ele sai rindo de cima de mim e se arrumo ficando em pé, me sentei na cama ainda com sono e observei eles esperando os presentes

– muito bem eu começo – Matheus falou empolgado vindo até a mim e me entregando um pequeno embrulho mal feito – deu trabalho para fazer o embrulho vamos se dizer que não sou muito bom nisso

Sorrio para ele e como todos os anos falo

– o que importa é que tentou lembra ?

Ele concorda com a cabeça e me espera abrir, faço bem devagar para dar aquele suspense então fico surpreso com o que vejo era um porta retrato com a nossa única foto juntos, odeio tirar foto pois odeio o flash da máquina mas me lembro exatamente desse dia, todos os três me arrastaram até o jardim dizendo que precisávamos de uma foto junto pois logo, logo, iríamos nos separar e todos precisamos nos lembrar dos amigos que tivéssemos aqui

– ficou lindo

Falo quebrando o silêncio que se seguiu quando abri o presente, nós quatro estávamos abraçados sorrindo cada um de um jeito diferente, Eu loiro dos olhos cinza ou cor de tempestade como Abigail a diretora do orfanato costuma falar, Matheus moreno com cabelos pretos e olhos da mesma cor, Samuel e Daniel tinham o mesmo cabelo castanho e os mesmos olhos verdes porém Samuel era mais alto que todos nós e Daniel era o mais baixo de todos nós.

– adorei o presente!

Falo dando nosso tradicional aperto de mão, para cima, para baixo, de um lado, do outro, aperta e beleza.

– nossa vez!

Daniel e Samuel falam e se aproximam entregando um único embrulho como todos os três anos para poupar dinheiro eles compram algo junto

Abro o embrulho e sorrio com um jogo de corrida

– obrigada amigos, eu adorei também!

– vamos jogar mais tarde?

Daniel viciado em jogo pergunta empolgado, concordo com a cabeça

– agora saiam preciso me trocar.

Eles fazem o que peço e me levanto para tomar um banho, vou pelo corredor com a roupa na mão e a toalha no ombro entro no banheiro que fiquei por meia hora, assim que saio dou de cara com Madame Bovary que sorri para mim e me abraça

– parabéns pequeno Ty!

Retribuo o abraço

– obrigada

Ela se afasta e pega algo do bolso

– não deu tempo de embrulhar então..

Ela me entrega uma corrente de prata brilhante com um pingente de um *martelo prata pequeno coloco rapidamente a corrente no meu pescoço que cai perfeitamente

– essa é a única coisa que veio com você, estava no seu pescoço e na carta dizia para dar apenas quando fizesse 17 anos

– carta? Que carta?

Pergunto curioso mas Madame Bovary já estava virando o corredor com seus passos rápidos e ágeis, então tinha uma carta, alguém lá fora sabe que eu existo, mais quem? Meu pai? Minha mãe?
O que vai acontecer comigo com dezessete anos?

*O Martelo de Thor, também conhecido pelo seu nome nórdico Mjollnir, é um símbolo antigo utilizado como um amuleto popular entre os vikings. Tinha o valor equivalente ao da cruz para os cristãos.