dor de cabeça. o sol me acorda, estou meio atrasada, mas ainda da tempo. levanto e abro a porta do quarto, vou fazer café. minha garrafa de whisky está vazia. a de vodka sumiu, vou encontra-la quarta no chão do meu quarto. preciso comprar mais uma garrafa agora ou vou esquecer. compro rápido, mas quando volto pra casa já não da mais tempo, só se eu fosse de carro, mas não sei onde está a chave, e só vou encontra-la sexta.
vou até o banheiro e ligo o chuveiro. em 3 horas vou sair do banho com a cara inchada, procurando a toalha que usei ontem a noite quando estava muito bêbada. odeio segunda-feira.
no banho choro, saio dele procurando por algum maço. encontro, e volto pro banho. encho a banheira, e fumo, e choro. se meu celular não tivesse na sala eu com certeza ligaria pra ele. em vez disso penso nele. seus olhos verdes, e o jeito que você sorria quando eu interrompia sua escrita, como você me abraçava, me pegava no colo, me levava pra cama. tão completo. quando a gente levantava alguns momentos depois, com sorriso no rosto, e algumas gotas de suor. você dizia me amar. eu dizia de volta. eu ia colocar minha roupa, mas você dizia que eu estava tão bonita... vamos jantar. sem roupas e sem regras, porque a gente não precisa delas. você bebia água, e eu algum drink que você fazia cheio de amor.
lembro de seus ombros baixos, e das lagrimas que escorriam de seus olhos avermelhados, das suas desculpas. ele diz adeus, e suas costas saem pela porta, porta que nunca mais foi a mesma, que ainda parece igual, mas agora ele não a abre, agora ela parece quebrada. agora meu coração aperta e cai toda vez que a vejo quando vou preparar o jantar para dois que só eu vou comer.
