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Permita que eu me apresente: Pam Ya Sojin. 22 anos. Atendente bomba de alegria do Coffee Place e sua futura diretora de dramas, muito bem, obrigada.

É a manhã de uma segunda-feira fria e a mão macia e quentinha da minha irmã mais nova está apertando a minha. Ela tem sete anos e pela primeira vez desde que nasceu vai embarcar numa viagem sem a gente - omma, appa, Hyunjae e eu. Não é uma sensação ruim por completo, no entanto. Consigo sentir suas vibrações a medida em que nos aproximamos do ônibus da escola. A professora acena para nós duas quando nos avista, Hana e eu acenamos de volta.

- Unnie. - Olho para baixo, para ela, balançando nossas mãos para frente e para trás. Seu par de olhos amendoados se erguem para mim. Estão estranhos desde ontem.

- O que houve? - pergunto - Quer voltar?

Hana puxou a nossa mãe. É branca, tem olhos puxados e cabelo liso, enquanto eu sou o extremo oposto da família; pele marrom e cabelo cacheado. Não pareço com ninguém da família. Nem mesmo coreana eu sou. Uma estranha no paraíso, completamente.

- Não. - respondeu, por um momento, achei que fosse pular no meu colo e pedir para voltarmos para casa, mas parece que nossa pequena Hana está crescendo rápido demais - É que o meu  namjachingu sumiu.

- Seu nam-namja-namjachingu? - ela ascentiu, como se sua declaração não fosse uma surpresa - Desde quando na Terra você tem um namorado, Hana-ah?

Largo sua mão e paro de andar. Estou de braços cruzados e batendo o pé como a nossa mãe faz quando quer explicações. Tento fazer a mesma careta, mas não gera o mesmo efeito. Hana está achando graça da minha reação.

- Faz três anos. - esbugalho os olhos, começo a tossir. - O nome dele é Kim Mingyu, sabe, ele é bonito. Ele me completa, unnie.

Eu penso: quem na Terra é Kim Mingyu?

- Calada, você não tem idade para essas coisas, Hana, mas... você disse que ele sumiu. - Realmente quero acreditar que esse Kim Mingyu seja apenas e somente uma criação de sua mente, levando em conta a imaginação super fertil da minha irmã mais nova, e como eu, pelo fato de está crescendo e se contaminando com o mundo real, está passando por aquela fase da vida em que as criaturas imaginárias estão sumindo.

Hana abaixa a cabeça.

- Ele ainda não voltou, unnie. Estou com medo de que ele não volte nunca mais. - diz com lágrimas nos olhos - Unnie, - ela puxa o meu braço me forçando a ficar na sua altura - eu preciso que me prometa uma coisa.

Ergo uma sobrancelha.

- Prometer?

- Prometa que vai encontrar meu Mingyu.

- Hana, lilili yabbay, não é assim que as coisas funcionam. Eu sou uma atendente de cafeteria, não uma detetive. Esse caso é da polícia. - eu digo.

- Não, unnie, por favor, encontre Mingyu, a polícia vai demorar demais. - Não suporto ver Hana chorar, ainda mais por conta de um amigo imaginário que ela insiste em me fazer acreditar. Ou pior, vai saber se esse Kim Mingyu é um garotinho da sua turma que nem lhe dar bola - Ele deve está assustado e com fome, Mingyu ama comer, unnie, estou preocupada que ele esteja fraco e com sede. - Envolvo Hana em um abraço apertado - Unnie, por favor, unnie, encontre meu namjachingu.

- Está bem, está bem, está bem. Eu vou encontrar o seu... namjachingu Kim Mingyu, e trazê-lo para você sã e salvo sem nenhum arranhãozinho. Promessa de mindinho. - entrelaço meu dedo mindindo no dedo mindinho dela e aperto - Promessa de mindinho é séria, certo?

- Certo.

- Agora vamos limpar esse rosto e sorrir como a primavera. - passo a manga da minha blusa pelo seu rosto redondo e pálido, secando as lágrimas que haviam transbordado - Isso aí. Acho melhor você ir, sua professora está chamando.

Hana sorriu e depositou um beijo na minha testa.

- Diga a omma, ao appa e ao oppa que vou me comportar e me alimentar bem. E... mais uma coisa, quando você encontrar meu namjachingu, diga que... - ela rir timida - que ele é o meu ultimate. Tchau, unnie!

Hana me abraçou uma última vez e correu na direção do ônibus. Ela tinha sete anos e um amigo imaginário, isso deveria ser normal, coisa do crescimento e tal. Até eu tive um amigo imaginário que jurava ser real. Nossos pais entravam na brincadeira e agiam como se ele existisse também, então eu cresci e ele deixou de existir. Com isso, um pensamento me atinge: como eu iria encontrar alguém que não existia?

Nota da autora

Appa > "pai"

Omma > "mãe"

Namjachingu > "namorado"

Unnie > "irmã mais velha" usado de mulheres mais novas para mulheres mais velhas.

Lilili Yabbay > branco elegante, uma referência ao MV "Lilili Yabbay" do SEVENTEEN e por que Pam Ya Hana é branca.

Sobre Pam Ya Sojin: é uma estrangeira adotada por um casal de coreanos e trazida para Oryunkdo ainda bebê. Ela quer entrar na K-Art (Universidade Nacional de Artes da Coréia do Sul) e se formar no Departamento de Direção porque o seu sonho é ser uma grande diretora de dramas.

Obrigada por lerem! Não sejam fantasmas
É a minha primeira fanfic no universo kpop
Digam o que acharam
Tchau
*aceno*

Tem um Idol na Minha Casa ~KIM MINGYU~Onde histórias criam vida. Descubra agora