Já avia aceitado o contrato a poucos dias e estava esperando uma confirmação do pacto, mas as coisas continuavam da mesma maneira de sempre.
Foi então que um dia a vi, mais ou menos uma semana depois de tudo ter começado, ela era a confirmação que eu tanto esperava e mesmo de longe eu já sentia que era ela.
Nunca imaginei que a pequena garota fosse serva de Antáres, com seus traços angélicais, olhos pequenos e violata, cabelo curto e preto.
Tudo nela transparecia pureza e delicadeza, mas algo em seus olhos e suas maneiras me incitavam.
– Jonruel? – Chamou com uma voz baixa e calma ao se aproximar.
– Sou eu mesmo senhorita. – Respondi da maneira mais formal e concentrada que consegui.
– Existe algum lugar mais privado para essa conversa? – Murmurrou olhando fixamente para mim e concordei meio constrangido.
A guiei pela minha casa até uma sala privada cheia de livros, onde eu normalmente trabalhava e me sentei em um sofá de frente para a garota.
– Jonruel Meganos, você aceitou todos os termos do contrato e prometeu honrá-los devidamente. Por causa disso estou aqui, preciso marcá-lo para confirmar o juramento. – Ouvi atentamente suas palavras e então uma dúvida brotou na minha mente, porém fiquei em silêncio esperando algo acontecer.
Então ela se aproximou e me beijou, o que acabou me pegando de surpresa, mas por algum motivo eu relaxei instataneamente e minha mente ficou entorpecida.
Um cheiro delicioso de jasmin preencheu o ar e eu me sentia como se estivesse em meio a um sonho, foi quando senti os beijos da garota abaixarem e ela abrir o ziper da minha calça.
Estremeci ao sentir sua boca me tocando e sua lingua me acariciando.
Quando eu já estava sentindo um certo incomodo por ficar parado e não poder tocá-la. A jovem então levantou e passou entre as pilhas de livros antigos que eu adorava estudar.
Meio curioso e sentindo que ela me chamava, segui a jovem até pararmos em um espaço mais aberto e que eu usava para descansar, onde nele tinha apenas uma cama de casal simples e um guarda-roupa antigo.
E suavemente ela se sentou na borda da cama, parecendo relaxada com a situação, e logo notei seu vestido aberto na parte de cima, expondo seus seios.
Parei e desviei os olhos envergonhado e na mesma hora percebi que não sabia nem o seu nome, então me senti culpado e minha parte racional começou a voltar.
– Armênia. – Falou e consufo desviei meus olhos e a fitei. – O meu nome. – Então a imagem mitologica me veio a mente, uma das servas de Antáres e se me lembro bem suas histórias datavam de mais de 5 mil anos atrás.
– Como pode? A imortalidade é apenas uma dádiva concedida aos deuses. – Minhas palavras refletiam minha descrença, então a garota apenas inclinou a cabeça pro lado, parecendo ao mesmo tempo confusa e curiosa.
– Não sou exatamente imortal, pois minha idade é insignificante para um deus que tem a imortalidade, porém para um humano que tem o limite de vida os 70 anos, posso ser considerada quase uma raridade. – Escutei atentamente enquanto ela explicava e comecei a refletir sobre suas palavras, foi quando ela se aproximou novamente de mim e me beijou.
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Acordei no dia seguinte me sentindo cansado e com uma dor pelo meu corpo todo, só consegui sair da cama depois de fazer muito esforço, mas mesmo assim me dirigi até a cozinha cambaleando e dei alguns passos para trás assustado quando entrei no comodo.
Vi claramente a silhueta de uma garota virada de costas para mim, pelas suas roupas poderia ser uma camponesa que parecia bem avontade em minha cozinha pois cantarolava enquanto cortava alguma coisa que eu não conseguia ver.
– Quem é você? – Questionei descrente e a jovem se virou e me encarou.
– Não deveria ter levantado ainda, seu corpo ainda não se acostumou com o que recebeu, deveria voltar para a cama. – Escutei enquanto a analisava e me espantei quando vi em sua bochecha direita o símbolo da promessa, o mesmo símbolo que agora estava gravado em meu peito. – Bem.... Deixe-me apresentar, sou Gareia ou Gare se preferir, fui encarregada de cuidar do seu contrato. Sou sua guardiã, para ser mais exata. –
Prendi a respiração por alguns segundos e depois suspirei, eu ainda estava descrente sobre tudo isso, na verdade tudo não parecia de um sonho.
Eu sou apenas um historiador que resolveu por em prática umas das coisas que tinha lido em um dos seus vários livros por causa do desespero e mesmo acreditando em tudo isso um pouco, me vi perdido, pois agora estou no meio desse mundo no qual antes eu só tive conhecimento atráves das histórias.
Olhei a jovem que me observava curiosa percebi que isso seria mais complicado do que avia imaginado.
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Contos de Antáres
Short StoryAlgumas histórias de um universo criado por mim, onde deuses existem.