Kihyun P.O.V
Aqui realmente é o meu pódio. Meu Porto Seguro... Meu lar.
Passei minha vida praticando para isto, sem tempo para nada além do meu aconchegante piano e suas tão bem conhecidas por mim teclas. Não me arrependo. Faço o que amo e ainda ganho e sou reconhecido por isso..
Cada noite em que me apresento, sinto como se fosse a minha primeira vez ali. Quando todas as luzes se apagam e há apenas dois grandes holofotes sobre mim e o piano, quando todas as atenções ali são dirigidas a mim. Não diria que não me sinto nervoso, seria mentira. Mas esse nervosismo é, de alguma forma, tão confortável?
Saber que as pessoas ali presentes confiaram seu dinheiro e entretenimento à mim, isso é uma grande responsabilidade! Por isso, passo meus dias treinando para não decepciona-las. Sei que tenho sucesso quando meus dedos param de dançar nas teclas e depois de segundos, aplausos, assobios e gritos são suficientemente audíveis ali.
Todas as grandes noites para mim são extremamente interessantes, principalmente por alguém ali em especial.
Nunca deixei de notar a moça de lábios vermelhos, pele clara e cabelos escuros e curtos que sempre estava ali presente. Ela era minha fã número um, e também, minha força para continuar.
Essa moça, não era ninguém menos que __________, antiga colega do ensino médio. Nunca fomos muito próximos. Umas vezes eu a ajudei em algumas matérias, percebia seu olhar diferente sobre mim. Mas na minha cabeça isso era loucura minha.
Eu. Yoo KiHyun. O nerd, antissocial. E ela. A garota bonita que atraía a todos com sua beleza.
Embora ela fosse popular por sua beleza, ela não era de muitos amigos. Dois, ou três que estavam sempre ao seu lado... ela era diferente, por isso eu era louco por ela.
Nunca achei que a merecia. Principalmente no último ano, quando me meti em problemas e ela cuidou de mim.Flashback ON
"Eu já havia bebido todas, estava fora de mim. Magoado e frustado, agora enfurecido por ter ouvido tais palavras sobre a garota que eu amo.
__Isso mesmo. Ela não passa de uma vadia! - Dizia Choi SunChae do outro lado do bar.
Ele estava bêbado, e eu também. Ele falava tanta asneira sobre a garota que deveria ser minha! E eu estava profundamente ferido em saber que ele a tinha e a tratava mal.
Tomado pela raiva e pelo álcool, levantei-me e andei até à mesa que ele estava com os amigos e parei em sua frente. O encarei até que ele percebesse minha presença.__Yoo? - Riu. __ O que está fazendo aí? Sente-se, eu pago uma rodada pra você...
Por um momento esqueci tudo o que ele falara sobre _________, e me sentei a sua frente.
Peguei o copo de vodka e o tomei em um gole. Choi me olhou surpreso.__Interessante... não sabia que era capaz de tanto.
"Você não sabe nem metade do que sou capaz.." pensei por um instante.
O barulho de um celular tocando fez com que Choi levasse sua atenção a tela do aparelho. O vi bufar e então atendeu.
__O quê você quer?- Falou ríspido. __Escute, _________ eu não irei gastar meu tempo com você, então vá dormir e amanhã conversamos!
Eu estava prestes a ficar louco...
Como ele ousa agir assim com ela?__Cale a boca, se não quiser levar um pé na bunda faça o que eu te pedi.
E então desligou.Cerrei meus punhos e o encarei com frieza.
Poderia matá-lo com meu olhar.__Se eu soubesse, teria ficado com a Jinhee, ela é mais gostosa.
Pra mim aquilo era tudo.
Sem falar nada, o surpreendi com um soco certeiro no rosto, o fazendo cair no chão e me dar tempo de prendê-lo no chão com meus joelhos e enchê-lo de socos.
Os outros tentavam me tirar de cima de Choi mas não conseguiam, eu estava tomado pela raiva.Com os punhos sangrando e Choi já desacordado me levantei tentando me recompor, todos estavam assustados, então ouvi a porta do local abrir e logo ela apareceu. A cena fora chocante para ela, isso estava em seus olhos. Então ela saiu.
Eu fui atrás dela. Precisava me explicar, precisava que ela me ouvisse...
Quando sai porta a fora do estabelecimento, a procurei e ela estava encostada na parede, chorando.
Me odiei naquela noite por ter a feito mal.
Me aproximei dela e a vi recuar... ela sentia medo de mim?__Eu... Ah.. __________ não precisa ter medo, eu nunca te machucaria!
Ela apertou as mãos, forte, tentando se conter por algum motivo.
Sempre amei as mãos dela.
Então ela se aproximou e me abraçou.
Ela era pequena, sua cabeça batia em meu peito. Eu a abracei de volta.Ela se soltou e me olhou.
__ Preciso cuidar disso.
Então ela não falou mais nada. Apenas me conduziu até sua casa, que não era longe dali. Apenas algumas quadras.
Entramos e ela me deixou na sala e foi para a cozinha pegar medicamentos. Durante esse tempo pude ver as fotos da estante, ela era uma criança encantadora.
Haviam algumas fotos de sua amiga também. Elas dividiam o mesmo apartamento.Quando ela voltou pediu para eu me sentar no sofá para ser mais fácil.
Ela pegou minha mão direita e com um algodão humedecido passou delicadamente por cima dos ferimentos.
Ela fazia com tanta precaução.
Olhei-a e sorri.
Ela terminou de limpar e então enfaixou.
Levei minha mão esquerda e coloquei uma mecha de seu cabelo atras da orelha, ela olhou para mim com uma expressão indecifrável. Puxei sua cintura e ela caiu sobre mim, e a esse ponto já teria perdido minha cabeça o suficiente, então a beijei. E ela retribuiu.Estava tão feliz naquele momento. Acabamos indo longe demais."
Flashback OFF
Mas depois de tudo eu acabei não conseguindo olhar para ela. Por algum motivo que nem eu mesmo sei.
Tinha medo que ela risse de mim... Mas ela nunca faria isso.
Me mudei para os EUA para me focar nas aulas de piano. 5 anos sem vê-la...
E agora, eu estou aqui neste recital. A vendo ali presente e a deixando partir novamente...
É quase uma rotina, ver ela, ter vontade de ir atras dela mas nunca ir. E ela nunca se cansa pois comparece em todas as minhas apresentações.Tenho certeza de que ela é o verdadeiro amor da minha vida, mas nunca poderíamos ficar juntos. Mesmo que tentássemos. Então a deixarei partir novamente, sabendo que um dia ela se cansará e irá sumir.
Queria a ter inteiramente em minha vida, ver seu rosto todas as manhãs e poder tocar nela sempre que quisesse...
Faria de seu corpo e cada curva sua, meu mais majestoso piano.Mas eu não sou digno de tê-la.
Talvez eu possa viver amando ela de longe. Que as notas do piano venham ser os milhares "eu te amo" que eu diria a ela se pudesse.