Carta: 2 A Única Cura

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No dia seguinte acordei com meus olhos latejando, desço as escadas para pegar gelo e acabo me esbarrando com minha mãe. Tento não olhar para ela... Até porque eu não queria nenhum tipo de pergunta sobre o meu olho inchado super incrível.

   Abro a geladeira pego o gelo e ponho em meu rosto. Indo pro quarto ela me para e pergunta.

Mãe - Oque foi isso no seu rosto?.

Eu -  Foi o...

Mãe - Olha eu não quero nem saber, até porque não me importa isso.

Eu - Tudo bem então

Mãe -Tá olhando oque!?

Eu - Nada mãe, desculpa

Mãe - Eu deveria ter te jogado no lixo antes de nascer. Olha... Vai no mercado e me compra um absorvente.

Eu - Porque não manda o Davi?

Davi era meu irmão mais velho, tinha uma banda de rock, aquelas bandas de garagem, e advinha quem era o baterista e o guitarrista?... Isso mesmo "Diego e Matheus", é aquele velho ditado "se não vou ao inferno, o inferno vem até mim"...

Mãe - moleque você tá me respondendo?, anda logo que Davi e os meninos estão ensaiando, ANDA!!.

Indo para o mercado, por ironia do destino acabo encontrando Gisele, ela era a última pessoa que eu queria ver naquele dia. Mas eu não podia evitar... Só de olhar pra ela eu já ficava com aquela cara de bobo apaixonado.

   Tentei evitar ela, até porque eu não queria passar pelo que eu havia passado no dia anterior. Depois de evitar completamente ela, Comprei o absorvente e fui para casa. Chegando no inferno (casa), entrego o absorvente e vou para o meu quarto, quando me vem as palavras daquele menina na minha mente "curar a dor com a dor"...

2:30 da tarde, esculto a capinha tocando, desço as escadas e vou até a porta para ver quem é...

Eu - Quem é?.

E és que a pessoa responde...

Pessoa - sou eu Gisele.

Abro a porta, sem entender aquilo, o porquê dela estar aqui, eu pergunto.

Eu - o...o...oi Gisele, oq veio fazer aqui? O Matheus já foi embora já faz um tempo.

Gisele sempre vinha aqui esperar o Matheus depois do ensaio da banda.

Gisele - Pedro... Vc esqueceu? a gente marcou de fazer o trabalho de química juntos hj.

Eu - Aii desculpa, pode entra vem.

Horas se passaram, eu e a Gisele estávamos fazendo o melhor experimento sobre Dissolução do isopor em acetona, já tínhamos acabado o experimento, quando ela olhou pra mim e falou.

Gisele - Pedro...

Eu - oi?

Gisele - desculpa eu não pude deixar de reparar mas... Porque seu rosto tá assim?

Eu - Aaa... Eu tava correndo e... acabei não olhando pra frente na hora e bati de cara em um poste.

Gisele - Pedro, você tá mentindo. Eu sei o que aconteceu, vc precisa contar pra alguém, você não pode viver assim pra sempre!!.

Eu - melhor você ir embora Gisele, eu não quero falar sobre isso...

Gisele - tudo bem então... Te vejo segunda?.

Eu - não sei.

Fechei a porta... me senti mal por aquilo, ela não merecia. Subi para o quarto e fechei a porta, e comecei a chora e neste momento de choro uma palavra ressoou em meus pensamentos. Era a voz daquela menina mas dessa vez era diferente, ela falava a frase "cure sua dor".

Peguei uma gilete e fui para o banheiro, pus a gilete no pulso e o cortei... Um corte bem profundo, aponto de deixar o chão do banheiro melado a sangue. Na mesma hora senti um alívio, como se meus problemas acabassem em apenas um único e simples corte no pulso.

Tomei um banho e deitei em minha cama... Olhando para o teto eu só consegui pensar em uma única coisa... "encontrei a cura para minha dor?"...

25 cartas de um suicidaOnde histórias criam vida. Descubra agora