São exatamente 7h da manhã de uma segunda-feira. Estou a caminho da escola. Estou terminando o 7° ano do ensino fundamental com 13 anos de idade. Se eu já repeti de ano? Não, não. apenas comecei atrasada mesmo. Em uma parte do caminho encontro minhas amigas, Larissa e Amanda, e fomos conversando sobre as provas que estavam por vir, o quanto estávamos nervosas com o fim do ano, o quanto sentíamos falta da nossa baixinha Duda, que tinha ido embora no meio do ano letivo, por conta de uma mudança familiar.
Ao chegarmos na escola, me deparo com a minha primeira decepção amorosa: Pedro, o primeiro namorado, o primeiro de muitos a partir meu coração em pedaços ao terminar comigo com apenas 15 dias do meu primeiro relacionamento sério com alguém. Foi frustrante, mas depois de algum tempo conseguia olhar cara a cara e não sentir mais nada! Não existe sensação melhor no mundo inteiro que passar por alguém que você já amou muito, e que te fez sofrer e não sentir mais nada. E antes que me pergunte, sim, comecei a namorar muito nova. Sempre fui muito afoita pra namorar, não consigo parar quieta. Sempre que um saia, já tinha outro em mente em menos de uma semana.
Fui com as meninas até a sala. Último dia de provas, o ano está acabando e vou me mudar novamente. Minha família mora de aluguel desde os meus cinco anos, e a gente sempre vive nessa vida de ciganos, isso me deixa tão mal, sempre que faço várias amizades, começo uma vida normal... lá vamos nós.. mas já estava tentando me adaptar a isso, já que minha mãe me permitia me locomover de ônibus sozinha, desde de que sempre ligasse pra ela quando chegasse, e ela tinha que saber com quem eu estava, o que era fácil já que ela já conhecia minhas amigas.
O sinal tocou. Todos saímos da sala nervosas.
Amanda me olhou aflita e disse:
- Acho que fui mal nas provas, não quero ficar de recuperação, quero passar, junto com vocês...
- hey, você vai ficar bem, ajudaremos no que for preciso Mandinha.
Disse eu, tentando acalmá-la com uma voz mansa e a abraçando.
- Aí vem a Lari. (Disse eu olhando para o corredor olhando de onde vinha Lari) Como você acha que foi?
- Espero que bem. Odiaria ter que vir a escola quando poderia estar dormindo durante o mês inteiro. Uma pena que o resultado só sai em Janeiro, estou ansiosa. (Disse Lari)
Fomos aproveitar a festa que fora preparada para comemorar o fim do ano letivo na quadra de esportes da escola. Muita música alta, meninas dançando feito loucas, garotos flertando com as meninas da pista de dança que dançavam enlouquecidas ao som de Rihanna. Logo vi meu ex namorado com uma menina nova que ele provavelmente estava ''pegando''. Ignorei.
Quando trocaram de música, minhas amigas gritaram enlouquecidas e diziam: ''Ariel, venha! É a nossa música!"
(PS: A música é a que está aí a cima, no vídeo. Chama-se Locked Out Of heaven, do Bruno Mars)
Sabíamos a coreografia decorada e começamos nós três a dançar no meio da quadra, na frente de todo mundo. Alguns adoraram o clima maravilhoso, sorriam e entraram no meio de níos para dançarem juntos. Pedro não parava de olhar nem por um segundo, deixando a menina que estava com ele irritada a ponto de deixá-lo sozinho. Ele pouco se importou. E eu já nem reparava mais nele, já não sentia mais nada. A noite continuava seguindo com música, dança... Nesss tempo a galera ainda não era de levar bebida alcolica, então nos embebedávamos de refrigerante mesmo, e acredite ou não, era muito melhor. Sem ressaca no dia seguinte, sem dor de cabeça ou vômitos em momentos inesperados e lembrávamos de tudo que tinha acontecido na noite anterior.
Ás 20h da noite, nos despedimos no portão da escola, com um longo abraço, inúmeras fotos, e até choro!
Larissa: Hey meninas, nos vemos no dia da entrega de boletins.
Amanda: Isso não é uma despedida Ariel, pare de chorar!
Todas caímos na risa, nos abraçamos e fomos embora, cada uma pro seu lado.
Quando cheguei em casa, minha mãe estava na sala, ansiosa pela minha chegada.
Mãe: E então, como foram as últimas provas?
Eu: Bem mãe, eu acho. Só precisamos esperar até Janeiro na entrega de boletins, e então saberemos se passei ou se vou pra recuperação, o que é pouco provável já que acho que fui bem nas provas.
Mãe: Que bom! Como as meninas foram?
Eu: Acho que bem. Mas a Amanda me pareceu preocupada. Disse a ela que eu e Lari ajudaríamos no que fosse preciso caso ela ficasse em recuperação de alguma matéria.
Fui pro quarto, infelizmente não era só meu, tinha que dividir com minhas duas irmãs: Luiza e Lívia, que são mais novas, e como todas as irmãs mais novas, elas tinham a obrigação de serem insuportáveis, e me tirar toda a privacidade que eu achava que tinha. Luiza era a do meio, super calma, já Lívia, apesar de ser minha irmã, é a que eu menos gosto. Ela é a mais esperta, apesar de mais nova, sempre fofocando e ouvindo tudo que pudia pra contar pra mamãe depois... Porém ela sempre me defendeu quando necessário. Luiza tinha 8 anos, e Lívia 7. Sem contar no meu irmão que, tinha 2 anos de idade,Daniel. mas passava a maior parte do tempo com a empregada da casa, que era considerada praticamente da família. Ela se chamava Silvia, nós a adorávamos por ser sempre tão engraçada e sempre nos ajudava quando fazíamos besteira. Ela sempre vinha de manhã cedo, e ficava até o fim da tarde. Quando minha mãe precisava viajar a trabalho ela dormia com a gente lá em casa, e passava a noite inteira no computador conversando e conhecendo novos rapazes. Era bem a cara dela já que ela ainda era nova, e muito bonita.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Revival
RomanceBaseado em fatos reais, mostrarei a vocês um universo paralelo ao que vivemos, onde todos os momentos serão eternizados em lembranças para a vida da personagem. Com intuito de mostrar que independente de tudo, podemos sair vivos porém com algumas c...