VII

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  — Por que ir pra casa agora? – Perguntou Gih — A festa começou praticamente agora! A gente não pode simplesmente voltar para casa, eu disse pra minha mãe que eu voltaria uma da manhã, e são 11 da noite!

  Ela continuou monologando, eu apenas peguei no braço dela e fui a arrastando para fora da casa.

  — O que é que tu tem hein mulher? – Indagou irritada.

  — Há tanta coisa que eu preciso te falar... Agora nessa zuada não consigo. Ligue para sua mãe agora. – Obriguei.

  Com bastante má vontade, ela ligou, e, em poucos minutos, a mãe dela já tinha chegado.

  Ficamos em silêncio a trajetória inteira, até a casa da Gih. Eu iria dormir lá, já que eu já tinha deixado com ela minhas coisas.

  Quando chegamos em casa, fomos imediatamente para o quarto dela.

  — Agora diga, o que foi que rolou?

  Gih parecia bastante curiosa, e eu decidi não prolongar muito aquela conversa.

  — Além de eu ter te visto com meu ex? Ah, aconteceu algo inimaginável, que você não vai acreditar. – Falei.

  Ela suou muito quando eu falei que a vi com meu ex.

  — Eu posso explicar isso! Eu não queria, mas ele...

  — Deixa isso pra lá vai, tem coisa mais importante pra eu dizer nesse exato momento. – Interrompi.

  Contei para ela tudo que tinha acontecido na festa, ocultando apenas as partes do meu cupido, já que eu sabia que ela não ia acreditar que meu cupido caiu do céu. Falei do beijo. Falei do choro, do desmaio, de tudo.

  — Bom, eu meio que sabia que ele gosta de mim, nós meio que tivemos um lance um tempo atrás...

  — E o pior de tudo é que eu não sei o que senti naquele beijo – Interrompi Gih — Eu teria certeza que não senti nada, mas... Eu não sei. Eu definitivamente não sei, e... Pera aí, como assim vocês já tiveram um lance?

  — Eu e ele já ficamos uma vez – Comentou ela — Ninguém sabe disso. Foi no aniversário dele. Todo mundo já tinha ido embora, e eu fiquei lá com ele, ajudando a fazer algumas coisas. Pois bem, ele, do nada, disse que queria me beijar. Então eu beijei ele. Aí nós nos prometemos que não contaríamos isso para ninguém, não sei porque. Acho que desde aí que ele gosta de mim, sei lá.

  — Nossa, isso faz tempo então viu, que o aniversário dele foi em agosto... – Falei — Por que você nunca me contou isso? Não somos melhores amigas?

  — É que ele pediu pra guardar segredo, mas, com isso tudo acontecendo, eu decidi contar – Gih respondeu enrolando uma mecha de cabelo em seu dedo, como costuma fazer quando está um pouco tensa — Sabe, eu não gosto dele assim, é que tipo, ele é bonito e beija maravilhosamente bem, mas é que aquilo não significou nada pra mim. Eu nem sequer fiquei relembrando o beijo a todo instante, como eu faço normalmente.

  Engoli em seco. Para ela, o beijo não significou nada. Mas para mim? Eu não conseguia nem processar aquilo direito. Quer dizer, eu não conseguia parar de pensar nisso! Qual é, eu tinha acabado de sair de um namoro, eu não poderia ter me apaixonado apenas com um beijo não é?

  — Gih, preciso te confessar algo. – Falei, não aguentando os meus milhões pensamentos. Minha cabeça estava prestes a explodir.

  — Pode dizer.

  Contei o que estava se passando pela minha cabeça. Toda aquela confusão nos meus pensamentos. Que eu estava com medo de estar me apaixonando por ele.

Meu cupido é um desastreOnde histórias criam vida. Descubra agora