O Fantasma

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Acordei com uma dor de cabeça terrível. Não deveria ter bebido tanto. Mas hoje era um novo dia. Ou o mesmo
Não está entendendo nada né? Da primeira vez que retornei também não entendi, mas vamos falar da vez que me fez retornar em primeiro lugar.
Mel, minha amiga de escola, tinha me chamado para ir em uma boate. Vulgo fazer eu esperar na fila junto com ela e me deixar no bar mexendo no celular enquanto se agarrava com um cara aleatório no banheiro.
E era exatamente o que eu estava fazendo quando ele chegou com aquele sorrisinho diabólico e sussurrou no meu ouvido.
- Sabe esse não é o tipo de lugar para ensino médio... Nem pra gente entediada.
Olhei por cima do meu Candy Crush. E fingi perceber o lugar pela primeira vez.
- Ahh... isso explica. Deve ser a Boate para Pessoas Intrometidas.
Antes que eu voltasse a jogar ele encostou no meu queixo com leveza.
- Talvez. Quem sabe uma conversa te tire do limbo Ensino médio.
Olhei com desconfiança e guardei o celular.
- Você não parece o tipo de cara que consegue tirar alguém do limbo.
Ele me deu um sorrisinho diabólico. Argh, era o tipo de cara que tira alguém do limbo. Sem síndrome de Edward Cullen. Sem síndrome de Edward Cullen.
- Deixa eu adivinhar, veio com uma amiga. Ela te deixou sozinha aqui à mercê de qualquer tipo de gente então não e uma boa amiga. Provavelmente você considera a sociedade um desperdício ...
Ri.
- Agora os caras conseguem ver niilismo através de uma conversa de bar?
- Qualquer pessoa de 16?
- 17
-17 anos jogando Candy Crush em uma boate não apropriada para a idade dela ao invés de estar enchendo a cara tem um quê de niilista.
- Me surpreende que um cara de... 15?
- Engraçadinha.
- Enfim, que um jovem de 15 anos conversando com qualquer garota que parece sā em uma boate sequer saiba o que é niilismo.
- Percebi que é sempre delicada. - chegou mais perto - Caso queira saber você parece que tem problemas mentais graves.
Qual a técnica dele? Analisei a postura corporal. Os pés virados para mim, o peito ligeiramente estufado e as pernas afastadas para demonstrar confiança. Mas o sorriso ainda era indecifrável, charmoso e um pouco... sádico?
Lhe lancei meu melhor olhar de majestade. Sexy e ligeiramente exibida. Todos sempre caiam por ele. 
- Meu erro, você pega as que parecem porque aumenta suas chances correto?
- Exponencialmente - me deu outro sorriso diabólico.
Nós saímos de lá bem rápido depois disso.

A Teoria do CaosOnde histórias criam vida. Descubra agora