Meu fim.

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Cheguei ao fim de mais uma linha, mais um começo do meio do meu fim, e me pergunto se é isso mesmo que eu quero. Ainda queria ter mais daquela nostalgia dentro da minha alma, mais daquela vontade de aparecer para o mundo e provar que sou o melhor, mas mais uma vez me provo fraco e me destruo em meio ao vazio.

Meu foco, tenho que manter meu foco.

"A garota de azul, mar. Amar, degradar-se pelo bem de ambos."

Manter o foco.
"Ela me desmatou, matou, enfartou.
Colaborou com meu fim."
"Shhhhh!"

Todos estão focados.

"Nossa, mas aquilo foi ridículo!"
Penso alto sem nem perceber. Certos colegas de classe me olham estranho.
Mas o que eu pensava?
Foco.

O foco me sufoca e, se não resolver, morrerei afogado. As lágrimas saem em arritmia e meus batimentos perdem o ritmo. Ansioso, nervoso, ou é só a boêmia.

Vivo cada dia.
Morro ao final de cada dia.

Já tentei ser uma lista de telefones, memorizar cada sentimento com nome e localização.
Não passo de um caderno de números e sentimentos antigos.

Sinta medo.
Eu sou o segredo.

Não tenho medo de ir à frente e enfrentar todos os olhos e lugares.

Foco.

Já passei por lugares incríveis e não me lembro, pois não estava lá.

Você consegue me encontrar, me descrever, me escrever.

Adeus.

Finalmente vou descansar.

"Funcionamento executivo insatisfatório, memória de trabalho deficiente – ao longo da adolescência até a fase adulta, em comparação com pares da mesma idade."

TDAHOnde histórias criam vida. Descubra agora