≫ Lost in you, boy; {Jennie + Jungkook}

≫ Begin again

A mala parecia pequena para todas as coisas que ela queria levar. Jennie observava as fotos que estavam no topo da pilha de roupas. Ah, elas traziam tantas memórias. Lembranças de um passado distante que não voltaria nunca mais. Um sentimento de tristeza a invadia por dentro, era a falta da sua mãe. E lá estava nossa pequena Jennie, com uma flor no cabelo posando para câmera. Uma menina sorridente e confiante. A menina que se perdeu no tempo, em meio a um passado conturbado e triste, de eventos não explicados. Fotos de sua mãe naquela praia, faziam com que lágrimas teimassem em cair de seus olhos, mas ela não deixaria, sua mãe não ia querer ver sua filha assim.
Guardou as fotos com todo cuidado em sua mala, as ter por perto a deixava mais feliz.
Batidas na porta a tiram de seu devaneio.

— Vamos, Jennie. O jantar vai esfriar!

— Eu já vou, pai — respondeu — Só vou terminar com as malas.

Arrumou suas coisas e desceu as escadas. O senhor Kim havia preparado um grande jantar. Estava realmente impressionada, nunca o tinha visto fazer algo assim.

Vários parentes encontravam-se ao redor da mesa, alguns que ela nem se lembrava direito, outros que ela nem mesmo chegou a conhecer.

— Deem parabéns a mais nova universitária da família — disse seu pai, quebrando o silêncio daquela noite.

Ela sentiu suas bochechas queimarem e sentou-se a mesa. Ela pode perceber o sorriso do seu pai, que destacava as rugas esculpidas pelo tempo.

— Por que psicologia? — disse um jovem a quem ela julgava ser um primo de 2º ou 3º grau.

Aquela pergunta a pegou de surpresa, ela não sabia o que responder. Pensou por alguns segundos, e resolveu dizer algo que nem ela saberia se faria algum sentido.

— As pessoas possuem diferentes maneiras de se comportar e pensar, e às vezes elas se sentem confusas e com medo sobre tudo ao redor - fez uma pausa observando os olhos curiosos ao seu redor — E eu gostaria de ajudá-las a superar as suas dificuldades...

Pobre menina, não conseguia entender nem o que ela sentia, como poderia ajudar os outros a descobrirem sobre si. Outra coisa que ela também não sabia, afinal muitas dúvidas ainda rondavam sua cabeça.

Seu tio propôs um brinde em seu nome, e ela forçou um sorriso. Naquele momento, ela perguntou a si mesma:

"Eu consigo fazer todos ao meu redor felizes. Mas e quanto a mim mesma?"

Lentamente subiu as escadas, disse que estava cansada, e saiu. Deixou seu corpo pesar na cama, e por um momento esqueceu de tudo, e adormeceu como a muito não fazia.

Acordou e tomou o seu café junto a seu pai, em silêncio. Ele falava sem parar sobre como se sentia orgulhoso da sua filha na faculdade. Fez o possível para aproveitar cada segundo daquela manhã, cada detalhe, como se fosse a última vez. Olhou o relógio, o ponteiros indicavam que o momento havia chegado.

— Pai, eu tenho que ir. — disse e viu as lágrimas se formarem nos olhos de seu pai

Pegou as malas e foi em direção a porta.

— Eu só queria dizer que estou muito feliz — seus olhos brilhavam a cada palavra - Só te peço que seja feliz minha filha.

— Vou fazer o possível — disse quase como um sussurro jogada ao vento.

Afagou os cabelos castanhos de sua menina e a puxou para um abraço demorado. Ele não queria que ela fosse, queria que ela fosse para sempre sua doce garotinha. Mas sabia que não seria assim, ela já era adulta e fez sua própria decisão.

"Própria." Bem, era o que ele achava.

Suspirou e olhou para trás, viu seu pai parado na porta. Viu sua casa, e deu adeus a uma parte de sua vida que agora ficava para trás, para que uma nova surgisse.