para mim mesma,
de novo.
novamente a sensação de dor aguda que é o vazio.
antes, até para mim mesma, eu não parecia me importar, mas por algum motivo, a solidão sentida por mim é como um grito infinito no buraco que sou agora.você, talvez lendo isso anos depois, entenderá.
logo lerei essas palavras com angústia de não saber como parar essa dor que me força chorar.
você, talvez, saberá o que gostaria de me dizer agora. saberá o que gostaria de ter ouvido.
a resposta.
era isso o que gostaria de ter ouvido?
a resposta? o futuro?espero eu, que ao ler meus sentimentos de agora, não consiga senti-los. não por falta de compaixão, mas pela ausência alegre que essas emoções causam em minha futura vida.
minhas expectativas, como sempre, foram muito grandes. esperei demais de mim,
dos outros,
da minha rotina,
do mundo.mesmo me apoiando na arte, deixei a desejar em relação aos meus sentimentos. eu poderia ter sentido menos ou mais. gostaria que tivesse sido assim.
e aquela que você sempre via/vê no meio da multidão? aquela que fazia/faz seus olhos brilharam e sua boca suspiros soltar?
nada disso importará, certo?
é clássico, não sou ninguém.
como nas palavras escritas por mim em outro texto, sou cinza. o ser estonteante, é a mistura de todas as cores.nada disso importará.
será que você se importa o suficiente para se amar?vazio, estou sozinha. não deveria ligar, mas será que ligo?
eu mesma, diga-me o que diria ao encontrar meu eu do presente e você do passado jogada ao chão frio sem nenhuma ideia sobre que máscara colocar para o dia. o que diria sobre os falsos sentimentos que tenho que mostrar? e o que diria se eu me permitisse ser apenas e simplesmente eu mesma por um momento?
diga-me, eu mesma.
isso um dia passará junto com as memórias do verão passado?gabrielle.