Todos a abandonaram outra vez, as pessoas ao seu redor não eram mais as mesmas, ela percebeu que não fazia diferença alguma estar ali ou não. Então ela se fechou outra vez, ela odiava estar sozinha, se sentir sozinha, mas estragar a vida das pessoas não era uma opção.
Ela ficou sozinha novamente, era como se ela já não fosse mais o suficiente, ela apenas recolocava sua máscara e fingia que tudo estava bem, e no decorrer do tempo ela afastava as pessoas cada vez mais, não falava mais, não se juntava com seus amigos, não se juntava com a familia, a única que realmente ajudava, nem que fosse apenas por alguns instantes era a música..
"Eu penso em algo aterrorizante
Pois dessa vez não há som
Para eu me esconder atrás
Acho que ao longo da nossa existência humana
Uma coisa consistente e persistente
É que todos nós estamos lutando contra o medo"
A medida que ela escutava, sentia que podia ser ela mesma, que não precisava daquelas mentiras constantes naquela hora.Até que um dia uma pessoa foi falar com ela, ela estranhou no começo pois não tinha nenhum amigo a muito tempo, ela queria um (a) amigo (a), ela precisava disso, então resolveu dar uma chance, mesmo com muito medo de estragar as coisas, como sempre fazia.
Ela fez o impossível para conseguir manter essa amizade, mas sua máscara a atrapalhava. Ela não podia simplesmente tira-la por que ela tinha medo de se mostrar e ser uma decepção para os outros, assim como era pra sua familia. Ela não queria tirá-la, já estava acostumada a ser a pessoa que todos queriam, a ser a garota que nunca pedia nada, que nunca reclamava de nada. Ela precisava ser a típica garota perfeita, que todos amavam. O problema era que isso não funcionava com ela, com a mesma nunca foi assim, não importava o quanto ela tentasse ser a garota Perfeita, ninguém gostava dela, não havia alguém que a amasse de alguma forma (com exceção de poucas pessoas que eram de sua família [mas cá entre nós, ela não acreditava que eles realmente gostassem dela] apenas.), ela era uma típica zé ninguém, uma pessoa esquecida, esquisita, que não tinha importância alguma. A máscara servia pra esconder isso, servia pra esconder o seu lado sentimental, servia pra esconder quem ela realmente era. Ela se escondia por não ser boa o suficiente.
“Você sabe que não posso me mostrar para você
Me doar para você
Eu não posso te mostrar meu eu miserável
Então coloco uma máscara novamente e vou te encontrar”E assim, ela mais uma vez tentou ser outra versão de si, tentou arranjar amigos, alguém que gostasse dela.
Ela tinha suas próprias regras. Elas eram básicas, não muito fáceis de se seguir, mas na cabeça dela, elas eram necessárias.
Suas regras eram simples:
1) Não fale, você pode acabar falando de mais e isso com certeza vai prejudicar alguém, igual da última vez.
2) Não demonstre sentimentos, ninguém se importa com eles.
3) Nunca, em hipótese alguma, nunca tipo nunca mesmo, NUNCA chore. Principalmente na frente de alguém, eles vão te julgar por isso o resto da sua vida.
Seguindo essas regras, ela era a pessoa perfeita, mas ainda assim não era o suficiente, e nunca seria. Ela era e sempre seria um desastre, não importa o que ela fizesse, nada iria mudar. Ela podia vestir a melhor máscara que tivesse, não adiantaria de nada, ela ainda sentia. E mais uma vez ela estava no fundo do poço por dentro, e ninguém via, exatamente como ela queria."Eu fumei dois cigarros e nem fumo, não
Agora o sol está nascendo e eu estou meio sóbrio
E eu sei que não, mas eu ainda estou aqui esperando
Que fique melhor agora, whoa"
Pra ser o suficiente ela precisaria mudar muita coisa ainda.
Mas isso não vem ao caso agora... O que importava no momento era se ela conseguiria fazer isso...Não poder ser você mesmo é algo extremamente complicado, você tenta se encaixar ao máximo no mundo, mas o mundo não se encaixa a você. Quando olhamos no espelho e vemos aquela versão nossa na qual não gostamos, é decepcionante. A sensação de ser o que esta errado no mundo é horrível, ela não suportava mais ter que aguentar esse peso nas costas. Ela realmente queria desistir de tudo...
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Problems
Non-Fiction"Diga-me se minha voz não é real Se eu não deveria ter me atirado Diga-me até mesmo se essa dor não é real O que eu deveria ter feito, então?"