A Lenda de Bazerald

Prólogo

Em algum lugar sombrio e distante da próspera capital do reino, Physis, se encontra um pequeno ladrão tentando conseguir uma refeição gratuita. Tentava roubar algumas maçãs de um mercador para saborear em seu desjejum, quando o mesmo o flagrou colocando uma maçã no bolso.

- Ladrão! Ele está roubando minhas maçãs!

No final da rua já se avistava dois guardas exibindo o brasão do barão Malthus, um enorme pombo selvagem sobrevoando uma torre, porém num piscar de olhos Gwyn se encontrava nos telhados graças a alguns buracos na parede ao lado da loja feitos pela guilda dos ladrões local.

- Essa foi por pouco - disse Gwyn para si mesmo após ter passado por alguns telhados antes de descer para uma viela pouco movimentada.

Após andar por alguns minutos Gwyn entrou numa pequena casa de  madeira e se alojou em alguns cobertores no chão onde os poucos pertences que tinha se encontravam. As únicas coisas que ele dispunha eram três torrões de cobre, uma lasca de prata, uma pequena pedra de amolar. Mas seu bem material mais precioso era uma adaga magnífica com o rosto de um leão muito bem moldado em ouro na divisa do cabo para a lâmina, haviam dois rubis nos olhos do leão e da cabeça do leão espirais de ouro se estendiam até o pomo da adaga, a lâmina da adaga era curva, negra como carvão e intimidante como uma noite sem lua, e sua bainha era igualmente magnífica, feita de couro escurecido e dava continuidade as espirais de ouro do cabo da adaga até a ponta da mesma, por toda a bainha corriam letras que Gwyn nunca soube o que significavam, ele apenas sabia que sua mãe confiava na adaga e lhe pediu que nunca se afastasse dela.

  Gwyn era um jovem de dezesseis anos que perdera a mãe sem ao menos saber o motivo, ela deixou a adaga com o filho e disse que não voltaria pois tinha uma dívida a pagar, já fazem quatro anos que sua mãe se foi e ele e começou a roubar. Era um garoto esperto, pouco alto de cabelos loiros que passavam um pouco do seu ombro, tinha olhos escuros e frios como o céu noturno. Nunca usara a adaga que sua mãe lhe dera antes de partir pois ninguém o ajudaria caso ela fosse tomada dele, as únicas pessoas que sabiam da existência da adaga era ele e sua mãe desaparecida. Pelo menos era o que ele pensava...


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Não muito distante de onde Gwyn se encontrava, dois homens com auras intimidantes conversavam na taberna do Larápio Infeliz, enquanto tomavam um hidromel fresco.

- Aquele garoto do Distrito das Manhãs está crescendo forte, como disseram que iria fazer.
- Então ela é mesmo a mãe dele...

Os dois homens cessaram a conversa com a aproximação de um jovem taberneiro.

- E-Estão prec-cisando de algo...? - Perguntou o jovem com medo de irritar os homens que exalavam o cheiro da própria morte a sua frente.
- Meu companheiro é novo na cidade e ira precisar de uma cama quente esta noite e de suprimentos para um alguns dias de viagem. - Colocou uma lasca de prata na mesa e olhou fixamente para os olhos do garoto- Espero que você trate Zefyr como ele merece, caso o contrário... - E empurrou a lasca para o taberneiro-
-- E-Eu tratarei o senhor Zefyr da melhor maneira possível... - Fez uma mesura rápida e desajeitada e saiu correndo para trás do balcão com a lasca de prata na mão.
E o homem lançou um olhar ao amigo, Zefyr era forte, aos quarenta anos parecia ser um exemplo para qualquer guerreiro, beirava os dois metros de altura, ombros largos, aparentava poder quebrar qualquer pessoa como um graveto, tinha cabelos curtos e brancos como a neve e os olhos de um azul pálido como a morte. Mantinha um olhar impassível o tempo todo, porem sua estatura era intimidante até para os mercenários brutamontes da taberna.
- Ei, Strhud, o que você acha de fazermos um teste com o pequeno Gwyn enquanto não saímos da cidade?
- Parece uma boa ideia, ele já deve estar sob os cuidados de Cain.
- O próprio Cain irá assumir a guarda do garoto!?
- Você não sabia?
- Estou empolgado pra ver o que aquela lenda viva é capaz de ensinar a um garoto que mal saiu das fraldas! Vamos!