Sentada em cima do baú em frente a janela, pude ver os pequenos pontos de luz indicando as velas nas ruas e como todos os dias fiquei criando histórias em minha mente e nelas eu tomava coragem e saia do castelo mais como eu poderia sair daqui, toda vez que peço vovó diz que não é seguro que os lobos podem me atacar, fecho meus olhos lembrando de quando era mais nova e papai ainda era vivo nós ficávamos esperando escurecer apenas para poder ver aos poucos os aldeões acendendo as velas enquanto ele dizia que um dia eu seria livre e feliz, fui tirada de meus pensamentos com a serva de minha avó entrando no quarto.
- Princesa, a rainha está convocando a senhorita para o jantar. - Respondi com um aceno, como todos os dias mesma criada vem me chamar depôs de passar o dia vigiando pelo castelo para que não tente fugir, olhei pra ela com tédio e sem dizer nada volto a olhar pela janela escuto seus passos enquanto se retira, e fico ali apreciando mais um pouco o céu as estrelas e sonhando acordada com uma possível liberdade ou quem sabe alguém muito corajoso para ser meu salvador.
Não muito tempo depois me levanto e vou andando lentamente pelo castelo não posso negar que estou apenas adindo o jantar já que se sentar com minha avó e meio que horrível depois que papai morreu, olhando em volta tudo está no mesmo lugar sempre tão monótono e logo chego à sala de jantar minha avó está em seu lugar a mesa como sempre.
- Olá, vovó. - Digo enquanto me aproximo e dou um beijo em sua bochecha não e algo que gosto de fazer mais sem esse beijo de todos os dias ela fica mais desconfiada e muitas outras pessoas começam a me vigiar fora a criada dela me sento ao seu lado, dando uma olhada na comida que tinha um ótimo cheiro fazendo minha barriga roncar.
- Olá, Luna como está? - ela pergunta enquanto faz um sinal para os criados começarem a nós servir, detesto isso queria poder fazer sozinha como quando papai era vivo, mas muita coisa mudou nesses sete anos e eu fiquei sozinha.
- Estou bem e a Senhora? - perguntei observando uma das servas colocar minha comida, ela sempre coloca pouco e eu sinto fome a noite, já que vovó não me deixa repetir e sempre diz que é um mal costume comer muito o que me deixa muito chateada.
- Vou bem. - Ela sorriu para mim. - Meu amor falta pouco para o seu aniversário não e mesmo, um mês, não é? - ela disse me olhando nos olhos em um mês eu vou completar dezoito a maior idade e se quiser posso começar uma revolução como ela fez a anos atrás.
- Sim vovó, mas eu estive pensando. - Ela me olhava com um olhar um tanto atento e frio sua postura ficou rígida. - Não quero festa nem nada e se poder apenas deixar esse dia passar como se fosse outro normal eu ficarei grata. - Vi sua postura relaxar seu olhar suavizar e um sorriso genuíno nascer em seus lábios sempre tenho a sensação de que ela me mataria pelo trono.
- Minha querida eu não me importo, ficarei muito feliz em poder te ajudar nisso. - Observei ela comer despreocupada então decidi aproveitar que ela aparentemente ficou de bom humor tomei toda a coragem possível.
- Vovó, gostaria de te pedir uma coisa. - E mais uma vez eu iria tentar o meu pedido dos últimos anos, um desejo que já tinha virado parte do meu próprio ser.
- Pode dizer minha querida se estiver no meu alcance eu ficarei mais que feliz em te ajudar. -Percebi que toda a atenção dela estava direcionada a mim respirei bem fundo e disse.
- Eu queria visitar a aldeia como presente de aniversário desse ano. - E como sempre ela ficava rígida é seria com aquela mesma postura assustadora de sempre.
- Você sabe que e muito perigoso, você sabe muito bem disso. - Enquanto falava estava mais que ficando vermelha. - Os lobos estão à solta você sabe que eles têm atacado os aldeões e eu não quero que matem você como mataram a sua mãe. - Era sempre a mesma história minha mãe morreu enquanto eu era bem bebê e minha avo disse que foi um ataque dos lobos falou isso tantas vezes que eu consegui decorar, mas quando papai era vivo a expressão dele sempre me fazia pensar que ela está mentindo para mim.
