Parte Cinco

52 17 13
                                    

            Benjamin


        Beijos, beijei um número considerável de meninas em minha vida, mas apenas uma vez, uma única vez meu coração disparou, apenas uma vez eu sabia que talvez fosse a pessoa certa, apenas duas coisas me impediram de beijar aquela boca e me perder nela, o fato dela ser mais nova, sim sou o tipo de homem que o corpo tem a inteligência de não se meter com garotas novas, afinal, isso da cadeia. O outro fato, acho que é o mais importante, é que eu conheço essa menina desde o dia que ela nasceu, eu cuidei dela na escola, ela arruinou meu primeiro namoro e a amei desde que vi seus cabelos ruivos.
        Lá estava eu, arrumando minha gravata, por algum motivo não acertava o laço e aquilo me deixava frustrado, várias vezes fazer e desfazer, aquela gravata já estava toda amassada.
         — Mãe! — Dou um grito e ela aparece no quarto, só me olha e começa a rir.
          — Um futuro advogado que nem sabe arrumar uma gravata, mas você está muito perdido mesmo. Vem cá — Ela me puxa e começa a arrumar minha gravata — Sabe, eu sempre imaginei esse momento, só que de um jeito diferente, imaginei que eu estaria arrumando a gravata para o dia que vocês fossem casar.
          — Não vai acontecer mãe, eu tenho a Ana como uma irmã, ela sempre vai ser minha pequena.
            — Ela está tão linda, ainda lembro do dia em que ela resolveu te beijar como os príncipes beijavam as princesas e você ficou uma semana sem falar com ela.
             — Ela sempre foi louquinha — Minha mãe da aquela risada gostosa e sai do quarto. 
           Pego o presente de Ana e fico o olhando, um colar com pequenos diamantes, ela sempre quis ganhar diamantes, agora fico pensando se fiz certo em comprar isso, fico pensando se não vou só dar esperanças para ela, dar esperança para alguém é a maior canalhice de todas, você deixa alguém acreditar que ela ainda tem chances de alcançar aquilo, mesmo você sabendo que isso não acontecerá.
         Com esse medo todo de dar esperanças eu simplesmente não apareci em seu aniversário, eu fui para uma boate e fiquei lá a noite toda. Depois desse dia eu virei apenas um espectador da vida dela, já que nunca mais estaria realmente presente.

      

Como o Sol e a Lua Onde histórias criam vida. Descubra agora