Sannanvil

Capitulo 1 Noah

2018

Todas as pessoas no centro andam com pressa, se esbarrando uma nas outras, não param nem para se desculpar, até mesmo formigas se comportam melhor em um tráfego.

De longe, Noah observa todas as pessoas que caminham pela praça, imaginando como seria a vida de cada uma delas. Era assim que ele passava seu tempo livre, observando as pessoas. Todos os os dias as treze e meia quando ele saia do trabalho, ele comprava um sanduíche na cafeteria perto do trabalho, sentava em um banco na praça e observava as pessoas enquanto comia seu lanche. Não que ele não goste de fazer isso, longe disso, ele ama esse tempo sozinho, é o único momento em que ele fica sozinho com seus pensamentos, e Noah tem várias coisas para pensar. Será que a faculdade irá aceitá-lo, será que sua avó deixará a loja onde ele trabalha de herança para ele, e várias vezes ele pensa em seus país. A nove anos atrás eles morreram em um acidente de carro, na época Noah era jovem demais, mas hoje com dezessete anos ele tem vontade de saber mais sobre esse acidente.

Do outro lado da rua, guardas da ORAH (Organização de Recrutamento e Aprimoramento Humano) andavam em um sincronia impressionante. Noah nunca entendeu direito o que aquela organização fazia, algumas pessoas dizem que eles testam medicamentos em pessoas, medicamentos que podem nos salvar de muitas doenças, mas isso são apenas boatos. Uma vez ele perguntou para sua avó sobre esse assunto, a única coisa que ela disse era que ele deveria ficar longe dessas pessoas e que essa organização é ruim para todos.

Sua avó é a sua pessoa preferida no mundo, quando seus pais morreram foi ela quem cuidou para que Noah tivesse a melhor educação e vida possível. Mesmo sendo uma senhora solteira e de idade, ela nunca deixou faltar nada para ele. Trabalhar na loja dela é uma das maneiras de Noah agradecer por tudo que ela fez, e ele ficaria muito feliz se um dia herdasse a loja. A loja de sua avó é uma loja de artigos/objetos/artefatos antigos, quase todos relacionados ao sobrenatural. Noah não é muito fã desse assunto, mas aprendeu a gostar para agradar a avó.

Noah foi despertado de seus pensamentos pelos gritos de um grupo de jovens, que ocupavam a rua em frente ao alojamento 23, um dos alojamentos da ORAH, onde alguns guardas ficam caso precisam trabalhar. Há 42 alojamentos na cidade e milhares pelo mundo. Os jovens seguravam placas nas mãos e nelas tinham coisas escritas como, deixe nossa floresta em paz, não matem o nosso planeta, e o mundo irá se vingar. Era uma manifestação contra a ORAH, quase sempre há manifestações contra a organização e elas nunca acaba bem. Levado pela curiosidade, ele caminha até uma das manifestantes, uma garota de cabelos rosa e que usava um vestido florido.

— Com licença – ele cutuca o ombro ossudo e gelado da garota. Ela se vira e o encara com curiosidade.

— Sim? – ela responde, sua voz é suave e meiga – veio para a manifestação? Precisa de uma placa?

— Não, não obrigado – ele se sente tímido e desconfortável, querendo fugir dali o mais rápido possível, mas a curiosidade é maior – eu só queria saber pelo o que vocês estão manifestando.

— Essa organização assassina vem matando a floresta de Caneys a anos – a raiva e desprezo são notadas na voz da garota. Noah não faz a mínima ideia sobre o que a garota está falando, algumas vezes ele viu algo sobre a floresta de Caneys nos jornais, mas nada que ligue a ORAH nisso. — eles vem despejando seus lixos tóxicos e químicos na reserva de Caneys, eles já mataram trinta por cento da floresta.

— Mas pra que eles precisam de produtos químicos e tóxicos?

— você nunca ouviu falar sobre as coisas que eles fazem lá dentro? – ele se refere a instalação da ORAH, que ocupa mais de setenta e cinco hectares de terra. O menor balança a cabeça em negação – eles dizem que salvam vidas, mas na verdade eles testam armas químicas em pessoas, é isso que eles são, comerciantes de armas químicas e assassinos.