Introdução

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Olá, peço que você fique em uma posição relaxada, respire fundo e abra seu coração para minhas histórias. Já ouviu falarem naquele ditado " Da tristeza mais profunda surgem as maiores alegrias"? Eu nunca fui de acreditar nessas frases filosofas de Facebook e etc, mas eu custei a perceber que algumas realmente fazem parte da minha vida.
Você provavelmente já viu muitas crianças no mesmo helicóptero (barco) que eu, mas não sabe.  Normalmente, as pessoas se referem a nós como "Filhos de Militares" e suas opniões geralmente resumem-se a "pobre coitados... mudam todo ano de casa e não devem ter muitos amigos".
Hoje, só quero te mostrar um pouco do meu mundo com tons esverdeados e pretos, quero te mostrar que um cubo mágico é só o meu mapa, que um avião pode zerar sua vida, mas não seu coração.
Anjos costumam proteger, costumam guardar e alegrar as pessoas e nada mais justo que chamar de Anjo Camuflado o homem que cuidou de mim durante toda sua vida e que vai gastar em média R$1.000.000,00 comigo até eu completar meus 18 anos.
Então, para começar essa história, vou apresentar um pouco de minha família:
Eu moro com meu pai (Raphael), minha mãe (Silmara), meu irmão gêmeo (Matteo Lucca) e minha irmã mais nova de 2 anos (Geovanna). Eu me chamo Merida Danielle, mas costumam me chamar de Mia e tenho quase 16 anos.
Não tenho bichinho de estimado embora as tentativas de criar um, mas o histórico deles nunca foram os melhores...:
•1° bichinho: Um peixe laranja chamado George, morreu.
•2° bichinho: uma tartaruga chamada Rex que fugiu de casa durante a noite.
•3° bichinho: um Coelho que minha mãe devolveu no mesmo dia que comprou pq, segundo ela, ele fazia muito cocô. (Não demos nome)
•4° bichinho: Essa história é um pouco mais longa. Quando eu tinha uns 5 anos, meu pai estava voltando do trabalho quando sem querer atropelou uma cadelinha sem perceber. A trouxemos para casa e acompanhamos com veterinário. Ela ficou alguns meses aqui e me apeguei bastante, mas fomos nos mudar e minha mãe achou melhor deixá-la em um abrigo.
•5° bichinho: um beagle chamado Cookie. Minha mãe devolveu no dia seguinte pq ele chorava o tempo todo e só calava a boca quando a gente enchia o pote dele de ração, embora ele já tivesse comido menos de um segundo anterior.
•6° Bichinho: Um Puddle chamado Chester. Minha mãe disse que ele cresceria muito e não daria para adapta-ló a um apartamento e devolveu no mesmo dia, mas isso ela só me contou bem depois pq como eu era novinha na época, ela preferiu me contar a seguinte versão: ela foi levá-lo para vacinar e um moço malvado passou com carro próximo a calçada e roubou o cachorrinho.
•6° Bichinho: uma cachorrinha chamada Melissa. Vivemos com ela por um bom tempo, quase completamos um ano. Mas ela começou a dar sinais de uma doença e o veterinário acabou descobrindo que era vira-lata sendo que havíamos comprado como se fosse uma de raça. Minha mãe devolveu por esse motivo, embora eu tenha ficado muito triste.
•7° bichinho: então compramos uma outra cadelinha chamada Lilla. Ela era uma yorkshire Terrier Mini é muito fofa mesmo. Compramos ela no dia seguinte a seu nascimento e a visitamos até ela completar 3 meses na casa da mulher que a vendeu, já que era o período em que continuaria sendo amamentada pela mãe. Criamos ela até seus 5 anos, mas minha irmã mais nova desenvolveu uma Alergia a seu pelo e tivemos que doar já que a Ge estava tendo que se tratar com medicamentos extremamente fortes.
Bom, saudades já aprendi a lidar e dores também. O único Bichinho que consegui ver até sua saída da família foi a Lilla e a vou visitar pelo menos uma vez no ano. Ainda a considero minha bebê e tenho a mesma consideração e devo confessar que ainda me magoou quando chego do colégio e não recebo aquela recepção animada e extremamente carinhosa de um bichinho de pelúcia preto e dourado.
Mas mágoas passadas, já passaram e até nesses piores momentos se tem lições de vida. Coloca a família acima de qualquer coisa, mas sem afastar-se de suas lembranças.
Eu me em média a cada 2 anos. Mas como eu disse é em média. Às vezes acabo ficando 1 ano ou 3, mas a maior parte das vezes são 2.
Atualmente estudo no Colégio Militar e me orgulho disso. Confesso que quando soube que viria, não gostei muito da ideia. Eu não queria me tornar uma soldadinha, não queria que fossem rígidos comigo, não queria receber ordens e ficar derretendo no sol. Mas a história não é assim. Na verdade, é um colégio normal que ensina alguns aspectos militares, mas estudar lá é saber que tem uma família para qualquer coisa, é saber diferenciar sem julgar, é chorar com uma partitura da música do colégio, é andar pelos corredores sem ser menosprezado. O Colégio Militar é um estilo de vida.
E eu sei que com o passar dos anos, minha bagagem de estado para estado vai se alterando, mas aprendemos que nossas bagagem mental vale mais qualquer uma. O que seria mais valioso que uma bagagem cheia de conhecimento, conquistas, alegrias,amizades e etc?
E é por isso que estou aqui hoje. Para que vocês não fiquem nos oferencendo lugar no ônibus por achar que ficamos fazendo atividades militares, ou que nos achem superiores, ou que não temos amigos e nem raizes fixas, pois isso é um mito por completo.
Prometo lhes trazer a verdade e nada além disso.
Apenas guardem essa frase que criei com muito carinho e baseada em minhas experiências: "O meu mapa nunca será o mesmo depois que eu entrar naquele avião".
Meu mapa sofre mudanças constantemente e existem pontos que se mexem loucamente.
E outra frase baseada nisso é "Mudanças constantes são permanentes e permanência constante são mudanças"
Espero que gostem.

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⏰ Última atualização: Dec 19, 2017 ⏰

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