Talvez as crianças estejam certas

Havia se passado um mês desde que Júlia tinha ido para uma casa nova com seu marido e seus três filhos. Desde sua segunda semana na casa, todos haviam percebido que não eram os únicos morando lá, mas por falta de dinheiro eles não poderiam se mudar, pois a casa tinha custado caro, era antiga e grande.

Ainda tinha os troncos em que os escravos eram espancados, às vezes até a morte, sim, pois a casa, a muito tempo atrás, pertenceu a um dono de escravos. Porém, mesmo sabendo desse passado, Júlia e o marido não resistiram em comprá-la, pois a casa tinha quatro quartos, cozinha e sala gigantes, perfeita para abrigar o casal e as crianças.

Bianca, a filha mais nova, não queria ir para a casa. Ela implorou que ficassem na antiga, pois ela dizia que já haviam pessoas ali. Porém, infelizmente, ninguém deu ouvidos à ela, a família era cética, e ela tinha somente três anos e muita imaginação.

Após o início dos eventos, Júlia passou a se culpar por não ter estado sua filha. Por conta disso, todas as pessoas que ela amava estavam em perigo e ela não podia fazer nada.

Em uma noite, um homem negro com uma faca apareceu no quarto da mais nova, por sorte, Júlia estava tendo uma de suas noites de insônia e escutou sua filha gritar quando o homem, cheio de machucados, levou a faca em sua direção, desde então, todos dormem no quarto no quarto do casal, todos menos a mãe, que passa toda a noite em claro, pronta para proteger seus filhos de qualquer coisa.

Na noite do aniversário de quatro anos de Bianca, uma fumaça negra apareceu e foi em sua direção, enquanto a mesma dormia serena. Após alguns minutos, o pai das crianças acordou, bem a tempo de ver sua esposa explodir em chamas no teto, somente lhe dando tempo de correr para fora da casa puxando as crianças, podendo assim ver, toda a casa sendo destruída pelo fogo, juntamente com o corpo morto de sua esposa.