oi meus amores tia misa aqui <3, me desculpem pela demora, os caps são muito longos e alguns dias atrás foi natal e eu não tive tempo nem de abrir o wattpad direito, anyways
Feliz Natal <3
enjoy it sz
Reunindo o máximo da coragem que o álcool havia me dado, peguei Dahyun pela mão e a puxei comigo em direção ao lado de fora da casa onde estávamos.
: - O que aconteceu? Sana?
Ela me perguntou enquanto eu a levava para fora, sua voz era assustada e alta.
: - Nada, só vem comigo.
Atravessei a grande porta de vidro da varanda com pressa. O conteúdo que ela tinha em seu copo, naquele momento, já estava todo no chão. Eu via que ela estava assustada, mas eu também estava. Assustada, ansiosa, nervosa, louca, quente, suando e muitas coisas a mais.
Agradeci mentalmente quando respirei o ar puro do jardim, largando a mão de Dahyun e a empurrando pelos ombros até que tivesse suas costas no tronco de uma árvore que enfeitava o local. Seus olhos castanhos me fuzilavam, eu tinha certeza que ela estava pensando em sair correndo o mais rápido que pudesse. Minha respiração era um solavanco, o que me limitou a engolir a saliva que se formou em minha boca antes de começar a falar.
: - O que... – A interrompi.
: - Eu juro que eu tive que beber álcool demais para chegar até aqui, então, por favor, me deixe terminar.
Eu disse o mais firme que consegui, mantendo minhas mãos apoiadas ao lado de seus ombros. Seu peito subia e descia em uma respiração alta, ela estava tentando não encostar em mim enquanto meus olhos a admiravam. Era como se eu fosse explodir, estava tendo a minha chance de beijá-la e, por Deus, não podia e nem queria perder.
: - Eu não aguento mais, Dahyun, você não sabe o quão louca tem me deixado. – Fechei os olhos e inspirei, tornando a olhá-la. – Eu tenho tentado com todas as minhas forças me controlar, mas já não consigo mais.
: - Sana... – A vi fechar os olhos por alguns instantes. – Você está bêbada, não sabe o que está falando e vai se arrepender de tudo isso amanhã quando acordar.
: - Está errada, porque eu sei exatamente o que eu estou fazendo. – Com calma, levei uma das mãos até seu rosto, tocando a pele suave de sua bochecha. Era tão bom tocá-la. – E eu quero... Há muito tempo.
Colei meu corpo ao dela, e tudo estava quente. Eu podia senti-la tremer na minha frente, o que me rendeu um sorriso.
: - Me solte. – Eu apenas ouvia sua voz baixa enquanto deslizava meu nariz por sua bochecha, minha mão descendo para seu pescoço. - Você vai estragar a nossa amizade, Sana, por favor.
Eu não queria ouvir, não podia me dar ao luxo depois de chegar tão longe. Então, selei meus lábios em seu queixo, no canto de sua boca, em sua bochecha, nariz, canto da boca novamente. Estava me derretendo, nunca em 20 anos de vida havia me sentido daquela forma. As mãos de Dahyun foram parar em minha cintura, ora tentando me empurrar, ora apertando, me deixando ainda mais ansiosa.
: - Unnie... Não faça isso.
Abri meus olhos para encará-la, colocando uma mecha de cabelo atrás de sua orelha.
: - Por que você tem que complicar tanto? Me diz, porque eu realmente não consigo entender.
Dahyun abaixou a cabeça em um breve sinal de negação, mordendo o lábio inferior ao me encarar novamente. Meu coração batia no céu da minha boca.
: - Não podemos, não dá. – Suspirei. – Entenda isso.
: - Por que não? Estamos sozinhas, Dah, olha ao seu redor. – Minha voz era quase um lamento, minha mão impaciente acariciava sua nuca, fazendo-a fechar os olhos vez ou outra. Eu deveria beijá-la de uma vez, mas não queria magoá-la. – Estamos sozinhas no mesmo quarto de hotel, em Paris, sozinhas. Por que não? O que tem de tão errado nisso? Não precisamos disfarçar nada aqui.
Meus braços fraquejaram quando ela se afastou um pouco, levando as mãos até a nuca, erguendo a cabeça para respirar profundamente. Apenas a observei, frustrada.
: - Tudo, tudo de errado. – Mordi o canto da boca. – Tudo estava muito bem até você me arrastar aqui pra fora. – Abaixei a cabeça e me encostei no tronco da árvore, onde antes ela estava encostada. – Eu já te disse que não podemos, não é o que quero pra gente. Será que não percebe que você estava ao ponto de estragar o que temos?
: - E o que é que temos, Dahyun? Do que você chama toda essa merda? – Minha pergunta saiu quase como uma agressão, meu peito arfava. Era como se estivesse doendo, sabe? Ser rejeitada por alguém que você quer muito pode causar sérios danos. – Temos uma amizade? Ok, temos, mas você sabe muito bem que sou apaixonada por você, e pelo o que me lembro, ouvi o mesmo da tua boca há algum tempo.
Eu cuspia as palavras como se aquilo fosse me aliviar de alguma forma, e acredite, estava. Sua imensidão castanha me encarava, podia ver que ela estava sentindo tanto quanto eu, então porque me ignorava tanto?
: - Estou cansada de fingir, cansada de agir como se nada estivesse acontecendo. – Fechei meus olhos com força. – Me convidou para viajar com você sabendo que ficaríamos sozinhas. Pra quê?
Aproximei-me um pouco, ficando centímetros de distancia de seu corpo tenso. Eu podia sentir meus olhos se enchendo de lágrimas. Álcool também tem o efeito de deixar as pessoas sensíveis? Porque, olha...
: - O pior é que eu acho mesmo é que você gosta, gosta de me provocar, de me dar esperanças com olhares e sorrisos, pra depois jogar na minha cara que tudo é errado só pra me machucar.
Pressionei os lábios enquanto ela passava a mão pelo cabelo, me olhando com aquela cara de "mil desculpas por tudo." Os olhos molhados.
: - Eu jamais machucaria você.
Ela disse chorosa, erguendo a mão para tocar a minha. Afastei-me.
: - Pois saiba que está ganhando grandes prêmios por dia nessa modalidade, Kim.
Eu disse com raiva antes de me afastar para sair do jardim, a deixando sozinha. Naquele momento era eu que precisava ficar sozinha. Entrei de volta na casa esbarrando em quem quer que fosse para alcançar a saída. Tomaria um taxi e voltaria para o hotel, lugar de onde não deveria ter saído.
Assim que me sentei no banco confortável daquele taxi, me deixei chorar um pouco, ainda me perguntava aonde tinha errado naquilo tudo. Minha cabeça rodava, o gosto do álcool estava amargando a minha garganta. Como ela podia ser tão egoísta, tão covarde? Aquela não era a Dahyun que eu conhecia.
A Champs Elysee estava quase vazia, Paris se tornava ainda mais bonita na madrugada. Havia imaginado tantas coisas para aquela viagem, e me deixei chorar mais quando percebi que nada iria sair do jeito que sonhei. Eu poderia passar o resto do mês xingando Dahyun por tamanho desprezo, mas, mal tinha forças para isso. Estava chorando por todo o tempo em que me sufoquei sozinha. Quando tudo iria parar?
Estava abrindo a porta do nosso quarto no hotel quando senti meu Iphone vibrar na minha mão. Desejei por tudo de mais sagrado que não fosse ela, mas, era.
"Onde você está, Unnie? Por favor, me responde. Não faça isso."
Ri entre lágrimas, batendo a porta para logo depois tacar o Iphone sobre a grande cama. Seria nossa primeira noite ali e passaríamos brigadas, pra variar.
Com calma abri o zíper que fechava o vestido em meu corpo, deixando-o escorregar até que tocasse o tapete felpudo que cobria o chão. Andei até a grande parede de vidro no final do quarto, parando para observar a vista que Paris mostrava com olhos embaçados. Queria que Dahyun sumisse aquela noite, que dormisse num lugar qualquer e me deixasse longe de sua presença ao menos por 24hras. Senti saudades de Jihyo, se estivesse em Seul provavelmente estaria chorando em seus braços, mesmo sem ela saber o por que.
O celular não parava de tocar sobre o cama, mas não me importei, só queria um pouco de paz. Enxuguei minhas lágrimas e me virei de costas para a parede de vidro, sentando-me no chão e me encostando nela. Parecia que eu tinha 40 anos ao invés de 20. Fechei meus olhos e respirei fundo, não havia nada mais que eu pudesse fazer, a minha chance havia se perdido no meio de palavras e lágrimas.
: - Estava bom demais pra ser verdade.
Ri sozinha negando com a cabeça. A noite pelo visto seria longa, muito longa pra mim.
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Falling in love for the last time.
RomanceTwice é uma girl-group sul coreana. Duas das integrantes, Minatozaki Sana e Kim Dahyun, tentam segurar no meio da sórdida indústria da música dois de seus maiores pesos. Do lado direito da balança contém suas carreiras, do lado esquerdo o que poucas...