- Uh... Oie! Não irei falar quase nada aqui, quero apenas recomendar uma masicazinha para este capítulo, que é Sun/Moon de Sleeping At Last. Beijinhos, e que a imaginação esteja sempre ao seu favor.
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Antes, tudo o que conhecemos não existia. Tudo, era o verdadeiro nada. Não existiam as matas, os mares ou o ar que respiramos, tão pouco a própria terra e os outros planetas; muito menos aqueles que precisariam disso para sobreviver.
A consciência não existia, quanto mais o motivo para usa-la. O brilho não se diferenciava do escuro, e a maldade não existia, pois, a bondade também não. A vida inabitável era tudo o que restava na grande massa obscura daquele universo vazio.
O tempo não se fazia presente, e o infinito se quer poderia ser medido por sua total ínfima existência.
Nada era sentido, era puro vácuo.
Então aquele misero nada se tornou tudo, e o vazio agora era preenchido, sendo tocadas por mãos divinas. Tudo se criou.
Começou emaranhado no útero, rodeado de massa negra, envolto em algo como a substancia mais quente que o universo poderia tentar suportar. E não suportou.
Tudo escorreu. Inchou. Expandiu. Cresceu. Esfriou.
Antes de qualquer mundo existir, o amor foi criado; e por ser gigantesco, indomável, e incontrolável, sua alma foi dividida em dois. Aquelas presenças dominadoras surgiram, se perderam, se afastaram sem saber que o outro em sua presença, era a sua inteira metade.
Amedrontados, vagavam pelo o espaço em busca de conforto, tentando de qualquer forma acalmar seus corações solitários que se desrritmavam cada vez que uma presença misteriosa se aproximava.
Não sabiam que existiam outros além de si mesmos, não sabiam que no meio de todo aquele breu podia existir mais alguém.
Acreditavam que eram os únicos com a capacidade de sentir, acreditavam que eram os únicos portadores do sentimento mais poderoso que a inicial criação poderia ser capaz de presenciar.
Acreditavam.
Acreditavam também em sua intensa tolice ou ingenuidade que não existia um motivo certo para ser jogado naquela escuridão. Desconhecia-se a palavra destino.
Então fez-se a luz, e que surpresa! Encaravam-se, frente a frente.
Encolhidos, se observavam atônitos, assustados, desenfreados. Se tocaram, e suas reações era como olhar em um espelho, eram reflexos.
Encaixes perfeitos.
Algum lugar de seus corpos pulsou inconscientemente e seus brilhos aumentaram, então a intensa consciência de quem eram e porquê estavam ali os atingiram em cheio. Eram amor.
Se encararam em reconhecimento e algo mais, algo que os faziam mais intensos além de sua claridade evidente. Eram tomados de calor, e de frio. Se abraçaram intensamente, sentindo a textura etérea que cada um carregava e sorriram e choraram ao mesmo tempo, embalados na mais pura perfeição que pertencia suas existências.
Era amor.
Amor etéreo, amor ambíguo, cheio de nuances peculiares perdidos entre o que é conhecido e desconhecido. Perdidos no que era sentir e transbordar. Perdidos em ser e pertencer.
Sobre os mantos da pequena eternidade que viviam, e no infinito que se formava diante de suas almas, assistiram à criação maravilhados, mal sabendo que por causa dela, seus destinos se tornariam linhas retas que pretendiam não se encontrar novamente.
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HLT - Histórias e Lendas de Terabítia
FantasyE se tudo que você sempre acreditou fosse uma total mentira, ou quase isso? E se histórias tão conhecidas e tão faladas fossem contadas de uma forma totalmente diferente, você acreditaria que essa é a verdade? Existe um mundo debaixo dos seus pés...