Antônio Cravinote

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                                                                            Antônio Cravinote

                                                                      – Um romance do cangaço –

                                                                                     Apresentação

No nordeste brasileiro muitas histórias aconteceram, muitas de amor e outras não, umas de paixão, ódio, traição e até morte. Mas nenhuma dessas histórias se compara ao romance proibido de Antônio Cravinote, braço direito do rei do cangaço, lampião. Um amor inconsequente que colocará em cheque a lealdade de homem para com seu bando de cangaceiros e o amigo.

Mas o que realmente seriam os bandos de cangaceiros? Ladrões? Justiceiros? Heróis? Talvez um pouco de cada coisa, feito um anjo com um pouco de pecado, tentando em vão se redimir. Decida você mesmo o que eles eram.

                                                                                                                                                                                 O autor

Este romance é baseado em

Um personagem real.

É dedicado aos que fazem e constroem

A literatura.

"Que seja perdido o dia Que não se leu uma Única vez...".

"O cangaceiro é um personagem que se enraíza na história, mas que consegue se descolar dela. Por isso se transformou em um mito".

Hernani Heffner


"As areias quentes e a terra vermelha deste solo semivivo, não são capazes de impedir o nascer um amor, mesmo que este possar tentar a lealdade entre amigos".

Era 24 de Abril de 1884, uma manhã quente e nada confortável, quando nasceu uma criança fruto de um amor entre primos. Um menino saudável e forte, o qual fora batizado no quinto dia de vida na igreja de São Francisco de Assis, este fora chamado de Antônio Xavier Cravinote, sendo filho de Cândida Xavier e Ubaldo Cravinote.
Vinte anos se passaram deste o nascimento do menino Antônio, estamos no ano de 1904, início ainda do século XX. O menino tornou-se um rapaz forte, mas triste. Triste porque perdeu cedo demais à mãe e pouco depois o pai, este antes de parti, ensinou-lhe o ofício de  carpinteiro, ofício que mais tarde  lhe renderia fama na pequena cidade de São Tomé no agreste pernambucano. Assim como os demais jovens de sua cidade Antônio também possuía uma paixão, que faria este fazer loucuras por desejo a uma mulher. Uma mulher que não parecia ser só humana, mas divina também...
Está mulher que fazia com o jovem Cravinote "perde-se a cabeça", chama-se Helena Macedo, a filha do Coronel Olimpio Macedo dono da Fazenda Estrela Mata.  Antônio por ser carpinteiro costumara-se a fazer trabalhos para grandes fazendas, este se costumara a sair pelas matas virgens de São Tomé, no dia em que conheceu Helena não fora diferente. Saiu cedo de sua casa de Taipa para a mata, iria tentar encontrar madeira nobre para trabalhar em algumas encomendas que lhe haviam feito dias antes, montou em seu velho cavalo e saiu mata a dentro. Não muito tempo depois de adentra a imensidão Verde, ele pára para que seu cavalo descanse um pouco, para poder continuar. Enquanto seu cavalo descansava sem o fardo de seu peso, Antônio resolve seguir alguns metros a pé, andou por certo tempo puxando seu animal quando percebeu o som de água caindo, era o doce som de uma cachoeira que chegava cada vez mais perto de seus ouvidos, a cada passo que dava. Não demorou, e ele a encontrou, uma linda e pequena cachoeira que se fazia mulher, lhe convidando para um abraço nu.
Não resistiu aquela queda d'água, amarrou o cavalo em uma árvore, tirou a roupa e adentrou aquelas águas quentes e límpidas, submergir e energia como se fosse criança brincando pela primeira vez com a água que acabará de conhecer.

Antônio CravinoteOnde histórias criam vida. Descubra agora