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8 meses depois - Pov Gilinsky



Me encostei contra a cadeira e então respirei fundo dando um tempo antes de voltar para toda a papelada na mesa. As pessoas podem chamar a gente de criminoso e ladrão mas não podem negar que mesmo para roubar a gente tem que trabalhar duro.

Não aguento mais ver papel na minha frente, porém preciso deixar tudo isso em ordem antes que eu pegue minhas férias. Certo que eu sou o meu próprio chefe e tiro férias quando eu quero, mas um descanso no crime é a deixa perfeita para qualquer um tentar roubar o seu lugar. Johnson e Cameron fazem mais que o necessário para me ajudar e não quero deixar mais nada nas mãos deles, Megan às vezes me enche de reclamações por causa da minha ausência mas ela sabe o motivo para eu fazer isso, quero ter todo o tempo do mundo para estar com ela e nossos filhos quando eles nascerem, sei que estar com ela na gestação também é importante mas estou fazendo o melhor que eu posso.

Olhei para o porta retrato em minha mesa e então sorri vendo a foto do dia do nosso casamento. Se teve um dia louco na minha vida com toda certeza foi esse, eu não conseguia controlar e entender o motivo de todo o meu nervosismo, todos os caras riam de mim e eu não podia fazer nada porque estava pirando.

Festejamos sem ter hora para acabar e então naquele dia senti que estava completo. Encontrei todas as peças que faltavam em mim, em Megan. Nada mais me falta.





(...)

Sai da reunião com Johnson e Cameron e então fui com Nate até o nosso novo galpão de armas, assinei os papéis para autorizar os camiões que iriam sair e também aqueles que virão trazendo mais carga.

Quando estava quase indo embora tive que passar nas boates para acertar mais algumas coisas e então se foram mais três horas perdidas entre problemas e acertos com algumas gangues menores.

Entrei no carro rezando para que mais nenhum problema aparecesse e então fui interrompido com meu celular tocando quando já estava prestes a ligar o carro. Pedi mentalmente para que pelo menos fosse Megan na ligação, mas me surpreendi assim que vi o nome "Madison" na tela.


- Madison?

- Oi Jack.

- O que devo a ligação? Você está bem?

- Não sei mais - sua voz estava estranha - A propósito estou em San Francisco.

- O que te trouxe até aqui? - perguntei.

- Senti saudades de algumas coisas, já estou aqui há um mês na verdade.

- Deveria ter ligado antes para a gente se encontrar.

- Bom, foi para isso que te liguei hoje, preciso muito falar com você.

- Estava indo para a casa agora mas posso passar ai, onde você está?

- Na minha antiga casa.


Respirei fundo tentando não encher minha cabeça de memórias antigas e então liguei o carro.


- Ok, já chego aí.





Ao estacionar em frente à pequena casa de dois andar foi impossível não me ver repleto de memórias, por muito tempo já estive com o carro parado nesse exato lugar e estar aqui após tanto tempo é como se eu voltasse no tempo.

Criminal Youth [2temp]Onde histórias criam vida. Descubra agora