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Anteriormente em Hi.

Abro a janela e deixo entrar uma brisa quente e reconfortante no quarto. Suspiro enquanto passo as mãos em seus cabelos cortados erroneamente e sua barba a crescer. Ele precisa tirar isso urgentemente. Sorrio com meu pensamento idiota e deito ao seu lado.

- Eu quero ficar te olhando para sempre, ou dormir do seu lado para sempre. E você ia acordar e ficar me olhando, qualquer coisa assim pra sempre. Eu quero te beijar, mexer no seu cabelo, te acordar ou te fazer dormir. Te ver descansando nu, jogar um cobertor sobre você, nem há tanto tempo no mundo suficiente para dizer tudo que eu quero. Mas uma coisa é certa: não consigo parar de pensar em quem foi capaz de fazer isso com o amor da minha vida. Eu irei destruir a vida dessa pessoa a todo custo. Eu prometo.


                                                                                    ...

Estou há dois meses em casa, mas a readaptação não foi fácil nos primeiros momentos. Não estava acostumado a comer com abundância e por muito tempo meu estômago rejeitou a alimentação americana comum. Jornalistas não permitiam que eu saísse nas ruas quando bem entendesse e fiquei restringido ao jardim e a sacada. Eu odiava tudo aquilo, pois me deixava amedrontado e algumas vezes tinha pesadelos – que mais pareciam como lembretes – de que algum daqueles jornalistas ou fotógrafos poderiam ser pessoas disfarçadas prontas para me levar embora novamente ou pior, poderiam levar Dean. Falando sobre Dean, o mesmo era perseguido por curiosos de todos os cantos possíveis para que soltasse alguma informação que a polícia não noticiou sobre o caso do americano que ficou em cativeiro por dois anos na Inglaterra e o FBI nunca passou nem perto de descobrir seu paradeiro. Escritores jovens dos arredores do Kansas viviam deixando-lhe cartas no trabalho, na faculdade e em qualquer lugar que eles descobriam que o Winchester passava o dia. Isso nos separou por certo tempo. Estamos emocionalmente exaustos.

Faltavam apenas quinze minutos para que eu fosse para a consulta semanal com meu psicólogo William Saetre, conhecido por toda a América por ajudar vítimas de sequestros, cativeiros, guerras e desastres ambientais. Eu não gosto da ideia de ser estudado parcialmente por aquele homem, mas foi um acordo justo para que pudesse ficar em casa sozinho, por mais que acreditasse que não ia me suicidar depois de dois anos de dor. Levantei-me da cama lentamente e suspirei fundo. Como minha vida pôde mudar tanto? O que tinha perdido poderia ser reposto? Eu pertenço a esse lugar? Eram muitas perguntas sem respostas, mas esperava sinceramente que fosse algo temporário. Estou cansado da vida monótona, sem opções, sempre cercado de policiais, detetives, médicos de todos os tipos... Sinto-me cada vez mais solitário e algo no fundo da minha alma havia mudado gravemente. O som da buzina do carro de meu pai me acordou dos pensamentos e segui em direção ao tratamento mais uma vez.

Quando chego ao local percebo que estava mais frio que o costumeiro, visto o sobretudo e coloco o cachecol preto ao redor do pescoço quase escondendo a boca enquanto despeço-me do meu pai e entro logo em seguida na clínica. Não houve demora a ser atendido.

- Boa tarde, senhor Novak.

- Oi, Will.

- Vejo que estava extremamente frio lá fora, espero que você esteja mais confortável aqui dentro. – O homem com enorme uma enorme barba ruiva sorri para mim gentilmente.

- Estou, obrigado.

Ele me oferece um café e aceito quase implorando, pois meus lábios estavam brancos e meu rosto gelado apesar do aquecedor ajudar.

- Vamos começar. Você foi visitar a sua antiga escola essa semana?

- Havia mais paparazzi essa semana, não saí de casa.

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⏰ Última atualização: Dec 27, 2017 ⏰

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