Susan (02/05/2014)

43 1 0
                                    

Susan sentia o cheiro que transbordava pela Laços de Mel, um cheiro que misturava mel com pimenta. A anos sua mãe também havia estado lá com seu pai pela primeira vez. Em um passado, o pai de dez anos de idade brincava em sua casa de a caça à moedas perdidas e no final de sua expedição guardava as moedas na caixa de tesouros, mas ela já estava lotada.
Elaja nunca deixava a caixa cheia, ele não conseguia resistir, pegava as moedas e corria para a Laços de Mel para comprar doces. Assim decidiu chamar sua melhor amiga para comer todos os doces possíveis com seu novo tesouro. Naquele dia Elena e Elaja voltaram mais tarde para casa.
Subiam o Morro da Lapada,com a barriga pulsando, como se no lugar do estômago tivessem um coração.
-Ai, acho que não vou conseguir, mais um passo e coloco tudo pra fora! - diz Elena - Vamos sentar só mais pouquinho naquele banco por favor!
-Nós acabamos de levantar, minha mãe vai comer meu couro com batatinhas já escureceu faz tempo e ela mandou chegar antes das cinco...
Elena parou sem que ele percebe-se, ficando para traz, ao virar e avista-la diz:
-Vai anda, tá esperando o que ?
-Só subo se for carregada por um guindaste!
O garoto parte correndo em direção da menina a pegando no colo, com aquele toque sentiram o calor que aflorava entre os corpos. Nunca haviam se tocado daquela maneira e aquilo despertou algo entre os dois.
-Você já beijou algum dia?-Pergunta Elaja
-Que nojo garoto!- fala olhando-o com o canto do olho.-Ouvi dizer que tem mais de 80 milhões de bactérias em um beijinho!
-Me beija?- pergunta com muito receio.
-A não, são muitas bactérias para mim.
-Mas acho que se for com o boca fechada elas não passam... Como, como uma porta fechada!
-Pode ser então.- responde com as orelhas queimando em baixo do cabelo longo
Com a garota do colo, com todo o esforço começou a encurvar as costas tentando alcançar a pequena boca da garota, até encostar uma superfície mínima.
-Me coloca no chão agora!- com as bochechas mais vermelhas que uma pimenta pulou no chão.-e não conte para o meu pai, pois quem vai comer seu couro vai ser ele!
#
     O sino da confeitaria tocou quando Elaja entrou, seu filho estava perdido em seus pensamentos, pensava nesta manha. Começara como qualquer outra, mas esta era uma especial pois teria aula de artes. A professora andava batendo a ponta do salto enquanto falava:
-Como podemos ver, as três principais divisões de colunas gregas são a Dórica, Jônica e Coríntia.-dizia desenhando as três colunas.- Alguém poderia caracterizar a coluna Dórica?
     Os alunos trocaram olhares, talvez se Susan não amasse tanto a arquitetura grega ele deixaria de responder, mas o seu amor não permitia.
-Podemos caracterizar a coluna Dórica de Parthenon sendo uma coluna simples e sem base, tendo estatuas de heróis e deuses em seu topo. Esta é a mais antiga, este nome é relativo a um povo ''Dórico'' que ocupou a Grécia Peninsular.
-Querido Larck, estou impressionada!-diz a professora cheia de orgulho.
     Mais tarde Susan recebeu uma mensagem de seu pai, o alerta Doce. Desde pequeno ele lembra do alerta, não importa onde você esta nem o que esta fazendo, você tem que comparecer a reunião de família na Laços de Mel.
Estava marcado para o almoço.
                                        #
-Filho
      Susan emergiu de seus pensamentos.
-Oi pai, bom dia!-levanta e beija a bochecha do pai.
     Antes que os dois sentassem novamente o sino tocou outra vez, e Elena entra na confeitaria. Assim que a mãe e o filho cruzaram os olhares, o garoto sentiu que aquela seria uma reunião especial, os seus olhos ascendiam de tanta felicidade, acompanhado de um sorriso que custava caber em seu rosto.
-Oi filho, já fez os pedidos?
-Não, estava esperando vocês chegarem.
-Nem precisava querida, já liguei avisando para prepararem o seu doce favorito!-diz o pai
      A garçonete percebendo que a família já estava completa, levou o bolo a mesa, com uma pequena vela, cortado em fatias, as cores do interior formavam um arco-íris.
-De quem é o aniversario?-pergunta o garoto
       A mãe levanta da cadeira acariciando a parte superior de sua barriga. Com a cabeça levemente inclinada para cima, olhava para seu filho, não conseguia conter as lagrimas, os três se abraçaram enquanto foram engolidos pelas palmas dos empregados e dos casais apaixonadas que se encontravam na doceria aquele dia.

Encontro no destinoOnde histórias criam vida. Descubra agora