Já se passou uma semana desde o fatídico acontecimento e, como vocês devem imaginar, ainda não tive coragem de apagar a foto. Não sei se são as influências dos tios nas festas de família com aquele papo de "não vai espionar as garotas no vestiário em" parecendo mais como se tivessem me tentando a fazer isso, ou se realmente os hormônios nos impedem de tomar decisões inteligentes nessa idade, mas algo me diz que eu não deveria apagar essa foto.
Por precaução, estou usando o velho celular da minha mãe. Não tem jogos, nem tantas opções de aplicativos, mas é muito mais seguro do que andar com a arma do crime em mãos. O meu, por sua vez, eu deixei bem escondido, num dos vários esconderijos que eu encontrei na minha casa durante os anos que eu não saía de casa e não possuía jogos eletrônicos acessíveis.
Na escola havia outro problema que não estar com meu celular resolvia: A garota poderia pensar que o celular tenha quebrado e eu não tive como ver a foto mesmo se eu quisesse. Claro que as suspeitas poderiam aparecer quando eu resolvesse essa situação interna, mas prefiro lidar com um problema de cada vez.
Fato era que, desde o ocorrido, eu não percebi nenhuma alteração no modo de agir dela. Nem mesmo no momento em que ficamos frente a frente na fila da refeição no intervalo. O que me deixa cada vez mais intrigado para saber o que ela tem pensado de mim.
Será que ela usava um shorts por baixo e por isso não se importou tanto? Ou será que ela confiava em mim a ponto de ignorar esse causo? Claro que esse não era o caso, mas essa situação mexeu seriamente com meu raciocínio, então é melhor eu resolver logo essa situação.
...
Chegando em casa, fui direto para o meu quarto decidido de apagar a foto, mas como tudo que acontece na minha vida não é assim tão fácil, aconteceu algo que, nem nos meus piores pesadelos poderia acontecer. Chegando na porta do meu quarto eis a cena: o piso falso que ficava debaixo da minha cama estava exposto. Mais que isso, estava aberto e minha mãe estava sentada na cama com uma expressão séria e em suas mãos meu celular.
Novamente, preciso esclarecer algumas coisas para que vocês entendam o quão aterrorizante foi essa cena para a minha pessoa. De todos os meus esconderijos, esse é o único que a minha mãe sabia a localização, mas não imaginava que ela iria usar desse conhecimento. Meu celular não possuía senha por uma política familiar que foi imposta desde que o caso "Namorado Secreto da Prima Juh" foi descoberto, mas o principal dos fatos era: Eu nunca salvava fotos. Sempre que tirava alguma, enviava em um armazenador e apagava do dispositivo, ou seja: A única foto que havia no celular era a única que eu não queria que ninguém visse... nem mesmo eu.
Nempreciso descrever o que se passou na minha mente, mas irei continuar anarrativa. Me aproximei e, após juntar muita coragem, perguntei a ela o que elaestava fazendo. Silêncio. Ela se virou para mim, e mostrou a tela do celular enele, a imagem de uma foto que nem mesmos os maiores profissionais poderiamcaptar tantos detalhes de nitidez. Certamente a minha vida acabava ali.size:1aۜ{