No início do século XV, período da colonização brasileira, mais de quatro milhões de negros africanos cruzaram o Atlântico para tornarem-se escravos na colônia portuguesa. Oriundos de diferentes regiões da África, entravam no país, através de navios negreiros, principalmente pelos portos do Rio de Janeiro, de Salvador, do Recife e de São Luís do Maranhão, trazendo na bagagem a cultura africana.Para evitar que houvesse rebeliões, os senhores brancos agrupavam os escravos em senzalas, sempre evitando juntar
os originários de mesma nação. Por esse motivo, houve uma mistura de povos e costumes, que foram concentrados de forma diferente nos diversos estados do país. Os escravos possuíam suas próprias danças, cantos, santos e festas religiosas. Aos poucos, eles foram misturando os ritos católicos presentes com os elementos dos cultos africanos, na tentativa de resgatar a atmosfera mística da pátria distante.
O contato direto com a natureza fazia com que atribuíssem todos os tipos de poder a ela e que ligassem seus deuses aos elementos nela presentes . Diversas divindades africanas foram tomando força na terra dos brasileiros. O fetiche, marca registrada de muitos cultos praticados na época, associado à luta dos negros pela libertação e sobrevivência, à formação dos quilombos e à toda a realidade da época acabaram impulsionando a formação de religiões muito praticadas atualmente - a Umbanda e o Candomblé.Umbanda
Uma das religiões mais praticadas no Brasil, com maior propagação na Bahia e no Rio de Janeiro, a Umbanda brasileira começou a ser formada por volta de 1530, com a mistura de concepções religiosas trazidas pelos negros da África, na época da escravidão. O primeiro terreiro foi fundado em 1908 através de Zélio Fernandino de Moraes. Na época com 17 anos, Zélio, que fazia parte de uma família tradicional de Niterói, RJ, incorporava o chamado Caboclo das Sete Encruzilhadas e foi o responsável pela formação de sete tendas que acabaram difundindo a Umbanda. Todas as tendas funcionavam sob o lema: "manifestação do espírito para a caridade" e usavam rituais simples com cânticos baixos e harmoniosos.A Umbanda incorpora os adeptos dos deuses africanos como caboclos, pretos velhos, crianças, boiadeiros, espíritos das águas, eguns, exus, e outras entidades desencarnadas na Terra, sincretizando geralmente as religiões católica e espírita. O chefe da casa é conhecido como Pai de Santo e seus filiados são os filhos ou filhas de santo. O Pai de Santo principia a cerimônia com o encruzamento e a defumação dos presentes e do local. Seguem-se os pontos, cânticos sagrados para formar a corrente e fazer baixar o santo.
Muitos são os orixás invocados na cerimônia de Umbanda, entre eles Ogun, Oxóssi, Iemanjá, Exu, entre outros. Também invocam-se pretos velhos, índios, caboclos, ciganos.
A Umbanda absorveu das religiões africanas o culto aos Orixás e o adaptou à nossa sociedade pluralista, aberta e moderna, pois só assim um culto ancestral poderia renovar-se no meio humano, sem que a identidade básica dos seus deuses fosse perdida.Deuses
Conheça um pouco mais sobre os principais personagens que compõem a religião negra.EXU: De personalidade considerada atrevida e agressiva, o Exu, é o senhor dos caminhos que levam e trazem, fazendo as pessoas se aproximarem ou se distanciarem. Cada um tem seu próprio Exu, assim como todo o terreiro, que usa essa figura para proteger e zelar pela segurança da casa, do pai de santo e dos freqüentadores da entidade. O Exu não deve ser subestimado, pois se presta ao papel de servo em nome de uma recompensa que pode ser dinheiro, bebida alcóolica ou animais sacrificados. Ele representa o símbolo máximo da sensualidade e da voluptuosidade desenfreada. Com muito senso de humor, brinca e possibilita prazeres aos seres humanos, quebrando com suas próprias normas, os tabus de nossa sociedade. Tudo isso faz com que ele seja tanto amado quanto odiado.
Os filhos de Exu: extremamente raros, seus filhos precisam estar sempre em atividade para poder liberar toda energia que possuem. São astutos e ágeis, insolentes, imprevisíveis, sociáveis, provocantes e briguentos. Destacam-se por sua sensualidade, inteligência e dinamismo.
Adorno: Ógo (um tipo de bastão feito e esculpido em madeira).
Colar: Azul-arroxeado.
Vestes: Azul, branca e vermelha.
Saudação: Larôye, Exu!
Oferenda: Farofa com dendê, feijão, inhame, água, mel e aguardente.OGUM: Conhecido no Brasil como deus guerreiro, sendo identificado como São Jorge, foi uma das primeiras figuras do candomblé a ser incorporada por outros cultos. Quando irado é vingativo e, quando apaixonado, é sensual. O elemento principal de apetrecho de Ogum é o ferro, que lembra sua condição de ferreiro e metalúrgico, fazendo dele uma divindade da defesa e do ataque, que luta com prazer e que tem sede de conquista do poder. Dono da espada e da faca, está presente com sua simbologia em todas
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Exu e orixás
Paranormalcontarei histórias do que aprendi sobe Exu e orixás e sonhos meu