Capítulo 97

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Lucy on*

Passei a última semana com a Meggan a ajudando a superar, eu e o resto da galera ficamos revezando nos dias, para não deixa-la sozinha. Nos dois primeiros dias ela chorou bastante, mas no resto da semana ela só não queria sair da cama.

Conversei com o Thomas por telefone, mas não adiantou muito ele foi para Nova York e não queria de jeito nem um conversar sobre o assunto, ele não conseguia formar nem uma frase legível, ele estava bêbado. Então resolvi que eu mesma iria até ele, já que a Meggan não sai da cama e o Thomas está bêbado demais para conversar.

Cheguei cedo em Nova York e fui direto para a casa do Thomas. Chegando lá estava tudo fechado bati varias vezes na porta, toquei a campainha e nada, mas eu sabia que ele estava lá, então peguei a chave reserva que ficava dentro de uma mine gaveta atrás de um vaso de planta. Entrei na casa e o cheiro de bebida foi o primeiro que me atingiu, logo depois uma mistura de suor e álcool, haviam muitos copos vermelhos e azuis espalhados pelo espaço, junto com garrafas de Vodka e latas de cerveja.

Caminho até o quarto do Thomas e lá estava ele todo esparramado na cama. Deixo minhas coisas no quarto dele e volto para a sala, pego um saco de lixo e vou colocando tudo que estava espalhado. Pego as bebidas que estavam na geladeira e derramo na pia, foram mais ou menos vinte litros ralo abaixo. Preparei um café bem forte e algumas panquecas. Voltei até o quarto e o Thomas ainda estava dormindo, fui até ele e puxei sua coberta de vez, ele estava completamente nu e não havia acordado. Pego um balde de água e jogo nele. Ele levanta com desespero parecendo que estava se afogando e eu começo a rir.

Ele olha para mim pega a coberta e cobre seu corpo.

Thomas:Você está ficando maluca? Eu nem vou dizer que poderia estar indecente, POR QUE EU ESTOU INDECENTE!-ele grita.

Lucy:Olha! Não é a primeira vez que eu te vejo assim então se acalme.

Thomas:Mas a diferença é que a gente tinha 5 anos.

Lucy:Não importa, você vai levantar dessa cama e vai tomar um banho, por que eu não estou aguentando o seu cheiro. E a gente precisa conversar.

Thomas:Eu não quero conversar.

Lucy:Você quer ir por bem ou por mal?

Ele me encara e depois se levanta e vai para o banheiro.

Vou para a cozinha e começo a comer, eu já estava no meu segundo café quando e Thomas entra na cozinha com a mão na cabeça.

Lucy:Com dor?

Thomas:Muita.

Lucy:Bem feito.

Ele abre alguns armários até encontrar um frasco de aspirina, ele pega um comprimido e engole.

Thomas:O que você quer conversar?-se senta em minha frente.

Lucy:Você e a Meggan.

Thomas:Não tem mais eu e Meggan!

Lucy:A culpa não foi dela.

Thomas:Então de quem foi? Por que eu sei que minha não foi.

Lucy:A culpa foi do Seam, você não deixou ela falar com você ou explicar a situação.

Thomas:Por que eu não queria ouvir.

Lucy:Então Thomas! Você foi muito infantil, apenas a deixou lá sem que ela pudesse explicar, você sabe o quanto ela sofreu nesses últimos dias? Suponho que não, você saberia se você estivesse lá.- falo quase gritando.

Ele está olhando fixamente pera a mesa e assim que eu termino de falar ele trava o maxilar.

Thomas:Como ela está?- sua voz estava trêmula.

Lucy:O que você acha?- falo exaltada.

Thomas:Eu devia ter a escutado.

Respiro fundo.

Ele olha pra mim.

Lucy:Eu não estou aqui pra te julgar, até porque eu não tenho poder para isso, mas você sabe o quão perigoso o Seam é e o quão manipulador, então ela merecia ser ouvida por você, mas eu acho que nesse momento o mais correto a fazer seria você voltar comigo e conversar com ela.

Ele analisa o que eu digo.

Thomas:Eu fiquei com muita raiva.

Lucy:Mas agora que você está relativamente bem, nós podemos voltar hoje.

Thomas:Eu não posso voltar hoje.

Lucy:Tudo bem, a gente volta amanhã.

Thomas:Depois de amanhã.

Lucy:Amanhã.

Thomas:Lucylene por favor, depois de amanhã.

Lucy:Nossa, tá bom, a gente volta amanhã.

Thomas:Lucy!!-ele exclama.

Dou risada.

Lucy:Ok, depois de amanhã.

Passei o dia todo contando o que a Meggan tem passado nesses últimos dias para tentar convencê-lo a voltar o mais rápido possível comigo, mas ele também está mal e quando começou a contar o que passou nos últimos dias ví o quão quebrado ele também está.

1.Simplesmente Acontece Onde histórias criam vida. Descubra agora