Cap. 1

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[...] 29 de novembro de 1998
Saio de casa,e vou em direção ao metrô,todos os dias são uns 15 km daqui  ao centro comercial onde trabalho. Minha rotina é algo meio cansativo,todos os dias acordo às cinco da manhã,compro um café,vou em direção ao metrô, caminho mais uns 2 km e então chego ao meu ponto de destino.
Olho todos os dias para aquele prédio horrível no qual trabalho como secretária de uns dos donos vindos lá da Austrália,meu chefe é ridículo em todos os sentidos,se fosse um senhor mais velho,feio,barrigudo,careca até daria para entender,mas o cara é lindo,porém pensa na pessoa mais egoísta e abominável,aí que você vai chegar diretamente à ele,seu nome é Mason.
-Hécate venha até a minha sala agora,e me traga um café.
Levo um café ao Sr.Ridículo,e então fico parada de frente a mesa dele esperando alguma espécie de bronca.
-Você já trabalha aqui à um bom tempo,e como recompensa você recebeu um aumento pelo seu trabalho.
-O que que deu em você?- Droga o que eu fui falar...
-O que você falou Sra.Parker?
-É o que deu em você ser tão bondoso comigo? Eu realmente mereço isso? - Tentando disfarçar o que eu falei me sinto a pior mentirosa do mundo.
-Bom você bem que não merecia esse salário- Faço uma cara de tacho,e então continuo a ouvir às baboseiras que esse homem fala- Mas como sou um homem justo fiz isso por você.
-Nossa muito obrigada por ser tão gentil Sr.Mason,que o senhor receba essa gentileza sua em dobro.
-Não precisa agradecer,agora vai fazer seu trabalho por que não temos tempo para ficar de conversinha.
Pego o envelope com o meu salário,e com o aumento e então saio de sua sala,voltando para trás do computador para terminar os infinitos relatórios.

Depois de algumas horas trabalhando naquele lugar horrendo volto para casa,já entrando pelo portão recebo pelo sindico do prédio minhas contas e então sigo mais desanimada que o normal para dentro do elevador, e vejo meu vizinho maravilhoso e  me sinto dentro de uma história de adolescente ,onde vai que meu vizinho é uma estrela do rock que me ama e que já está de olho na minha pessoa a um bom tempo e eu sou uma triste garota que não tem ninguém na vida por que acabou de levar um pé na bunda de seu ex.
Entro dentro de casa jogando minhas roupas em qualquer lugar,e deitando no sofá apenas com uma camisa que meio que roubei do meu ex,deitada sinto minha cabeça latejar,e então meus olhos começam a pesar do cansaço,tecnicamente já dormindo escuto alguém bater na minha porta,levanto igual à um zumbi,e então abro um pouco da porta para ver quem é,e então quem vejo? Meu vizinho incrível,devo estar com a maior cara de retardada olhando pra ele mas fazer o que né.
-Ahhh desculpa o incômodo...Mas eu acho que o sindico te entregou minhas correspondências.
-Ah entra aí,vou dar uma olhada ali para ver se encontro suas correspondências,espere só um instante.
Vou em direção a bancada da cozinha,e então começo a olhar no meio das minhas contas e encontro três cartas para ele.
-Bom...Tem essas...- Entrego para ele e então fico olhando para ele,fico imaginando a cara de peixe morto que devo estar,fico até meio envergonhada por um meio instante.
-São essas aqui mesmo,muito obrigado Hécate.
-Que isso,não precisa agradecer.- Espera como ele sabe meu nome?
-Bom é isso muito obrigado Hécate,te devo uma,tchau.
-Tchau Krist.- Meu Deus que homem,que homem.
Fecho a porta e vou em direção ao banheiro para tomar um banho,e vejo o quão acabada estou,meus olhos estão vermelhos por conta da maquiagem,minhas olheiras estão em destaque,e ainda tenho algumas espinhas espalhadas por minha face. Ótimo até a velha do 609 com aquela pela esticada de botox é mais bonita do que eu,fico meio aterrorizada com a imagem que vejo,e fico imaginando o que o Deus Grego do meu vizinho pensou quando me viu.
Vou diretamente para o banho e fico uma hora lá de baixo para ver se algo tira todo esse meu desânimo.
Saio do banho e apenas de roupão me jogo em minha cama,sinto meu corpo finalmente relaxar e então começo a pegar no sono.

Novamente acordada só que pelo toque incessante do meu celular,olho para a tela e o nome de Kayla então aparece.
-O que você quer?
-Poxa Cate,seja mais educada com sua amiga aqui. Tenho um convite a te fazer.- Fico a imaginar o quão ansiosa ela está do outro lado (e roendo as unhas provavelmente).- Que tal sairmos para beber,ou dançar?
-Kayla eu nem bebo,e muito menos danço.
-Para de desânimo daqui meia hora passo aí.
Ela desligou o telefone na minha cara,é eu estou bem com os meus amigos viu.
Me levanto da cama,coloco a roupa mais básica possível,uma maquiagem para disfarçar a cara de morta,e fico esperando uns quinze minutos até Kayla chegar.
Ela já chega querendo chamar atenção,ela buzina tanto que parece que minha cabeça irá explodir.
Ok colocar mais esse item na minha lista.
Não deixar a Kayla me passar tanta vergonha.

Chegando na tal festa a minha vontade era de sair dali no mesmo instante,mas sem saída apenas vou para o bar.
Hm...O que eu posso pedir? Ah é água até por que a bêbada aqui hoje é só a minha amiga.
Sento em um banco e fico a olhar todos dançarem,e olha a minha incrível sorte, nenhum homem chegou até a minha pessoa,nem nada. Fico até a lembrar da última vez que um homem chegou em mim,aliás ele chegava em todas,ele chegou como quem não queria nada,eu tinha dezesseis anos na época,e começou a falar que me observava,e todo o papo de um conquistador barato,e eu cai de tonta que era.
Até então nunca mais nenhum homem apareceu,e eu não reclamo,eu sempre fui o suficiente,talvez eu já precisei de um homem para muitas coisas,para ter alguém do meu lado,para ter alguém com quem conversar,mas é tipo aquela frase né "sorte no jogo,azar no amor",apesar de que nem para jogar eu tenho sorte,eu sou bem azarada nos jogos.

Passo até horas perdida em minhas lembranças quando então um cara daqueles bonitões que parecem modelos ou atores aparecem na minha frente. Fico meio sem reação,não é todo dia que um cara desses aparecem na nossa frente,tá ok tem o meu vizinho mais ele é um caso a parte.

-Olá meu nome é Roman.- Ele estende sua mão para me cumprimentar,e bom invés da sonsa aqui retribuir,eu fico apenas o encarando,com a maior cara de tacho.
Quando finalmente volto ao planeta Terra,decido cumprimentar o homem educado à minha frente.
-Prazer Roman,meu nome é Hécate.
-Hécate?- Ele pergunta e olha um instante para o lado antes de continuar.- Um nome bastante diferente...Seus pais eram fãs de mitologia grega?
-É...Bem só minha mãe na verdade,ter esse nome é bem estranho...Digamos até desconfortável...- Digo desviando meus olhos por que devo estar com a maior cara de idiota olhando pra esse Deus aqui.
-Não,acho bem legal,isso foge um pouco desses nomes comuns,bom Hécate,eu te vi de longe,e você me pareceu meio solitária,não me diga que está aqui para tentar esquecer algum ex,e para isso veio beber para afogar suas mágoas em vários copos de álcool.
-Antes fosse,mas não,só estou aqui acompanhando a sem noção da minha amiga que provavelmente está bêbada em algum canto dessa festa...Você então se aproximou por dó,não precisa se preocupar ficar sozinha às vezes é até bom.
-Está tentando se livrar da minha companhia?
-Não Roman...- Eu desvio novamente meu olhar e então começo a encarar o chão em uma tentativa de tentar esconder minha face tão rubra como um tomate.- Eu só não gosto e nem preciso de dó das pessoas...Apenas isso.
-Ok Hécate,não precisa ficar com vergonha,está tudo bem...Olha eu acho que a sua amiga já foi embora.
-Não é possível...-Levanto meio desesperada da cadeira onde até meio segundo estava ocupada,e então saio feito louca pelo espaço até então meio vazio procurando por Kayla,e entro em total desespero quando não a vejo.- Eu não acredito que ela fez isso comigo...Droga.
-Não se preocupe...Eu posso te ajudar.
-E como você pode me ajudar Roman?
-Eu posso te dar uma carona até a sua casa.
-Não quero ocupar uma pessoa que acabei de conhecer...Mas obrigada,o que vale é a intenção.
-Poxa Hécate deixa que eu te levo.
-Não muito obrigada mas eu prefiro ligar para um táxi para eu poder sair desse lugar.

Ligo para o táxi e até então estranho o quanto esse homem é estranho por estar sendo tão legal e gentil comigo,me sinto até assustada,ok o quê um homem desses iria querer comigo,mas mesmo assim não confio...
Roman fica comigo até o táxi chegar,e então finalmente vou para a minha casa.
Chegando lá encho o celular da sem noção da Kayla de mensagens e então percebo que de nada vai adiantar mandar essas mensagens por que essa hora ela está bêbada e não irá nem se importar com o que fez.
Antes de deitar e dormir começo a tirar as conclusões desse dia,isso tudo foi muito estranho,ganhei um aumento,meu vizinho gato falou comigo,fui em uma festa e um cara maravilho conversou comigo. Isso tudo foi inacreditável.

Cinco horas da manhã e a vida continua,não sei se três horas de sono resolveu algo,mas provavelmente estou igual à um zumbi novamente.
Todos os dias são a mesma coisa né,minha rotina tem se tornado um pesadelo.
Esperando o trem chegar resolvo pegar meu celular e chegar às mensagens.

06:09 ~Número desconhecido~
Olá Hécate,aqui é o Roman,só queria saber de algo, você chegou bem em casa?


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⏰ Última atualização: Jan 05, 2018 ⏰

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