Ela Acordou

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- Eu vou te levar lá.- Matteo disse quando nos separamos do abraço.- Vai na sua casa, se troca e eu te levo. O.K?- apenas assenti.
Saímos da escola e entramos no carro de Matteo.

- Desde quando você sabia desse caminho?- me refiro a saída da escola.

- Eu tenho os meus truques.- dei um sorriso forçado torcendo pra ele não perceber, mas ele percebeu.- Não precisa forçar. Sei que isso é difícil.- ele disse pegando minha mão.
Chegamos na minha casa muito rápido. Desço do carro de Matteo e o olho.- Venho te buscar daqui há alguns minutos.

- O.K.- corri pra minha casa, abri a porta, subo as escadas correndo, pego uma blusa branca e uma calça, entro no banheiro e tomo um banho rápido. Não molhei o cabelo, apenas fiz um rabo de cavalo e calcei uma sandália.
Escuto a buzina de carro.
Desço as escadas e abri a porta. O carro de Matteo me esperava.
Vou até lá, abri a porta e entrei.
Ele deu a partida e saímos da minha casa em direção ao hospital.
Matteo para na porta do hospital.

- Vai.

- Por quê não entra agora?

- Vou estacionar o carro.- ele me dá um selinho.- Te vejo lá dentro.- assenti e desço do carro.
Entro no hospital e vejo meu pai Miguel sentado em uma cadeira chorando.
Me aproximo dele. Assim que ele me vê, me abraça. Claro que retribui.
Não consegui me conter e chorei.
Nos separamos do abraço e vejo Matteo do meu lado.

- Matteo, esse é o meu pai Miguel, pai, esse é o Matteo, meu namorado.

- Prazer.- meu pai diz.

- Prazer.- Matteo responde.

- Vou ver se o médico tem notícias.- meu pai disse e saiu.
Eu e Matteo nos sentamos em uma das cadeiras, ele pegou minha mão e entrelaça nossos dedos.
É incrível como ele está me ajudando.
Deito minha cabeça em seu ombro e respiro fundo.
Meu pai voltou e levantei a cabeça.

- Notícias?- digo.
Ele negou.

- Vai ficar tudo bem.- Matteo disse me olhando.

- Que Deus te ouça.- meu pai disse.
Meia noite se aproximava e minha mãe não tinha acordado.

- Você tem que comer alguma coisa.- Matteo disse me olhando. 

- Ele tem razão filha, você não comeu desde que chegou aqui.

- O senhor também.

- Eu ja comi quando cheguei.

- Eu não tô com fome.- digo olhando para os dois.

- Eu vou pegar alguma coisa pra você.- Matteo disse se levantando.

- Matteo, eu não tô com fome.

- Você vai comer alguma coisa ou vai passar mal. Eu já volto.- ele sai.

- Ele se preocupa muito com você.- meu pai disse me olhando.

- É.- digo olhando para a porta que ele saiu.

- Ele é bem melhor que...- olho para ele.- Deixa pra lá.

- Pode falar o nome dele, eu não me incomodo mais.- Matteo volta uma dois minutos depois com um suco e um sanduíche.
Ele me entrega e eu como um pouco.- Obrigada.- digo o olhando.

- Por nada.- acho que ele colocou o celular  para vibrar, porque ele recebeu uma ligação e não tocou.- Vou atender e volto logo.

- É o Gastón?- pergunto o olhando.

- Meu pai.- ele se levantou e foi para a porta da recepção.
Peguei meu celular e vi as horas.
9:00.
Pego em minha medalhinha e fecho os olhos.
Não me lembro muito de quando eles me adotaram, mas lembro as vezes de um homem me deixando na porta do orfanato com a minha medalhinha e saindo.

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