One

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**Jeongguk POV**

  Meu nome é Jeongguk, Jeon Jeongguk, tenho 17 anos e acho que sou um psicopata.

  Com oito anos percebi que não tinha senso de humor.

  - Sabe por quê a rainha não pode acenar com essa mão? Porque essa é minha - meu pai ria de sua própria piada de tio do pavê

  Eu tinha vontade de socá-lo.

  Quando eu tinha nove anos, meu pai comprou uma fritadeira que viu em um canal de compras da TV. Certo dia, eu coloquei a mão dentro. Eu queria, eu precisava sentir alguma coisa.

  Com 15 anos coloquei o gato da vizinha em uma caixa e o levei para o mato, provavelmente ele tinha um nome. Eu cortei a garganta dele e a partir daí eu matei mais animais, e me lembro de cada um deles.

  Eu não ligava para escola, mas era um bom lugar para observar e escolher, pois eu tinha um plano. Eu ia matar algo maior. Algo bem maior.

  - Oi - um garoto de cabelo castanho parou na minha frente
  - Oi - retirei meus fones e coloquei meu copo de refrigerante na bandeja
  - Vi você andando de skate - sua voz demonstrava desdém - Você é péssimo
  - Vai se foder

**Taehyung POV**

  Às vezes eu preciso me deitar, porque me sinto sobrecarregado. Eu olho pra cima e vejo o azul, o cinza ou o preto, e sinto que estou mergulhando nisso.
  Por um instante me sinto livre, feliz, inocente, como um cachorro ou um alienígena ou um bebê.

  - Requisitamos a sua presença, mocinho - abro meus olhos ao ouvir a voz da minha mãe
  - Por que está falando como em Downton Abbey?
  - Apenas entre e venha ajudar

  Assim que ela saiu voltei ao olhar o céu, a grama verde me acolhia, respirei fundo e me levantei.

  Minha mãe era legal, mas se divorciou do meu pai e conheceu um babaca, vulgo Dak-Ho. Ele me disse que eu precisava ser mais gentil, educado e parar de atrapalhar a vida das pessoas, bom, eu joguei um frango frito na cabeça dele enquanto minha mãe fingia não ter escutado.

  Ela tem a casa perfeita com um jardim perfeito no bairro perfeito e gêmeos perfeitos.

  Não vejo meu pai desde os oito anos de idade. Ele nunca conseguiu se encaixar, então foi embora. Eu não o culpo, isso tudo é meio louco. Pelo menos ele manda cartões em todos os aniversários. Eu o entendo, não confio em quem se adapta.

  Na escola os adolescentes não são como eu, estão sempre mexendo em seus telefones ou falando de alguma menina ou sobre esportes. Às vezes eu me sinto meio sozinho.
  Por exemplo agora, estão todos mexendo em seus celulares, ainda nem tocaram na comida. Percebo que meu celular vibrou encima da mesa e e o pego.

  - Você que mandou? - levanto meu celular na altura do meu rosto que continha uma expressão de desgosto, incredulidade e desdém
  - O quê? - Yoongi desviou um pouco a atenção do celular
  - Que merda é essa? - olho para o celular e depois para o platinado
  - O quê caralho? - me pergunta confuso
  - Eu estou literalmente na sua frente e você me manda a porra de uma mensagem?! - ele ri com desdém como se fosse uma coisa normal
  - É de graça

Pisco algumas vezes e me levanto puto da vida. Com toda força que eu tinha, joguei o meu celular no chão olhando nos olhos do baixinho ouvindo meu celular se partir em vários pedaços. Pego a minha mochila e saio de perto, mas não antes de dar um sorriso cínico.

  Às vezes tudo parecia em câmera lenta, era estranho. Avistei Jeongguk de longe, ele estava sentado sozinho em uma mesa enquanto estava com os fones e bebia refrigerante e pensei "Por que não?". Não acho que ele seja a resposta, mas ele é alguma coisa.

The End of The Fucking World ☆ TaeKookOnde histórias criam vida. Descubra agora