Twenty Four.

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Adrienne pov.
-Gabriel..Não complica as coisas..-eu disse em um sussurro,como se não queresse que ele ouvisse.

Admitir em voz alta que eu não queria que ele saísse era demais,então eu fingia o contrário.

-Dri,eu te amo cacete,você precisa acreditar em mim,eu te amo como eu nunca amei ninguém antes.-ele segurou me rosto e me disse isso me olhando nos olhos.

Estremeci,e ele percebeu.Ele respirou fundo,tirou o boné da cabeça e colocou na minha.

-Vai lá,eu conto dez segundos e vou.-ele disse,controlando a respiração.

Ajeitei o boné na cabeça e fui pra sala,acho que com uma cara nada Boa,porque todos ficaram me encarando,até as garotas me chamarem até o quarto.

-Que é?-perguntei,fechando a porta.

-Porque você não conversa com a gente? Qual é Adrienne,a gente sabe que você gosta dele ainda.-A Leticia disse,andando de um lado pro outro no quarto.

Peguei uma almofada e me deitei na cama,fechando os olhos.

-É difícil.A minha razão odeia ele mais do que qualquer outra pessoa no mundo,e a minha emoção sente totalmente o contrário,só que ainda mais intenso.-eu disse,apertando a almofada.

Um silêncio desconfortável reinou o quarto,só se ouvia a Leticia andando de um lado por outro e a Kailaine,mexendo na sua prateleira de livros.Angel estava sentada num puff,quieta.

-Lembra da Mariana?-ela perguntou,olhando pro chão.

-Minha amiga imaginária de 7 anos atrás?-perguntei,visualizando a garota imaginária.

Costumava imaginar uma irmã pra mim,já que eu não tinha.Ela tinha cabelo loiro e olhos azuis.

-Lembra que você dizia que ela sempre te dava segunda chance nas brincadeiras e jogos que você fazia com ela?-ela perguntou,me lembrando ainda mais da fase em que eu não tinha amigos,reais.

-Aonde quer chegar,Angel?-Laine perguntou,impaciente.

-E se a vida não passar disso? De um jogo onde não é você que cita as regras? E se você estiver fazendo o que ninguém fazia com você? E se você não estiver dando uma segunda chance?-ela disse,se levantando.

-Então para pra pensar,se o Nick te traísse,como se sentiria?-perguntei,apontando o dedo pra ela.

-Eu conversaria com ele.Eu tentaria,porque eu amo ele,de verdade.-ela disse,saindo e batendo a porta.

Respirei fundo,me sentei na cama de novo e comecei a chorar.

Fraca,e eu pensando que a fase fraca já havia passado.

-Você precisa conversar com ele.-Leticia disse,sentando á minha frente.

Enxuguei as lágrimas,passando a mão várias vezes no rosto.Joguei seu boné na cama e me levantei.

-Não tenho nada pra conversar.-eu disse,tomando minha postura novamente.

Não vou me deixar abater,não agora.Não por ele.

Saí do quarto e voltei pra sala,as meninas vieram logo atrás.

Assistimos a alguns episódios,mas logo todos haviam dormido.

Angel e Nick em um colchão,Laine e Pedro em outro,Leticia e Eduardo em outro e eu em um e Gabriel no sofá.

Na verdade eu não estava conseguindo dormir,não depois da conversa no quarto.

Me levantei pra pegar um copo de água,me dirigindo até a cozinha.

-Sem sono?-Gabriel perguntou,se encostando no balcão da cozinha.

-Nenhum.-completei,tomando um gole de água.

-Podemos subir? Quero te mostrar uma coisa.-ele pediu,já indo até a escada.

O acompanhei,apenas por curiosidade.Ele parou no quarto do Eduardo,entrou e deixou a porta aberta,pra que eu entrasse.

Me sentei na cama do Eduardo e ele pegou o violão,tocando baixinho suas cordas.

-Não sabia que você sabe tocar.-eu disse,surpresa.

-Não sabia.Aprendi,e fiz uma música pra você.-ele disse,com sinceridade.

Levei até um susto,mas me acalmei e pedi que ele explicasse,em vez disso ele se pôs a tocar.

-Não importa se o tempo passar

Saiba que de você,eu sempre vou me lembrar

Se vou te ver ou nunca mais,mesmo assim

Eu estarei sempre a te esperar...-ele cantarolou baixinho,apenas uma estrofe.

Apenas uma estrofe foi o suficiente pra me desarmar.Apenas uma estrofe fez com que eu me sentasse ao seu lado e o beijasse,como se isso fosse normal no meu dia a dia.

Ele deixou o violão de lado,e nos deitamos,sem malícia,ele apenas acariciava meu cabelo enquanto conversávamos.

-Porque foi ao parque aquele dia?-perguntei do nada,tentando entender aquilo.

-Recebi uma mensagem.Eu estava me encontrando com a Ana Julia antes disso,mas porque eu sabia que ela te conhecia melhor que ninguém,e queria te conhecer também.Eu pedia pra ela me dizer coisas sobre você pra que eu nunca fizesse nada de errado.Alguém me mandou aquela mensagem,me pediu pra levar as rosas e estar lá naquele horário.Também fui enganado nessa.-ele disse,sem parar de acariciar meu cabelo por nem um segundo.

-E eu devo acreditar?-perguntei,me aconchegando mais embaixo ao fino cobertor que me cobria.

-Acha mesmo que eu estaria lutando por isso,sendo que eu não te amo?-ele perguntou,não o via mas podia visualizar em seu rosto um sorriso de lado.

-Tudo bem,Gabriel.Mas ainda quero que me prove.Você tem uma semana pra me provar que realmente me ama.Seja convincente,sei do que é capaz.-eu disse,fechando os olhos e adormecendo.

Antes de adormecer,escutei ele dar um último sussurro.

"Não vai se arrepender de acreditar."

Minha MorenaOnde histórias criam vida. Descubra agora