Capítulo Dois

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Dois

Saio da secretaria com meu horário e vou para minha primeira aula, que por desgraça é álgebra II, um garoto ruivo com sardas e olhos verdes está rindo de alguma coisa que a garota loira, que mais parece albina, estava dizendo. Resolvi perguntar se eles sabem onde fica a sala.

- Com licença, vocês podem me dizer onde fica a sala de álgebra II ? - pergunto. O garoto parece surpreso que eu falei com eles.

- Claro, estamos indo pra lá mesmo- diz ele - Você pode nos acompanhar, a propósito eu sou o Puck e essa aqui é a Lauren- diz ele apontando para a garota.

- Bem, obrigado, me chamo Hannah - digo. Sigo-os silencio, observando os armários.

- Bem Hannah, de que lugar você veio?- subitamente Lauren fala

- Lake Oswego - eu respondo vagamente.

- Ah, legal! como você veio parar aqui?- pergunta ela com interesse

- Família nova.- falo evasivamente, eu sou bastante reservada sobre minha história, não é dos meus assuntos favoritos de se discutir.

- Você é adotada?!- diz ela meio surpresa

- Sim - respondo

-O que aconteceu com seu pais biológicos? Você sempre foi órfã?- pergunta ela da forma mais estupidamente possível.

- Lauren, chega!- diz Puck que até agora estava em silêncio.

- Ah qual é, Puck? eu só estou curiosa,

nunca conheci uma órfã ao vivo!

Eu estou ficando de saco cheio dessa conversa, mas para minha sorte a sala de álgebra II é a próxima, espero os dois passarem na minha frente ainda discutindo e entro logo em seguida. O professor me pede pra eu me apresentar para a turma e eu faço, simples e rápido, e logo me sento no fundo.

Parece uma eternidade até o sinal tocar indicando o final desse tormento. Passo o dia inteiro nessa mesmice de apresentar-me, correr, apresentar-me, correr igual a um filme em replay. Enfim chegou a hora do almoço e eu tento me preparar psicologicamente para ser o centro das atenções no refeitório idiota, onde o assunto do dia parece ser "Garota nova, órfã , esquisita"

Onde todos os tipos de teorias parecem surgir desde que eu matei meus próprios pais a marteladas quando tinha 4 anos até que eu fui abandonada num rio porque minha mãe era uma prostituta psicopata, enfim esse é o ensino médio.

O dia se vai a passos de tartaruga até que chega seu fim e a hora tão sonhada de volta pra casa e me trancar no quarto está próxima, até que o outro dia idiota chegue para que eu possa voltar para esse purgatório que chamam de escola.

Dark WinterOnde histórias criam vida. Descubra agora