Como definir a solidão é algo que em vezes se perguntavam nos antigos tempos. Tão incoerente quanto os que escolhem viver em solidão são para os outros, tão incoerente são os que dão um tempo apenas de tal.
Um velho Senhor louco por relógios falou certa vez que a maioria dos eventos são temporários e que o tempo os leva em sua própria velocidade. Pode ser de fato uma realidade para se presenciar, mas e se alguém já nascerá para a solidão eterna?
Pensamentos que são improváveis, mas não impossíveis.
Mas o mundo já havia avançado e não havia mais o por que se perder em antigas indagações humanas, não haveria mais o tempo ocioso para se dedicar ao pensamento apenas.
E em um dos dias perdidos no tempo não mais linear daquele novo lugar a noite se destacará por sua densa neblina e uma vila que vivia em meio a uma área cheia de arvores e grama teve uma visita que só fora vista ao primeiro raio de luz atravessar a barreira branca. Na praça mediócre e pouco cuidada se encontrará um homem em vestimentas pretas que escondiam em grande parte sua identidade. Fugirá apenas traços simples que definiam seus olhos em uma escuridão imensa. Os primeiros que o viram abrir os olhos recuaram por sentir em tais olhos uma sensação de repulsa.
Podia se ver também que por cima de seus ombros cobertos caiu longos cabelos tão pretos quanto seus olhos. Teria sido esse o único evento diferenciado após já terem se estabelecido em tal lugar e se acostumado aos novos dias e aos ataques dos seres deformados da floresta. Os únicos com coragem para se aproximar de tal figura fora o Dono do bar e sua filha e tais seriam os únicos a interagir com tal homem a partir dali. De fato isso já tinha acontecido a pelo menos nove dias, pelo menos era o que acreditava o taverneiro do novo mundo ao tentar riscar alguma noção de tempo. E agora se repetirá a noite de tão densa nevoa. A figura negra que era um forasteiro surgido de um dia parecido era temido não só por seu surgimento repentino, mas também pela possível chance de ter aparecido absolutamente do nada na cidade . Claro que mesmo sendo pouco provável tal coisa as pessoas preferiam crer em tal fato do que uma viagem suicida por aquelas terras tão hostis.
Não haveria como ele ter chegado vivo atravessando a floresta, isso era o que realmente acreditavam. O forasteiro entrará pelas portas do bar de quem lhe estenderá a mão naquele dia e sentará no balcão.
- Veio novamente então.
- Para onde mais eu iria. - O homem ainda em seus trajes escuros ocultando sua imagem se sentiu satisfeito ao ver seu possível amigo trazer uma caneca de cerveja sem perguntar nada.
- Sei que quer uma dessa.
- Tem razão com toda certeza. Eis algo que gosto quando venho aqui.
- Sei qual seria a outra coisa. - E o homem por trás do balcão sorriu. - Já estou carregando minha antiga espingarda, é melhor se cuidar com suas gracinhas.
- Não é ela que me traz hoje aqui amigo.
- De fato é raro escutar você chamar alguém assim. O que poderia ser então. - Sua cara se converte em uma duvida acentuada plea própria curiosidade.
- Sabe que eu já falo em partir deis daquele dia.
- De fato ficou tempo demais perto do que eu acreditava e o que vivia dizendo.
- Algumas coisas me seguraram nessa cidade, mas o tempo agora já acabará de tais. - A Caneca estava pela metade após dois goles e ele encarava ela. Escondido por seu chapéu e seu pano que escondia sua face junto ao cabelo caído sobre ele.
- Meio assustador o modo como se refere. - O homem agora secava um copo. - Se está partindo então acho que merece mais um copo cheio e um voto de sorte meu amigo.
- Agradeço por ambos e peço para que avise ela em meu lugar. Não quero uma cena triste ou uma sensação de que nunca voltarei. Assim como não quero prender ela em uma esperança eterna esperando com olhar na porta. É melhor que eu apenas me vá assim como cheguei e ela conseguirá definir o que deve acreditar e o que será melhor em sua vida.
- Não acha que irá doer talvez mais assim?
- Posso te garantir que sei machucar mais que o silêncio e o tempo mesmo que eu não queira. Será uma eterna busca por palavras que no final não irão ser o bastante.
- Se diz. Irei acreditar. - Ele para seus afazeres e fita os olhos do Forasteiro que fora em seu curto período de tempo um amigo considerável em toda simplicidade. - Eu irei cuidar dela e sei que logo ela estará bem e sorrindo novamente.
- Acredito nisso amigo. Acredito que como seu pai fará um trabalho muito melhor do que minha tentativa. Assim como acredito que iria dar aquele tiro de escopeta se eu merece-se. Deixo em suas mãos então.
A figura ficou ali e terminou o seu segundo copo em silêncio. Levantou e estendeu a mão ao dono do bar. Eles se cumprimentaram e ao dar as costas pode se ouvir o Forasteiro falar enquanto atravessava as portas pela última vez. "Foi um prazer amigo".
O homem então que causava medo nas pessoas que discutiam inúmeras lendas sobre tal. Desapareceu na floresta tão repentinamente quanto surgirá na vila.
De tal ponto muitos poderiam definir que uma aventura iria se iniciar sobre os ombros de tal mistério, mas de antemão devo te avisar. Essa história não se trata de uma aventura ou de uma busca por algo pessoal ou incrível. Apenas se iniciou ai uma caminhada a qual nunca se saberia o destino ou motivo. O que surgisse seria apenas obra dos dias e do tempo que trabalhava com seus eventos indefinidos. Assim como o Senhor louco dos relógios falará.
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Uma História para Você.
रोमांस"Um antigo conto, um antigo romance que fora perdido em linhas do tempo. Tempo o qual já não corria mais tão bem em tal mundo, mas o qual irei tentar recolocar em novas linhas desorganizadas." Uma antiga história que montei a muito tempo e que desej...