_EU NÃO quero ir que saco!!_ será que a minha mãe não me entendia,estar agora com meu pai era estar com um estranho.

_mais você precisa ir Maria Júlia_ ela retruca enquanto eu estav quase arrancando meus cabelos de raiva.

_era para ele ser presente antes não agora, é muito fácil agora que cresci ele dizer que é pai_ o silêncio reinou eu sabia que um pouco das minhas palavras eram verdades e lá no fundo minha mãe também sabia sendo que a culpa era sua em partes.

Nada na televisão me agrdava mais e nem meu celular acho que no fundo a distância da minha comigo resultou nisso. Acabei de descobrir que tenho um "pai" fica meio estranho né? ....

A verdade é que eu nunca gostaria de conhecer ele ou qualquer que seja seu rastro, viver com a minha mãe não é lá grande coisa mas da pra viver e também não é todo dia que você descobre que tem um pai sendo que a vida inteira eu cai naquela história de que "ha filha seu pai morreu..."  daí fica aquela cena que todos abraçam seus verdadeiros pais e você fica corroendo aquela mágoa dentro de você.

_tá mãe eu aceito_ disse cedendo aos caprichos dela e também para me reaproximar, a única coisa que eu não quero é me afastar da pessoa que eu amo.

_não precisa ir só por causa de mim_ ela nem ao menos da uma olhada para trás.

_a mãe qual é?  Deixa de ser orgulhosa_ ela sorriu e me abraçou com cheiro de cebola...adorei.

Como sempre se afastar de quem a gente ama nunca é fácil ainda mais sendo a mãe, os choros foram para todos os lados e eu que me imaginava dura me surpreendi comigo mesma.

_olha..._ela disse espantada e claro que eu me preocupei_ minha menina durona chorando.
sorri meio sem jeito mais mesmo assim não é fácil dizer algo engraçado quando estamos próximos a partida.

_são apenas dois meses mãe_ a alertei e chorei a abraçando_ vamos?  Eu preciso chegar inteira.

O ônibus já estava no ponto corremos,  corremos e não conseguimos alcançar a tempo infelizmente só daqui a uma hora novamente.  Os olhos da minha mãe me olhavam agora sem expectativa um misto de culpa e doçura eram vistos como sombras negras.

_sinto muito minha flor_ se desculpando ela sorriu e tentou ligar para o meu pai.

_eu ligo_ tomei a iniciativa e pequei o celular de suas mãos.

_alô? _ disse uma voz grossa do outro lado.
_ãh...._ as palavras sumiram da minha mente era como se aquilo fosse uma prova a qual você se esforçou e tudo desandou quando está próximo de fazê-la
_outro trote? !_ ele disse bravamente e eu tremi mesmo que se fosse do outro lado.
_pai? _ tentei soar o mais  normal que pude, como qualquer filha chamaria um pai que a criou só que diferente no meu caso.
_Maria Júlia? _ as palavras ecoaram bastante na minha cabeça mesmo que se fosse por um momento.
_é _ respondi em dúvida_ sou eu sim. só queria dizer que eu não poderei ir para sua casa hoje perdi o meu ônibus e hoje mesmo que eu quisesse não poderia.
Ouço um suspiro e ele reclamar com alguém para que o deixasse em paz parecia que tinha autoridade.
_não tem problema_ as minhas forças acabaram ali quando eu escutei as palavras_ eu irei te buscar pessoalmente.
_sério? _ não pude conter minha felicidade so faltava eu pular que nem criança.
_seríssimo... aliás preciso conhecer minha filha_ disse em tom de brincadeira e pude ouvir sua risada pelo celular era bonita.

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