Hidden Relationships ✍ Sasunarutachi

- Capítulo 1 - A Entrevista.

A imponente estrutura de vidro e aço  erguia de sua posição na Shinjuku como uma agulha brilhante costurando o céu. O Metrópole, o mais caro entre os novos condomínios de Tóquio, tinha 57 andares. No mais alto, o quinquagésimo sétimo, ficava a sala mais luxuosa de todas: a cobertura Metrópole, uma obra de arte lustrosa com design em preto e branco. Novo demais para ter acumulado poeira, o piso de mármore refletia as estrelas, visíveis através das enormes janelas panorâmicas. O vidro da janela era perfeitamente cristalino, produzindo uma ilusão tão perfeita de que não havia nada entre o espectador e a paisagem que se dizia que era capaz de causar vertigem até em quem não tinha medo de altura.

Longe lá embaixo corria corpos minúsculos para todos os lados, afinal, Shinjuku tinha uma das maiores estações de trem que era adornada por pontes brilhantes e pontilhado de barcos que não passavam de pequenas manchas, dividindo as margens luminosas que eram o aeroporto Haneda e o Narita, um de cada lado. Em uma noite clara, a Torre de Tóquio era visível ao sul — mas havia neblina naquele dia,  e a Tōkyō tawā   estava escondida atrás da névoa branca.

Por mais espetacular que fosse a vista, o homem diante da janela não parecia particularmente impressionado. O rosto austero e estreito se franziu quando ele se afastou do vidro e atravessou a sala, a sola dos sapatos ecoando contra o piso de mármore.

– Veio por indicação? —  perguntou ele, passando a mão pelos cabelos negros como carvão. — Posso saber por qual indicação?

O menino sentado em uma das confortáveis cadeiras levantou os olhos para encará-lo, revelando um azul sem mensura que os coloria, com algumas mechas loiras sobre eles e o semblante mal-humorado ele foi simplório ao responder.

– Minha indicação foi Sasuke Uchiha, o seu irmão.

– És amigo de Sasuke? Nunca ouvi falar-te o nome. — Aproximando-se era mais fácil ver que, apesar do cabelo negro, o homem não era tão perfeito. O rosto severo era rígido, porém não era tão jovem, e os olhos eram escuros e nebulosos mas não deixavam de serem firmes, lembrava os de Sasuke.

O menino engoliu em seco, sabia que talvez Sasuke, não teria contado para o irmão, mas não imaginária que iria ficar tão nervoso ao contar.

– Já esperava que Sasuke não tivesse lhe contado sobre mim, ele sempre foi muito fechado para falar abertamente sobre sua vida amorosa. Temo que não sabe que seu irmão está namorando, estou correto? — Aos ouvidos de Itachi, a fala do garoto de cabelos dourado haviam saído como cacos de vidros sendo explodidos.

Por um instante fez-se silêncio. Em seguida, um homem que estava escondido  nas sombras riu em meio a fumaça de seu cigarro. A risada em si era cáustica como ácido, assim como o seu olhar.

– Garotinho tolo — bufou o homem. — Menino tolinho. Achas mesmo que falando do irmão caçula de Itachi, ele irá colocar-te aqui? Dentro da maior exportadora do mundo? —  O corpo magro e esgiu parou ao lado da poltrona de Iatchi, com o mesmo sorriso tóxico.

– Não tenho o porquê de arrumar táticas para que o Senhor. Uchiha me coloque aqui. Fiz apenas uma pergunta simples que despertou-me curiosidade, afinal, Sasuke e eu namoramos a quase um ano. —  O garoto parecia bem mais relaxado do que quando entrou na sala, sua postura rígida agora era uma mais despojada, podia ouvir a alteração na sua voz, Shisui provavelmente havia o irritado, mas seu semblante ainda continuava sereno.

Itachi observou impassível o garoto, buscava ver o que o irmão viu nele. Os cabelos dourados e desgrenhados poderia ser o que talvez tivesse chamado atenção de Sasuke, o garoto não parecia ser muito bonito ou sensual. Talvez fossem os olhos azuis ou a pele levemente bronzeada, as bochechas rosadas?