Capitulo 1

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As velas espalhadas por todo lado espantavam a escuridão da noite e a bebida amarga nas canecas é o que fazia os bêbados cantarem em um coro animado e desafinado sobre os mais diversos temas.

Era um clima comum na taverna das oito luas , encontrada na parte baixa da famosa cidade, só mercenários dos mares eram que frequentavam esse lugar, ele e mulheres da vida que viviam em trabalhos considerados indecentes.

Só os piores dos piores frequentavam aquele lugar,e quando um desavisados que não era daquele meio de vida mundano e sujo, normalmente conhecia o que era maldade de verdade.

Lá parada na porta estava Lana, ela nunca havia frequentado tal lugar, nunca havia nem ao menos pensado que teria que fazer aquilo um dia, estava com medo ? Sim estava, o seu coração batia em desespero em seu peito, suas mãos soavam e suas pernas tremiam mas ela não desistira, sua força de vontade foi o que a fez mover, pé a pé até ali e estava determinada a não demostrar fraqueza perante aqueles homens e mulheres.

Quando perceberam a presença da mulher todos voltaram a atenção a ela, os olhares não foram nada gentis, os comentários ouvidos muito menos, ela era uma estranha frequentando um lugar que pouco conhecia, hostilidade e intimidações preencheram o ambiente, os bêbados deixaram de cantar, as bebidas deixaram de ser tomadas.

Lana tentou não esboçar reação caminhou de maneira rápida até uma das mesas, mesmo com o que ouvia tentou não se intimidar, puxou uma cadeira e se sentou, a mesa continha seis homens, todos acabados com o tempo, com marcas de expressão sobre o rosto, corte ainda abertos, cicatrizes grotescas esse era o preço por fazer o que faziam, o mais novo estava na ponta da mesa usando um chapéu arruinado para cobrir todo o rosto, mantinha os braços cruzados sob o peito, pela sua respiração lenta parecia está dormindo.

O barulho ecoou pelo local quando a jovem colocou os pés sobre a mesa de maneira desleixada e aparentemente despreocupada ela colocou um dos braços atrás da cabeça ,por baixo do chapéu que usava seu olhar detectava a expressão de curiosidade na cara de todos na mesa, um sorriso cínico tomou conta de seus lábios.

Ao ser cutucado o homem mais novo foi acordado, desorientado ele tentava entender por que um de seus companheiros havia se atrevido a atrapalhar seu sono, iria gritar mal humorado mas o grito ficou preso em sua garganta assim que viu a garota sentada em sua frente, cada pedaço dela parecia querer provocar e desafiar o homem, como um maldito balanço de navio em um dia de tempestade do mar, ela tinha uma postura de alguém que não deveria ser ignorado e muito menos subestimado, seu olhar mesmo que escondido revelavam muito de uma raiva intensa e perigo.

— Capitão, quero de imediato o seu serviço e o dos seus tripulantes — antes que ele pudesse negar ou falar qualquer gracinha, ela enfiou ao mão em um bolso do seu casaco retirando de lá uma bolsa de pano e colocou em cima da mesa.

Para Lana aquela bolsa continha uma proposta ousada, e por julgar pela aparência o capitão era um homem jovem demais para ser falado da forma que era, por dentro ela estava insegura se aqueles homens iria a ajudar em sua missão.

—  Se quer realmente comprar a minha tripulação com essa bolsinha pequena de moedas sugiro que você levanta dessa mesa moça e saia do estabelecimento isso nem me paga para tira lá daqui  — O homem bufou voltando a se encostar na cadeira colocando o chapéu novamente na cabeça e cruzou o braços sob o peito, os homens ao redor começaram a rir mas Lana nem ao menos se moveu.

— não sou tão burra quanto pensa capitão, não seja ignorante ao ponto de não olhar o que tem ai dentro — Lana sorriu ousada novamente para os homens .

Um deles tomado pela curiosidade pegou e abriu a bolsa e seu rosto empalidece com o que viu,  de maneira desajeitado chamou novamente o capitão que o olhou irritado, pegou a bolsa nas mãos do homem e olhou o conteúdo, primeiro engoliu em seco e depois esfregou os olhos para ter certeza que o que estava vendo não era apenas uma miragem causada pelo sono que sentia, mas era real, o que tinha nas mãos era real, seu olhar subiu para aquela jovem intrigado, surpreso e curioso com ela.

O que seria de tão importantes que ela pagaria com quatro consideravelmente grandes raras jóias violeta ?

—  Para que quer meus serviços e os de meus homens ? —

— Quero caça e trazer alguém de volta, me disseram que você poderia me ajudar, então... Pode ou não ?—

Pela maneira que falava parecia que ela não daria muito tempo para o homem pensar, mas ele tinha que pensar, aquela viagem podeira trazer consequências que ele queria evitar a todo custo, naquela manhã pensou que poderia descansar conseguir superar suas dores antes de arranjar qualquer trabalho, mas mal teve tempo, naquela hora seus pensamentos tomaram outro rumo, que maneira seria melhor de superar perdas do que focar em seu trabalho? Era o melhor para ele e para seus homens, guardou a bolsa com as pedras em seu casaco e se levantou da mesa.

— Nós encontramos amanha de manhã no porto  para acertar os detalhes — e assim saiu da Taverna.

Lana fechou os olhos aliviada ao ouvir as palavras do homem, em seguida se levantou da mesa também saindo da taverna, ela estava animada para falar a princesa que havia conseguido e ver um sorriso de alívio no rosto de sua amiga seria o ponto naquela da noite.

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