JOKEY

Prólogo

     Aqueles olhos escuros e negros de raiva estavam em chamas, a pele esbranquiçada suava e ardia como se estivesse queimando, o músculo em seu peito que o faz viver estava acelerado e o desejo pela morte de outros era incontrolável em seu coração empedrado.

     – Como puderem fazer isto comigo... Eu sou o rei... Como podem trair o rei!? Todos me traíram....

     A cada palavra o ódio preso em seu peito aumentava, suas mãos pálidas e gélidas estavam presas em seus cabelos esverdeados os puxando com força, seu olhar negro vidrado na parede branca a qual ele não via, em seus olhos apenas as imagens criavam vida novamente.

     — Até mesmo minha abobrinha... Como ela pode trocar o rei... Meus melhores companheiros... Atirei neles algumas vezes mas... Bom eu os pagava bem... Se não fosse por ele... Oh mas não foi.. ele não é páreo para o príncipe palhaço do crime. Oh não príncipe não... Eu sou o rei...

    Com sua insanidade a nível extremo, seu único desejo era a morte de todos aqueles que agora o deixaram em um buraco fundo, ansiava por atenção, e é o que ele menos tem agora. Os cômodos enormes de seu “palácio” estavam vazios e a única coisa que lá dentro continha era o som do eco de seus choros e gritos de raiva.

     — Ah culpa é toda dele... Ele deve pagar... Ele fez isso comigo e sempre saí como herói.... Batman fez isso comigo e ele vai pagar... De mim ele não pode se esconder... Batman vai pagar, Bruce Wayne vai pagar por tudo.... Tudo que causou a mim...

      Com o gélido coração acelerado, suas palavras de ódio agora se tornaram altas gargalhadas maléficas, até que ele esqueceu do por quê ria.

         •••••∆ Gotham City ∆•••••

     A cidade estava devastada. Sempre fora uma cidade sombria, escondida e sem muito a que se interessar. Porém agora a cidade poderia ser considerada o próprio inferno na terra. Belle Reve agora estava vazia, inabitável, agora apenas um local que ocupava espaço naquele pedaço de terra sombrio.
      O asilo Arkham agora era como a prefeitura, e os criminosos eram como os donos da cidade, tudo estava um caos, mortes por qualquer coisa, ninguém mais respeitava ninguém.
      Nem  mesmo o morcego agora era páreo para toda violência e criminalidade que ali ocorrera. Tanta traição, falsidade e mentiras, nada é igual, ninguém mais é igual. Segredos foram desvendados e corações foram quebrados, pessoas inocentes foram mortas.