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POV Camila

Era por volta de umas 7 horas da manhã aqui em Nova York, segundas-feiras sempre pareciam passar arrastando em minha cabeça e, sinceramente, não estava nem um pouco disposta de abrir meus olhos e finalmente acordar de vez; os lençóis e cobertores me abraçaram, e sentia em minhas costas relaxarem no colchão macio.

Finalmente resolvi abrir os olhos, mais um dia a ser seguido; empolgante, não? Mais um dia de trabalho árduo como qualquer outro.

Quando sai dos meus devaneios matinais, percebi que já estava mais do que atrasada para o serviço, me vesti rapidamente, e fui em direção ao meu carro na velocidade da luz.

Foi uma segunda-feira como outra qualquer. Trabalhei, tomei meu café, trabalhei, e assim repetidamente. Porém algo estava estranho. Eu sentia algo estranho.

11:54.

Saí do trabalho, e me surpreendi com a neve que caia em meu cabelo, em meus braços e em meu rosto. Nova York estava nevando; o que era de se estranhar; a neve transbordava nas estradas e estava difícil para enxergar. Eu estava dirigindo, o frio percorria minhas veias e forçava minha visão para conseguir chegar em casa em segurança. Foi quando eu vi aquele carro vermelho, faróis altos, alta velocidade. Ele estava indo na minha direção. Eu parei. Olhei para o carro. Senti os vidros cortarem minha pele, senti o gosto do sangue pela minha boca. Então, meu carro foi jogado para fora da estrada. Não sei meu sobrenome, não sei minha idade, não sei aonde vivo. Não sei pelo o que já passei na minha vida. As cicatrizes e marcas na minha pele talvez me dão uma ideia do que eu ja enfrentei. E agora, estou em coma"

Anos após o ocorrido

Enxergo tudo escuro e logo percebo que só posso estar de olhos fechados, tento abrir os olhos mas não consigo. Era estranho, eu parecia estar navegando em uma eterna escuridão, o meu corpo não me obedecia. Depois de algum tempo consigo abrir os olhos, meus olhos doem com a claridade e sou forçada a fecha-los novamente, abro meus olhos novamente e me acostumo com a claridade. Olho ao redor e percebo que estou em um quarto de hospital, eu não sei como vim parar aqui, eu não lembro da minha vida. Tudo o que eu sei é que me chamo Camila.

"-A garota acordou." Falava o médico com toda sua calma, juntamente com o enfermeiro que anotava tudo em sua planilha. Camila apenas observa-vá tudo sem entender.

"-Certo, me diga seu nome." Falava o médico perguntando a garota que parecia estar confusa.

"-Camila, me chamo Camila." Dizia a garota com receio, logo alguns minutos chega uma garota na sala, pele clara, cabelos escuros e olhos verdes, olhos que eu nunca vi iguais na minha vida. Poderia ficar horas os observando e não me cansaria. A mesma se deitou na maca ao meu lado, parecia que iria tomar soro, e eu continuava a observa-la.

Notei que pensava de mais nos olhos persuasivos deitados praticamente ao meu lado, a mulher parecia nervosa e, talvez medo? Seus olhos pareciam me entregar todos os sentimentos e verdades que ali ela tentava esconder.

Novamente me peguei em devaneios e, quando acordei, vi que a morena me olhava, e como olhava; ruborizei levemente, desviado meus olhos ao teto, pensando em onde eu poderia esconder a minha cabeça naquele instante, o que a mulher poderia pensar de mim?

Antes mesmo de pensar no que fazer, ouvi uma estridente voz vindo do meu lado direito;

"- Ei, gracinha, o que faz aqui?" - Os olhos verdes se dirigiram a mim, e por um instante congelei.

Inside of memoryOnde histórias criam vida. Descubra agora