O Evento

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Começo a visitar os postos de atendimento e ver como está o andamento de tudo, desde a organização da ordem de atendimento a satisfação das pessoas atendidas. Nisso vai minha manhã inteira. Quando chega a hora do almoço resolvi ir pra onde as crianças estão e começo a brincar com elas, perguntando o que elas estão achando e precisando. Nessa hora uma menininha linda, não aparentando mais de 6 anos, negra, dos cabelos cacheados e olhos cor de mel, me olha nos olhos e pergunta
- Tia, a senhora é uma fada?
- Eu sou, a fadinha do dente, conhece? Respondo ela.
- Ah sim, já ouvi falar, é a que dá uma moeda quando perdemos um dentinho, não é? Porque se for, leva todos os meus dentinhos, por favor.
- Na verdade, ela é a fada que cuida dos nossos dentinhos, pra eles estarem sempre bonitos e pra não ficar com medo quando começamos a trocar eles. Mas por que você quer que eu fique com todos os seus dentinhos? Pergunto intrigada.
- É que ouvi minha mãe chorando ontem, dizendo que estava precisando de dinheiro, então quero ajuda-la.
Nesse momento, meus olhos enchem de lágrimas ao ver o gesto daquela menininha, digo pra ela chamar a mãe dela que quero conversar com ela.  Ela volta minutos depois com sua mãe.
- Qual o nome da senhora? Pergunto a mãe dela.
- Me chamo Luiza, Dr.
- Não precisa me chamar de Dr, chame so de Vitória. A senhora que é a mãe dessa linda menina?
- Sim, o nome dela é Luana, ela tá lhe importunando?
- Não, de modo algum, só que ela me veio com uma história que me deixou intrigada, a senhora pode vir comigo um instante?
Chamo ela pra um local mais reservado, penso que ali no meio de todos não é o lugar mais adequado para o assunto que quero tratar com ela. Resolvo ir para o escritório montado para atendimentos médicos por ser o mais perto e por dever estar vazio nesse horário. Ao chegar lá peço pra ela se sentar e conto o que sua filha me falou. Nesse momento ela começa a chorar e me confidencia que está sem emprego a um ano e que além de Luana ela tem mais 2 filhos, um de oito e outro de dez anos e que não sabe mais o que fazer pra arrumar dinheiro, já que cuida das crianças sozinha pois o pai delas faleceu. Nesse momento lhe dou meu cartão e digo para ela ir a minha clínica amanhã que vou encontrar um local pra ela poder trabalhar. A mulher fica em estado de choque e começa a chorar mais ainda, dizendo que eu sou um anjo. Me despeço dela e de Luana e as vejo sair. Quando estou saindo pra voltar ao local onde as crianças estão, ouço alguém batendo palmas. Quando viro pra olhar quem é, vejo justamente quem, O Senhor Apressadinho.

FadaOnde histórias criam vida. Descubra agora