A noite era feia e escura. As folhas das árvores balançavam avisando que a tempestade estava pra chegar. Ali olhando pra janela, a menina não precisava que lhe avisassem sobre a tempestade, ela já vivia uma tempestade dentro de si.
Em gotas finas que escorriam pela janela, a chuva começou a cair como as lágrimas que aos poucos escapavam dos olhos da menina. Sentada na cama, ela juntou os joelhos perto do peito e os abraçou. Á tempestade lá fora iria desmoronar a qualquer momento, ela não podia se deidar cair junto.
Aumentava a chuva lá fora, assim como o aperto que no coração ela sentia. Mas ali ainda brilhava a lua, um resquício de beleza que sobrou no céu. A luz que da lua vinha, entrava pela janela e iluminava, na mesa de cabeceira, o jarro com a rosa.
Vermelha era a cor da flor. Outras foram brancas ou amarelas, porém vermelha era a cor da última de todas as rosas. Tinha sido entregue ainda hoje, estava linda e radiante, ao contrário daquele coração machucado que os poucos morria.
Todos os dias uma Rosa ganhava lugar no jarro ao lado da cama. Uma lembrança de seu Amado. E todos os dias sem excessão ele lhe trazia uma nova rosa como aquela. Minha prova de amor de cada dia, dizia ele, para que não se esqueça de pensar em mim. Ela acreditava em cada uma de suas palavras aparentemente apaixonadas.
Ela acreditou e nunca mais acreditará. Com todas as suas forças ela o amou. Tão verdadeiro era seu amor, agora tão falso se tornara o dele. A roseira que florecia, agora era tomada por ervas e espinhos. Espinhos que vão cortar quem tentar se aproximar da menina que não irá mais amar.
Com um último suspiro, a tempestade estourou. Também a menina desmoronou e se entregou ao choro, deixou as lágrimas virem e sofreu. Sofreu a dor de ser uma Rosa traída.
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Menina Das Rosas
RomanceA roseira que florecia, agora era tomada por ervas e espinhos. Espinhos que vão cortar quem tentar se aproximar da menina que não irá mais amar.