A multidão havia entrado em delírio com aquele último ato. O contorcionista estava no controle de tudo: Todo o seu corpo era um espetáculo, se contorcendo e emaranhando de forma irreal. Eu não aguentava muito ver aquilo. Queria pular no colo dele e despejar os meus braços em seu pescoço, gritando um agradecimento que valia para todas aquelas pessoas. Mas que apresentação! Em momento algum ele se embolou em seus membros. Fazia tudo em perfeita sincronia, e parecia aumentar a dificuldade com o decorrer da animação da sua grande plateia.
No fim de tudo, toda aquela gente saíra do circo exaltados. Na fila da saída, comentavam animadamente o espetáculo que acabaram de presenciar. Pareciam se sentir únicos de terem tido aquela visão gloriosa. Ah, pessoas... Havia milhares delas ali, e todas se sentiam especiais. Todas se sentiam o protagonista de todas aquelas histórias. Óh, filmes americanos. Transformaram as pessoas em retardadas. Menos o contorcionista. Duvido que ele goste de assistir televisão.
